sábado, 8 de agosto de 2015

Confira a correção das avaliações de História


PRIMEIRA SÉRIE

1. (ENEM) A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos.

LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em 17 abr, 2010.

A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano:
A) A história e a natureza.
B) O exotismo e as culturas.
C) A sociedade e a economia.
D) O comércio e o ambiente.
E) A diversidade e a política.



resposta da questão 1:[B]
Comentário da questão:
O texto ressalta filmes em que a África é vista em uma visão estereotipada, ressaltando seu exotismo e um olhar etnocêntrico desse continente. Por outro lado, tais filmes negligenciam a riqueza cultural dos povos africanos, assim como sua contribuição para a história do homem, construindo uma memória sobre a África partindo de pressupostos preconceituosos e etnocêntricos.

2. (UFSCAR) Observe os versos da canção.
(...) Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão de quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão, é a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão (...)
Êta branco sujão

(Gilberto Gil, "A mão da limpeza")

a) Que origens históricas desencadearam a realidade descrita na letra de música apresentada?


b) Que elementos da atual realidade brasileira estão presentes nessa letra de música?


resposta da questão 2:
a) Origem remota: a adoção do trabalho escravo no Brasil Colônia, prolongando-o até quase ao final do Período Imperial. Origem recente: a não-integração do negro na sociedade de classes e sua consequente marginalização no seio da população brasileira.

b) A presença dos negros em atividades subalternas e mal remuneradas – geralmente em condições de subemprego e relacionadas com o trabalho braçal.


3. (UERJ) O tráfico internacional de escravos africanos movimentou milhares de indivíduos entre os séculos XV e XIX, como ilustra a tabela a seguir.



Descrição: http://www.revista.vestibular.uerj.br/lib/spaw2/uploads/images/Turismo/Turismo_2010_Hist_01.png
Indique a principal contribuição do tráfico negreiro para os interesses mercantis europeus na América durante a colonização.



resposta da questão 3:
O uso da mão de obra escrava de africanos, no período de colonização das terras americanas por governos europeus, foi predominante em regiões onde se instalou a grande lavoura voltada para o mercado externo. O comércio de cativos tornou-se por isso uma atividade extremamente rentável. Assim, grande lavoura e comércio de escravos contribuíram ambos para a acumulação de capitais e expansão das atividades mercantis europeias, propiciando o enriquecimento da burguesia comercial e beneficiando os governos monárquicos promotores da colonização.



4. (CNDL) Observe a imagem abaixo


Descrição: https://html2-f.scribdassets.com/3rce1ecnuo1moxx1/images/2-4ef4ff5416.jpg
a) Explique o motivo pelo qual Portugal adotou a escravidão ao colonizar o Brasil.


b) Explique por que ao adotarem a escravidão escolheram utilizar a escravidão africana.


resposta da questão 4:
a) O aluno poderá mencionar que para atender à demanda do mercantilismo e assim proporcionar mais lucros para a Metrópole a utilização do trabalho escravo era imprescindível. 

b) Pois o tráfico negreiro se converteu em uma atividade extremamente lucrativa, além dos religiosos jesuítas serem contrários à escravização indígena.




5. (FUVEST 2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas.


(Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)

Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil.
IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual.

São corretas apenas as afirmações:
a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V

resposta da questão 5:[B]
Comentário da questão:
De acordo com o texto, fica claro que ainda existem formas análogas ao trabalho escravo no Brasil.



SEGUNDA SÉRIE
1. (UFF)  "O coronelismo é um sistema político, uma complexa rede de relações que vai desde o coronel até o presidente da República, envolvendo compromissos recíprocos. O coronelismo, além disso, é datado historicamente. Na visão de Vitor Nunes Leal ele surge na confluência de um fato político com uma conjuntura econômica. O fato político é o federalismo implantado na República (...) A conjuntura econômica era a decadência econômica dos fazendeiros."
                (Adaptado de CARVALHO, José Murilo de. "Mandonismo, coronelismo e clientelismo: uma discussão conceitual". In: ______. "Pontos e Bordados". Belo Horizonte: UFMG, 1998, p.131-32).

Com base no texto apresentado:
a) Indique o período da História do Brasil em que o Coronelismo teve o seu auge;

b) Levando-se em conta as transformações políticas verificadas no Brasil, compare os regimes políticos baseados no Coronelismo e no Autoritarismo.


resposta da questão 1:
a) República Velha ou Primeira República (1889-1930)

b) Destacar que o Coronelismo é "datado" porque ele se refere ao extremo federalismo vigente na Primeira República que, com a grande autonomia dos estados, dificultava o contato político direto entre os governantes e a população rural, na medida em que entre eles interpunha-se a figura do coronel. Seria em torno dele que os homens do campo e inúmeros agregados viviam, tomando-o como referência de prestígio, riqueza e proteção, embora fossem trabalhadores por ele explorados. Seria esse conjunto de dependentes - eleitores - que propiciava aos coronéis um instrumento para barganhar com os governos estaduais e federal, uma série de benefícios e benesses que lhe seriam concedidos em troca desse "maço de votos de cabresto", fundamental nas eleições republicanas da República Velha. Essa troca era a essência do chamado "compromisso coronelista" que, por um lado, assegurava ao coronel um poder político não mais compatível com sua situação econômica, que era de decadência. Por outro lado, o coronelismo tornou-se o pilar da política dos Governadores, ao assegurar com os votos de cabresto, a manutenção da própria Descentralização Republicana.


2. (ENEM) Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final.

(FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).

A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealizacão de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvi mento no comércio exterior.
(TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).

Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização:

a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças.
b) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período.
c) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.
d) A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias.
e) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.



resposta da questão 2:[C]
Comentário da questão:
De acordo com os textos de Boris Fausto e de Steven Topik, o período conhecido pela historiografia como “República do Café com Leite” – expressão simbólica da aliança entre os dois principais partidos de Minas Gerais e São Paulo –, foi muito mais complexo do que uma simples conciliação do monopólio do poder político entre os estados mais ricos e populosos do país. A cada eleição presidencial essa aliança passava por conflitos de interesses divergentes e precisava ser renovada, demonstrando assim não ser tão sólida. Para os autores o período foi marcado por disputas e relações políticas complexas, o que torna essa visão tradicional simplista e até mesmo errônea.

3. (UERJ)
A Guerra de Canudos, de 1896 a 1897, foi um dos principais conflitos que marcaram o início do período republicano no Brasil. Os prisioneiros retratados na foto são sobreviventes dessa guerra, sertanejos vítimas de exclusão social e política.

Os fatores responsáveis por essa exclusão, naquele contexto, foram:
A) êxodo rural – voto de cabresto
B) desemprego – reação monarquista
C) crise agrícola – sincretismo religioso
D) concentração fundiária – coronelismo
E) migrações internas – industrialização



resposta da questão 3:[D]
Comentário da questão:
A Guerra de Canudos foi um dos conflitos sociais de maior gravidade no contexto dos anos iniciais de implantação da república no Brasil. Envolveu sertanejos pobres e um líder religioso, Antônio Conselheiro, fundadores de uma comunidade onde as condições de vida se diferenciavam das práticas de exclusão social e política, então predominantes naquele momento e pouco alteradas pelo regime republicano. Entre essas práticas, figuravam a concentração da propriedade fundiária e a exploração do trabalhador rural, decorrentes do poder político desfrutado pelos grandes coronéis.


4. (FGV)
Fonte: Civita, V. (ed.) Grandes Personagens da nossa História, vol. IV. São Paulo: Abril 
Cultural, 1970. p. 741-742

Os retratos acima são documentos históricos. Neles temos alguns dos presidentes do início da chamada República Velha. Observe e estabeleça, pelas semelhanças e diferenças, dois conjuntos de retratos. A diversidade entre esses dois conjuntos revela diferentes períodos políticos.
Em seguida responda às questões.
a) O que foi a chamada República da Espada e que forças políticas a sustentaram?



b) Quais as principais características políticas do segundo período da Primeira República?


c) Explique as principais características da política de valorização do café.


resposta da questão 4:
a) Primeira etapa de consolidação da República brasileira. Sustenta-se politicamente pelo militarismo positivista, pelo setor cafeicultor agroexportador sobretudo do oeste paulista e pelas classes médias urbanas republicanas.

b) O período em questão é marcado pela chamada política do café com leite, ou seja, o domínio de São Paulo e Minas Gerais sobre a política nacional e cujo apoio de outras oligarquias regionais era negociado por meio da política dos governadores. Dessa forma, regionalmente, os coronéis asseguravam o controle eleitoral utilizando-se de fraudes e mecanismos de coerção como o “voto de cabresto”.


c) A política de valorização do café se caracteriza pela “socialização das perdas” por meio da ação estatal. Trata-se de promover a manutenção dos lucros dos cafeicultores diante da crise de superprodução. Como medidas pontuais, podemos destacar o “Convênio de Taubaté” que garante a compra de excedentes de café no mercado e as sucessivas desvalorizações cambiais que preservava os lucros do setor agroexportador diante da queda dos preços.


5. (UFSCar) Observe a imagem a seguir
(Tarsila do Amaral. Operários, 1933.)



a) De qual movimento artístico brasileiro faz parte a autora desta obra?


b) Apresente uma justificativa para o fato de a artista, nesta obra, ter retratado rostos de pessoas com características físicas diferentes. 

resposta da questão 5:


a) Tarsila do Amaral fez parte do movimento Modernista.  

b) A artista procurava contrapor-se à ideia de “massa” operária, no sentido de multidão amorfa, vista mais como  números em uma estatística do que como um conjunto de seres humanos.

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