sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Correção da avaliação de História

Correção da avaliação de História
1. (FUVEST) A expressão “política do café com leite” é muito utilizada para caracterizar a Primeira República no Brasil.
Sobre essa política, descreva
a) seu funcionamento

b) seu colapso na década de 1920.

2. (UFRN 2009) Analisando a modernização da sociedade brasileira, os historiadores Antônio Paulo Rezende e Maria Thereza Didier afirmam: A década de 1920 foi muito importante, porque representou um momento significativo de reflexão sobre nosso passado e nossa identidade histórica. Apesar do autoritarismo, o povo não assistiu passivamente à ação de seus governantes;  não se entregou a uma apatia desmobilizante nem se submeteu à vontade quase imperial dos coronéis.
REZENDE, Antônio Paulo, DIDIER, Maria Thereza. Rumos da história. São Paulo: Atual, 2005. p. 495.

A partir desse fragmento textual,
a) cite e explique três elementos que caracterizam o poder político vigente, no Brasil, na década de 1920.

b) cite e explique duas manifestações sociais contrárias ao poder político vigente ocorridas nesse período.


3. (UNESP) Na Primeira República (1889-1930) houve a reprodução de muitos aspectos da estrutura econômica e social constituída nos séculos anteriores. Noutros termos, no final do século XIX e início do XX conviveram, simultaneamente, transformações e permanências históricas.

(Francisco de Oliveira. Herança econômica do Segundo Império, 1985.)

O texto sustenta que a Primeira República brasileira foi caracterizada por permanências e mudanças históricas. De maneira geral, o período republicano, iniciado em 1889 e que se estendeu até 1930, foi caracterizado

a) pela predominância dos interesses dos industriais, com a exportação de bens duráveis e de capital.
b) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos antigos monarquistas.
c) pelo poder político da oligarquia rural e pela economia de exportação de produtos primários.
d) pela instituição de uma democracia socialista graças à pressão exercida pelos operários anarquistas.
e) pelo planejamento econômico feito pelo Estado, que protegia os preços dos produtos manufaturados.

4.  Leia o trecho a seguir: 
“Os autores que veem coronelismo no meio urbano e em fases recentes da história do país estão falando simplesmente de clientelismo. As relações clientelísticas, nesse caso, dispensam a presença do coronel, pois ela se dá entre o governo, ou políticos, e setores pobres da população. Deputados trocam votos por empregos e serviços públicos que conseguem graças à sua capacidade de influir sobre o Poder Executivo. Nesse sentido, é possível mesmo dizer que o clientelismo se ampliou com o fim do coronelismo e que ele aumenta com o decréscimo do mandonismo. À medida que os chefes políticos locais perdem a capacidade de controlar os votos da população, eles deixam de ser parceiros interessantes para o governo, que passa a tratar com os eleitores, transferindo para estes a relação clientelística.”
(CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: Uma Discussão Conceitual. Dados, Rio de Janeiro, v. 40, n. 2, 1997.)

No texto acima, o historiador José Murilo de Carvalho está reivindicando um maior cuidado com o uso do termo “coronelismo” para analisar a história política brasileira, insistindo em não confundir clientelismo com coronelismo. Acompanhando o raciocínio de José Murilo de Carvalho, o coronelismo pode ser identificado como uma política praticada:

a) tipicamente no Sudeste do Brasil, em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, a partir da década de 1970.
b) majoritariamente nos grandes centros urbanos, a partir dos anos 2000.
c) tipicamente no período colonial pelos presidentes das províncias.
d) tipicamente nas regiões do interior do Brasil, com predominância agrária, na época da República Velha, na virada do século XIX para o XX.
e) tipicamente no período imperial por políticos que queriam romper com o poder central do império, sem se estender à República.


5. (ENEM) Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o "coronel" e pelo "coronel". Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social

a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.


GABARITO
resposta da questão 1:
a) “Política do café com leite” é o termo que designa a hegemonia política das oligarquias aliadas de Minas Gerais (leite) e São Paulo (café) na Primeira República brasileira, baseada na chamada política dos governadores, no coronelismo e nos currais eleitorais. 

b) O colapso da política do café com leite e a decorrente revolução de 30 está relacionado à crise de superprodução do café, na década de 1920, que enfraqueceu as oligarquias hegemônicas e ao crescimento de novos “atores sociais” no início do século XX, como o operariado industrial, o movimento tenentista e a burguesia industrial que, juntamente às oligarquias dissidentes, buscavam maior espaço político.

resposta da questão 2: 
a) Poder local controlado pelo coronel – Os grandes proprietários de terras exerciam o controle político dos municípios e articulavam-se às oligarquias dominantes em nível federal. 
• Mecanismo de sustentação do poder coronelístico – O clientelismo e a violência de suas milícias sustentavam o poder dos coronéis, que se valiam de um sistema eleitoral fraudulento, que incluía o “voto de cabresto” e os “currais eleitorais”. 
• Políticas de alianças no plano federal – A “política dos governadores” (troca de favores entre os governos estaduais e o governo federal) e a política do “café-com-leite” (acordos entre oligarcas mineiros e paulistas, com o intuito de controlar a Presidência da República). 

b) Tenentismo – militares se sentiam marginalizados na República e protestavam contra o sistema vigente. Faziam oposição ao governo central. A Revolta do Forte, por exemplo, é um evento tenentista. 
• Coluna Prestes – organizada por Luís Carlos Prestes, a Coluna percorreu diferentes estados brasileiros, denunciando os desmandos do sistema eleitoral. 
• Fundação do PCB – O Partido Comunista Brasileiro, fundado em 1922, protestava contra a situação vivenciada pelo país, em especial, pelo operariado. 
• Organização operária – possibilitou a formação de grandes greves, pois, desde a Proclamação da República, os operários, sobretudo os migrantes, reivindicavam melhorias sociais, como o salário mínimo e a jornada de trabalho de 8 horas diárias. 
• Semana de Arte Moderna – ocorrida de 11 a 18 de fevereiro de 1922, propunha a renovação da cultura e reforçava o nacionalismo. 
• Cangaço – movimento surgido no sertão nordestino em razão das péssimas condições de vida da população desfavorecida economicamente e excluída dos privilégios sociais. 
• Movimento Sufragista – lideranças feministas que reivindicavam maior participação das mulheres no cenário político nacional. A luta pelo direito ao voto constituía a bandeira desse movimento. 
• Criação do BOC – nesse contexto, as organizações operárias marcaram presença no Parlamento brasileiro, a exemplo da formação do Bloco Operário e Camponês, de considerável influência comunista. 

resposta da questão 3:[C]

resposta da questão 4:[D]

Comentário da questão:
O coronelismo ocorreu nas regiões centro-oeste e norte-nordeste (em especial, no sertão), principalmente na época da República Velha (1889-1930), ainda que tenham existido “ecos” de suas estruturas para além desse período.

resposta da questão 5:[E]
Comentário da questão:

 Durante a Primeira República, o Brasil era predominantemente um país agrário. Nesse quadro predominava um fenômeno denominado “coronelismo”, decorrente na enorme concentração de terra nas mãos de poucos fazendeiros que exerciam poder de mando local. Esses chamados “coronéis” garantiam o controle do voto da população de determinadas localidades através do “voto de cabresto”, ou seja, recorria à violência ou a sua influência para obrigar o eleitor a votar no candidato de sua preferência.


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