segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Fuvest 2016

Confira as questões de História da FUVEST 2016



TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 48 A 50 


48
A ARMA DA PROPAGANDA 
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor significativo mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de prosperidade econômica. A repressão 5 acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a 10 expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40%. Por essa época, beneficiada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se 15 tornar rede nacional e alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada 20 no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970. 25 

Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado 

A frase que expressa uma ideia contida no texto é: 
a) A marchinha “Prá Frente, Brasil” também contribuiu para o processo de neutralização da grande massa da população. 
b) A repressão no Governo Médici foi dirigida a um setor que, além de minoritário, era também irrelevante no conjunto da sociedade brasileira. 
c) O tricampeonato de futebol conquistado pelo Brasil em 1970 ajudou a mascarar inúmeras dificuldades econômicas daquele período. 
d) Uma característica do governo Médici foi ter conseguido levar a televisão à maioria dos lares brasileiros. 
e) A TV Globo foi criada para ser um veículo de divulgação das realizações dos governos militares. 


resposta da questão 48:[A]
Comentário da questão: 

alternativa é corroborada literalmente pelo texto transcrito, no qual o autor afirma que “a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradual - mente o segundo [a massa da população]”. No entanto, seria preferível que o texto tratasse de “manipulação” e não de “neutralização”, já que esse era o objetivo da intensa campanha ufanista realizada pelo governo Médici: granjear o apoio da população em geral, e não de impedi-la de atuar contra o governo. 

49
A ARMA DA PROPAGANDA 
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor significativo mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de prosperidade econômica. A repressão acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40%. Por essa época, beneficiada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se tornar rede nacional e alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970. 


Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado 

Nos trechos “acabou com o primeiro setor” (L. 6) e “alcançar praticamente o controle do setor” (L. 16-17), a palavra sublinhada refere-se, respectivamente, a 

a) aliados; população. 
b) adversários; telecomunicações. 
c) população; residências urbanas. 
d) maiorias; classe média. 
e) repressão; facilidades de crédito. 


resposta da questão 49:[B]
Comentário da questão


O primeiro setor referenciado faz a retomada do “grupo minoritário da sociedade, adversário do sistema”, pois o segundo eram as massas; e “o controle do setor” refere-se a telecomunicações, numa sequência de descrição do crescimento da comunicação em massa, liderada a essa época pela Rede Globo.


50

A ARMA DA PROPAGANDA 
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um setor significativo mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de prosperidade econômica. A repressão acabou com o primeiro setor, enquanto a propaganda encarregou-se de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país, após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a expansão do número de residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40%. Por essa época, beneficiada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta-voz, a TV Globo expandiu-se até se tornar rede nacional e alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e Silva, mas que não chegou a ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa do Mundo de 1970. 

Boris Fausto, História do Brasil. Adaptado 

Nos trechos “acabou com o primeiro setor” (L. 6) e “alcançar praticamente o controle do setor” (L. 18), a palavra sublinhada refere-se, respectivamente, a 
a) aliados; população. 
b) adversários; telecomunicações. 
c) população; residências urbanas. 
d) maiorias; classe média. 
e) repressão; facilidades de critério. 


resposta da questão 50:[B]
Comentário da questão:
 A palavra setor, na linha 6, refere-se ao grupo de oposição radical à ditadura militar; na linha 18, diz respeito à área de telecomunicações: “Por essa época, ... a TV Globo expandiu-se até se tornar rede nacional e alcançar ... o controle do setor”. 

65 


Tendo em vista o que a charge pretende expressar e a data de sua publicação, dentre as legendas propostas abaixo, a mais adequada para essa charge é: 
a) Suspensão do embargo econômico a Cuba por parte dos EUA. 
b) Devolução aos cubanos da área ocupada pelos EUA em Guantánamo. 
c) Fim do embargo das exportações petrolíferas cubanas. 
d) Retomada das relações diplomáticas entre os EUA e Cuba. 
e) Transferência de todos os presos políticos de Guantánamo, para prisões norte-americanas. 



resposta da questão 50:[D]
Comentário da questão:
 EUA e Cuba romperam relações diplomáticas e comerciais no começo da década de 1960, quando o recém-instalado governo cubano, liderado por Fidel Castro, declarou-se socialista e começou a se aproximar da antiga URSS. Durante a Guerra Fria e mesmo por certo tempo após o fim desse evento histórico, a relação entre os dois países sempre foi difícil. Entretanto, no segundo governo de Barack Obama, uma série de circunstâncias permitiu a aproximação de EUA e Cuba, facilitando o reatamento de relações diplomáticas. Mas o embargo comercial permanece, pois sua eliminação depende do Congresso dos EUA. 

75 

O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo, uma verdadeira invenção; por elo, a vida social e as relações entre os homens tomam uma forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos. 
Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado. 

De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transformações provocadas pelo surgimento da pólis foi 
a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens. 
b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos. 
c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca. 
d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa organização social dificultava a construção de identidades culturais. 
e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros. 


resposta da questão 75:[E]
Comentário da questão:
O surgimento da pólis implicou o conceito de participação de seus cidadãos na vida política, por meio de debates que, na maioria dos casos, levou à consolidação dos princípios democráticos. No plano urbanístico, a criação de espaços de participação da comunidade variou desde os projetos de anfiteatros para as representações dramáticas (uma oportunidade para a difusão de sentimentos cívicos e patrióticos) até a formação da ágora – área central destinada às assembleias de cidadãos. 

76 
Os impérios do mundo antigo tinham ampla abrangência territorial e estruturas politicamente complexas, o que implicava custos crescentes de administração. No caso do Império Romano da Antiguidade, são exemplos desses custos: 
a) as expropriações de terras dos patrícios e a geração de empregos para os plebeus. 
b) os investimentos na melhoria dos serviços de assistência e da previdência social. 
c) as reduções de impostos, que tinham a finalidade de evitar revoltas provinciais e rebeliões populares. 
d) os gastos cotidianos das famílias pobres com alimentação, moradia, educação e saúde. 
e) as despesas militares, a realização de obras públicas e a manutenção de estradas. 


resposta da questão 76:[E]
Comentário da questão:
Com relação às principais despesas que oneravam o Império Romano, é preciso lembrar que elas constituíam uma característica permanente de sua administração, antecedendo portanto a instituição da estrutura imperial propriamente dita, em 27 a.C. (criação do Principado, a ser exercido por Caio Otávio). Com efeito, desde o período da Realeza (753-509 a.C.), e principalmente durante a República (509-27 a.C.), as autoridades romanas sempre cuidaram da construção de obras públicas e da abertura de estradas, muitas delas pavimentadas. Quanto aos gastos militares, tratava-se de uma constante no orçamento de Roma, dada a relevância de sua política expansionista e imperialista. 

77 
Assim como o camponês, o mercador está a princípio submetido, na sua atividade profissional, ao tempo meteorológico, ao ciclo dos estações, à imprevisibilidade das intempéries e dos cataclismos naturais. Como, durante muito tempo, não houve nesse domínio senão necessidade de submissão à ordem da natureza e de Deus, o mercador só teve como meio de ação as preces e as práticas supersticiosas. Mas, quando se organiza uma rede comercial, o tempo se torna objeto de medida. A duração de uma viagem por mar ou por terra, ou de um lugar para outro, o problema dos preços que, no curso de uma mesma operação comercial, mais ainda quando o circuito se complica, sobem ou descem – tudo isso se impõe cada vez mais à sua atenção. Mudança também importante: o mercador descobre o preço do tempo no mesmo momento em que ele explora o espaço, pois para ele a duração essencial é aquela de um trajeto. 
Jacques le Goff. Para uma outra Idade Média. Petrópolis, Vozes, 2013. Adaptado. 

O texto associa a mudança da percepção do tempo pelos mercadores medievais ao 
a) respeito estrito aos princípios do livre-comércio, que determinavam a obediência às regras internacionais de circulação de mercadorias. 
b) crescimento das relações mercantis, que passaram a envolver territórios mais amplos e distâncias mais longas. 
c) aumento da navegação oceânica, que permitiu o estabelecimento de relações comerciais regulares com a América. 
d) avanço das superstições na Europa ocidental, que se difundiram a partir de contatos com povos do leste desse continente e da Ásia. 
e) aparecimento dos relógios, que foram inventados para calcular a duração das viagens ultramarinas.



resposta da questão 77:[B]
Comentário da questão:
Interpretação de texto. O autor refere-se ao Renascimento Comercial e Urbano da Baixa Idade Média, quando a ampliação das atividades mercantis que se seguiu às Cruzadas passou a exigir não só um planejamento mais acurado, mas também um cálculo adequado dos custos e lucros das operações – cálculo que naturalmente implicava a utilização de sistemas de contagem de tempo e de distâncias a serem percorridas.



78

A exploração da mão de obra escrava, o tráfico negreiro e o imperialismo criaram conflitivas e duradouras relações de aproximação entre os continentes africano e europeu. Muitos países da África, mesmo depois de terem se tornado independentes, continuaram usando a língua dos colonizadores. O português, por exemplo, é língua oficial de 
a) Camarões, Angola e África do Sul. 
b) Serra Leoa, Nigéria e África do Sul. 
c) Angola, Moçambique e Cabo Verde. 
d) Cabo Verde, Serra Leoa e Sudão. 
e) Camarões, Congo e Zimbábue


resposta da questão 78:[C]
Comentário da questão:
Os Estados africanos que resultaram da colonização portuguesa e que por isso permanecem lusófonos, apesar da ocorrência paralela de línguas nativas, são cinco: os três citados, mais Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. 


79

A imagem pode ser corretamente lida como uma 
a) defesa do mercantilismo e do protecionismo comercial ingleses, ameaçados pela cobiça de outros impérios, sobretudo o francês. 
b) crítica à monarquia inglesa, vista, no contexto da expansão revolucionária francesa, como opressora da própria sociedade inglesa. 
c) alegoria das pretensões francesas sobre a Inglaterra, já que Napoleão Bonaparte era frequentemente considerado, pela burguesia, um líder revolucionário ateu. 
d) apologia da monarquia e da igreja inglesas, contrárias à laicização da política e dos costumes típicos da Europa da época. 
e) propaganda de setores comerciais ingleses, defensores dos monopólios comerciais e contrários ao livre cambismo que, à época, ganhava força no país. 


resposta da questão 79:[B]
Comentário da questão:
 O pintor Jacques-Louis David foi um admirador da Revolução Francesa, principalmente na popular liderada por Robespierre, embora mais tarde se tenha dedicado a exaltar a figura de Napoleão. Considerando que a obra apresentada é de 1794, quando a França lutava contra uma coalizão europeia que incluía a Inglaterra, entende-se que o artista tenha criticado a monarquia inglesa (tida na época como liberal e representada na gravura por símbolos como a coroa e o cetro), apresentando-a como um monstro que oprime seus próprios cidadãos. 


80 
Somos produto de 500 anos de luta: primeiro, contra escravidão, na Guerra de Independência contra a Espanha, encabeçada pelos insurgentes; depois, para evitar sermos absorvidos pelo expansionismo norte-americano; em seguida, para promulgar nossa Constituição e expulsar o Império Francês de nosso solo; depois, a ditadura porfirista nos negou a aplicação justa das leis de Reforma e o povo se rebelou criando seus próprios líderes; assim surgiram Villa e Zapata, homens pobres como nós, a quem se negou a preparação mais elementar, para assim utilizar-nos como bucha de canhão e saquear as riquezas de nossa pátria, sem importar que estejamos morrendo de fome e enfermidades curáveis, sem importar que não tenhamos nada, absolutamente nada, nem um teto digno, nem terra, nem trabalho, nem saúde, nem alimentação, nem educação, sem ter direito a eleger livre e democrática mente nossas autoridades, sem independência dos estrangeiros, sem paz nem justiça para nós e nosso filhos. 

“Primeira declaração da Selva Lacandona” (janeiro de 1994), in Massimo di Felice e Cristoval Muñoz (orgs.). A revolução invencível. Subcomandante Marcos e Exército Zapatista de Libertação Nacional. Cartas e comunicados. São Paulo: Boitempo, 1998. Adaptado. 

O documento, divulgado no início de 1994 pelo Exército zapatista de Libertação Nacional, refere-se, entre outros processos históricos, à 
a) luta de independência contra a Espanha, no início do século XIX, que erradicou o trabalho livre indígena e fundou a primeira república na América. 
b) colonização francesa do território mexicano, entre os séculos XVI e XIX, que implantou o trabalho escravo indígena na mineração. 
c) reforma liberal, na metade do século XX, quando a Igreja Católica passou a controlar quase todo o território mexicano. 
d) guerra entre Estados Unidos e México, em meados do século XIX, em que o México perdeu quase metade de seu território. 
e) ditadura militar, no final do século XIX, que devolveu às comunidades indígenas do México as terras expropriadas e rompeu com o capitalismo internacional. 


resposta da questão 80:[D] 
Comentário da questão:
O texto menciona vários momentos da história mexicana, destacando a participação das camadas populares, expressiva mas quase sempre frustrada em seus objetivos. Entre os episódios mencionados, a questão situa corretamente a guerra entre Estados Unidos e México, travada em 1846-48, na qual a potência norte-americana apoderou-se de vastos territórios mexicanos, desde a fronteira com o Texas até o litoral do Pacífico. Obs.: o Exército Zapatista de Libertação Nacional evoca a figura de Emiliano Zapata (1879-1919) como símbolo da luta do campesinato mexicano pela terra.


81 
O processo de expansão das características multilaterais do sistema ocidental nas diversas áreas do mundo conheceu crescente impasse a partir do início do novo século. A sustentabilidade de um sistema substancialmente unipolar mostrou-se cada vez mais crítica, precisamente em face das transformações estruturais, ligadas, antes de mais nada, ao crescimento econômico da Ásia, que pareciam complementar e sustentar a ordem mundial do pós-Guerra Fria. A ameaça do fundamentalismo islâmico e do terrorismo internacional dividiu o Ocidente. O papel de pilar dos Estados Unidos oscilou entre um unilateralismo imperial, tendendo a renegar as próprias características da hegemonia, e um novo multilateralismo, ainda a ser pensado e definido. 

Silvio Pons. A revolução global: história do comunismo internacional (1917-1991). Rio de Janeiro’ Contraponto, 2014. 

O texto propõe uma interpretação do cenário internacional no princípio do século XXI e afirma a necessidade de se 
a) valorizar a liderança norte-americana sobre o Ocidente, pois apenas os Estados Unidos dispõem de recursos financeiros e militares para assegurar a nova ordem mundial. 
b) reconhecer a falência do modelo comunista, hegemônico durante a Guerra Fria, e aceitar a vitória do capitalismo e da lógica multilateral que se constituiu a partir do final do século XX. 
c) combater o terrorismo islâmico, pois ele representa a principal ameaça à estabilidade e à harmonia econômica e política entre os Estados nacionais. 
d) reavaliar o sentido da chamada globalização, pois a hegemonia política e financeira norte-americana tem enfrentado impasses e resistências. 
e) identificar o crescimento vertiginoso da China e reconhecer o atual predomínio econômico e financeiro dos países do Oriente na nova ordem mundial. 


resposta da questão 81:[D]
Comentário da questão:

Tendo em vista o fim do chamado “socialismo real” e a presumida implantação de uma hegemonia unilateral dos Estados Unidos sobre um mundo globalizado, o autor aponta para a necessidade de se reestudar essa avaliação. Com efeito, os Estados Unidos vêm enfrentando dificuldades na imposição de sua supremacia, seja no plano político-militar (problemas no Afeganis tão, no Iraque e na Síria), seja no econômico (crescimento da economia chinesa), seja ainda no plano mais difuso do combate ao terrorismo. 


82 
Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir. 

Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954. 

O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. 
Seu conteúdo mostra 
a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias. 
b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América. 
c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas. 
d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América. 
e) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno do combate à pirataria francesa.

resposta da questão 82:[A]
Comentário da questão: 
Alternativa escolhida por eliminação, pois emprega dois termos inadequados para se referir ao contrabando de pau-brasil realizado pelos franceses no litoral brasileiro: “persistência”, que dá ideia de continuidade, quando na verdade se tratava de uma atividade intermitente; e “ataques”, que dá ideia de ação militar agressiva, o que também não ocorria, dado o bom relacionamento dos franceses com os indígenas. 



83
Examine o gráfico 

O gráfico fornece elementos para afirmar: 
a) A despeito de uma ligeira elevação, o tráfico negreiro em direção ao Brasil era pouco significativo nas primeiras décadas do século XIX, pois a mão de obra livre já estava em franca expansão no país. 
b) As grandes turbulências mundiais de finais do século XVIII e de começos do XIX prejudicaram a economia do Brasil, fortemente dependente do trabalho escravo, mas incapaz de obter fornecimento regular e estável dessa mão de obra. 
c) Não obstante pressões britânicas contra o tráfico negreiro em direção ao Brasil, ele se manteve alto, contribuindo para que a ordem nacional surgida com a Independência fosse escravista. 
d) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado. 
e) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as imposições favoráveis ao trabalho livre. 

resposta da questão 83:[C]
Comentário da questão:
Analisando-se o gráfico é perceptível a crescente importância que a mão-de-obra escrava assumiu ao longo do século XIX no Brasil, tento o tráfico negreiro crescido quase de forma ininterrupta a partir da independência, com uma forte inflexão em 1829. Desde o reconhecimento britânico da independência brasileira em 1824, quando o governo imperial se comprometeu a encerrar o tráfico de escravos em 7 anos, a pressão britânica crescera, porém sem sucesso para impedir que a economia imperial se mantivesse atrelada aos trabalho escravo já determinante no período colonial.


84 
Na Belle Époque brasileira, que difusamente coincidiu com o transição para o regime republicano, surgiram aquelas perguntas cruciais, envoltas no oxigênio mental da época, muitas das quais, contudo, nos incomodam até hoje: como construir uma nação se não tínhamos uma população definida ou um tipo definido? Frente àquele amálgama de passado e futuro, alimentado e realimen - tado pela República, quem era o brasileiro? (...) Inúmeras tentativas de respostas a todas estas questões mobilizaram os intelectuais brasileiros durante várias décadas. 

Elias Thomé Saliba. Raízes do riso. São Paulo Companhia das Letras. 2002. 

Entre as tentativas de responder, durante a Belle Époque brasileira, às dúvidas mencionadas no texto, é correto incluir 
a) as explicações positivistas e evolucionistas sobre o impacto da mistura de raças na formação do caráter nacional brasileiro. 
b) os projetos de valorização dos vínculos entre o caráter nacional brasileiro e os produtos da indústria cultural norte-americana. 
c) o reconhecimento e a celebração da origem africana da maioria dos brasileiros e a rejeição das tradições europeias. 
d) a percepção de que o país estava plenamente inserido na modernidade e havia assumido a condição de potência mundial. 
e) o desejo de retornar ao período anterior à chegada dos europeus e de recuperar padrões culturais e cotidianos indígenas.



resposta da questão 84:[A] 
Comentário da questão:
Em fins do século XIX e início do século XX, a comunidade científica e a intelectualidade em geral foram fortemente influenciadas, no Ocidente, por teorias pseudocientíficas ou meramente cientificistas tais ideias defendiam conceitos elitistas e racistas acerca da espécie e das sociedades humanas. Entre as primeiras, destacou-se o “Darwinismo Social”, que advogava a pretensa superioridade da raça e das sociedades brancas; entre as segundas, vale destacar o Positivismo de Auguste Comte, que exerceu grande influência sobre a intelligentsia brasileira nos primeiros anos da República. 



85 
Paralelamente à abertura da Transamazônica processa-se o trabalho da colonização, realizado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). As pequenas agrovilas se sucedem de vinte em vinte quilômetros à margem da estrada, e nos cem hectares que cada colono recebeu são plantados milho, feijão e arroz. Já no próximo mês começará a plantação de cana-deaçúcar, cujas primeiras mudas, vindas dos canaviais de Sertãozinho, em São Paulo, acabaram de ser distribuídas. Jovens agrônomos, recém-saídos do universidade, orientam os colonos... No meio da selva começam a surgir as agrovilas. Vindos de diferentes regiões do país, os colonos povoam as margens da Transamazônica e espalham pelo chão virgem o verde disciplinado das culturas pioneiras. Os pastos da região são excelentes. 

Revista Manchete. 15 de abril de 1972. 


Segundo o texto, é correto afirmar que a Transamazônica, cuja construção se iniciou no regime militar (1964-1985), representou, inclusive, 
a) um projeto para eliminar o controle nacional e estatal dos recursos naturais da Amazônia, facilitando o avanço de interesses britânicos na região. 
b) um esforço de ampliar as áreas de ocupação na Amazônia e de construir a ideia de que se vivia um período de avanço, integração e crescimento nacional. 
c) uma superação das dificuldades de comunicação e deslocamento entre o Sul e o Norte do país, facilitando a migração e permitindo plena integração entre os oceanos Atlântico e Pacífico. 
d) uma tentativa de reaquecer a economia da borracha, com a criação de rotas de escoamento rápido da produção em direção aos portos do Sudeste. 
e) um projeto de utilização dessa estrada para delimitar as fronteiras entre os estados da região. 



resposta da questão 85:[B]
Comentário da questão: 
O texto se reporta à década de 1970, durante o regime militar, quando foi enfatizada a política de incentivo ao povoamento por meio das agrovilas às margens da rodovia Transamazônica. Tratava-se de um esforço para ampliar as áreas de ocupação na Amazônia, contribuindo para a integração e o crescimento nacional. 







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