sábado, 20 de junho de 2015

Confira o simulado 2 do segundo bimestre

SIMULADO 2 DO 2º BIMESTRE

PRIMEIRA SÉRIE


Questão 28
De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares [...]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.
Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.


A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:
A) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.
B) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.
C) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.
D) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia.
E) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.


Questão 29
(ENEM)
A primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico dos índios do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos representantes da Coroa portuguesa.
A comparação entre as reproduções possibilita as seguintes afirmações:
I. Os artistas registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil.
II. A antropofagia era parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se fazer justiça entre luso-brasileiros.
III. A comparação das imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”, indígenas e europeus.
Está correto o que se afirma em:
A) I apenas.
B) II apenas.
C) III apenas.
D) I e II apenas.
E) I, II e III.



Questão 30
(UNESP) Observe a figura e leia o texto.
(Reprodução da tela Primeira Missa no Brasil. Vítor Meireles, 1861.)

Chantada a Cruz, com as Armas e a divisa de Vossa Alteza, que  primeiramente lhe pregaram, armaram altar ao pé dela. Ali disse missa o padre Frei Henrique (...). Ali estiveram conosco (...) cinquenta ou sessenta deles, assentados todos de joelhos, assim  como nós. (...) [Na terra], até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal (...) Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E  esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve  lançar.
(Pero Vaz de Caminha. Carta do Achamento do Brasil, 10.05.1500.)
A respeito da tela e do texto, é correto afirmar que
A) demonstram a submissão da monarquia portuguesa à contrarreforma católica.
B) expressam o encantamento dos europeus com a exuberância natural da terra.
C) atestam, como documentos históricos, o caráter conflituoso dos primeiros contatos entre brancos e índios.
D) representam o índio sem idealização, reservando-lhe lugar de destaque no quadro, o que era pouco comum.
E) apresentam uma leitura do passado na qual os portugueses figuram como portadores da civilização.

GABARITO:
QUESTÃO 28: A
QUESTÃO 29: E
QUESTÃO 30: E



SEGUNDA SÉRIE
Questão 31

A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto.
Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da:
A) oferta de mão de obra para a cafeicultura
B) ampliação dos núcleos urbanos no interior
C) continuidade do processo de reforma agrária
D) expansão dos limites territoriais da federação
E) incorporação dos imigrantes nas indústrias do interior


Questão 32
(UERJ)

Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas para o governo do Segundo Reinado tinham a função essencial de:
A) consolidar o poder militar
B) difundir o pensamento liberal
C) garantir a pluralidade política
D) fortalecer a identidade nacional
E) valorizar o pensamento positivista

Questão 33
(UFG)

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. (Coord.) "História da vida privada no Brasil". São Paulo: Companhia das Letras, 1997. v. 2. p. 19.


Essa foto do final do século XIX é um documento demonstrativo do direito de propriedade de pessoas na ordem escravista e expressa diferença social ao enfocar
A) seis personagens trajados com roupas de tonalidades e modelos diferenciados.
B) um homem negro à esquerda do homem branco, com penteado semelhante ao de seu senhor.
C) o último homem à direita do homem branco, com instrumento de trabalho, diferenciando-se dos demais.
D) um homem à direita e outro à esquerda do senhor, fotografados com posturas corporais diferentes.
E) o homem branco, em primeiro plano, destacando-se dos cinco homens negros descalços.



Questão 34
(UFF) A segunda metade do século XIX foi marcada pelo apogeu do cientificismo no mundo ocidental. A Ciência transformava-se na panaceia para todos os males, capaz de indicar soluções para tudo, inclusive prever, controlar e disciplinar os homens e seus comportamentos. Desde o evolucionismo de Darwin até o positivismo de Augusto Comte, a ideia de progresso servia como "bússola" no caminho da modernidade.
À luz dessas informações, indique a opção que define o contexto de introdução das ideias positivistas no Brasil.
A) O Positivismo ganhou destaque no Brasil ao penetrar na Escola Militar do Rio de Janeiro, que preparava jovens oficiais com vistas à abolição da escravidão e à implantação do regime republicano.
B) O Positivismo penetrou no Brasil através da visita de uma missão militar inglesa ao país, atingindo seu apogeu com a proclamação da República por Deodoro da Fonseca, um de seus principais líderes.
C) A ideia de progresso contida no Positivismo baseava-se na crença em um estágio superior da evolução humana a ser atingido, no caso do Brasil, quando toda a população do país fosse alfabetizada e gozasse de cidadania política.
D) O Positivismo difundiu-se no Brasil, sobretudo através da juventude militar formada pela Escola da Praia Vermelha, que valorizava o mérito individual e acreditava na Ciência Positiva como religião da humanidade, em oposição ao catolicismo.
E) A difusão do Positivismo no Brasil deveu-se à sua penetração no Exército, envolvendo tanto a juventude militar, quanto suas lideranças formadas pelos oficiais de alta patente, dentre eles, Deodoro da Fonseca e Caxias.



GABARITO

QUESTÃO 31: A
Comentário da questão:
No início do século XX, a economia brasileira estava fortemente assentada sobre a cafeicultura, setor agrícola com forte expansão em virtude da constante elevação da demanda mundial pelo produto. Paralelamente, o país, que havia abandonado a escravidão no final do século anterior, desenvolveu uma política de imigração, sobretudo europeia, para garantir a oferta de mão de obra necessária a essa atividade. É como parte dessa política nacional que deve ser compreendida a publicação da revista O Immigrante, com textos em seis diferentes idiomas e destinada a oferecer informações selecionadas para os recém-chegados. Com base no fragmento apresentado, constata-se que a finalidade das ações governamentais de estímulo e apoio à vinda de imigrantes era a de prover trabalhadores para o campo. Note-se que somente os migrantes destinados à lavoura fariam jus ao reembolso do valor gasto com a passagem desde o país de origem.
QUESTÃO 32: D

Comentário da questão:
Um dos principais desafios do governo imperial do século XIX foi a construção da identidade nacional brasileira, de forma a torná-la significativamente distinta daquela associada à herança portuguesa. Em uma sociedade iletrada, a iconografia tinha papel particularmente importante como meio de comunicação de ideias, tendo sido a pintura histórica utilizada com a finalidade, apontada no texto, de contribuir para a construção de um glorioso passado nacional em comum, de maneira a soldar o imaginário popular com os grandes eventos coletivos. A imagem das duas telas apresentadas constitui bons exemplos desse caráter utilitário da pintura histórica. Em “A fala do trono”, a figura imponente do imperador é instrumento dessa construção identitária, fundamental em um regime monárquico no qual o sentimento de pertencimento ao coletivo social é indissociável da condição de súdito. Já a obra “Batalha Naval do Riachuelo” exemplifica uma série de pinturas que representam esse passado épico nacional, associando-o a guerras e a heróis do país, destacados na historiografia brasileira da época.
QUESTÃO 33: E

QUESTÃO 34: A


TERCEIRA SÉRIE


QUESTÃO 31
(ENEM)






Lord Willingdon's Dilemma (Foto: Disponível em: www.gandhiserve.org. Acesso em: 21 nov.2011.)Lord Willingdon's Dilemma (Disponível em: www.gandhiserve.org. Acesso em: 21 nov.2011.)



Lord Willingdon's Dilemma (Disponível em: www.gandhiserve.org. Acesso em: 21 nov.2011.)

O cartum, publicado em 1932, ironiza as consequências sociais das constantes prisões de Mahatma Gandhi pelas autoridades britânicas, na Índia, demonstrando
A) a ineficiência do sistema judiciário inglês no território indiano.
B) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi.
C) o caráter violento das manifestações hindus frente à ação inglesa.
D) a impossibilidade de deter o movimento liderado por Gandhi.
E) a indiferença das autoridades britânicas frente ao apelo popular hindu.



QUESTÃO 32
(ENEM)
A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965-1975), conflito militar cuja cobertura jornalística utilizou, em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos papéis exercidos pelos meios de comunicação na cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi demonstrar
A) as diferenças culturais existentes entre norte-americanos e vietnamitas.
B) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da América.
C) divulgar valores que questionavam as ações do governo vietnamita.
D) defender a necessidade de intervenções armadas em países comunistas.
E) denunciar os abusos cometidos pela intervenção militar norte-americana.



QUESTÃO 33
(ENEM) A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem vulgares, mas de muito sucesso, como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a África parece um lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a contar com elenco de seres humanos.
LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê. Disponível em: http://noticias.uol.com.br. Acesso em 17 abr, 2010.
A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia, respectivamente, os seguintes aspectos do continente africano:
A) A história e a natureza.
B) O exotismo e as culturas.
C) A sociedade e a economia.
D) O comércio e o ambiente.
E) A diversidade e a política.







QUESTÃO 34
(UERJ) Uma das contradições que afetam as sociedades africanas é a não correspondência entre as fronteiras territoriais dos diversos Estados-nacionais e as divisões entre grupos étnicos locais, como se observa no mapa abaixo:
Na maioria dos países africanos, essa contradição provoca, principalmente, o seguinte efeito:
(A) déficit comercial
(B) instabilidade política
(C) degradação ambiental
(D) dependência financeira
(E) desenvolvimento econômico

GABARITO
QUESTÃO 31: D
Comentário da questão:
Mahatma Gandhi foi um influente líder da independência indiana frente ao imperialismo inglês e fundador do princípio que acreditava na resistência pacífica como forma de protesto e de mudança social. A charge demonstra a inutilidade das prisões a Gandhi, feitas pelo governo britânico frente à permanência de inúmeras manifestações pacíficas que levaram a Índia à independência em 1947.
QUESTÃO 32: E
QUESTÃO 33: B
Comentário da questão:
O texto apresenta uma visão crítica acerca da forma como a cultura e o povo africano são retratados pelas produções hollywoodianas. Ao retratar a África como “o lugar cheio de tribos doidas”, os filmes exaltam o exotismo (entendido como diferente) e não busca compreender os reais significados destas culturas.
QUESTÃO 34: B
 Comentário da questão:
A expansão imperialista europeia na África, no decorrer do século XIX, ocasionou a constituição de áreas de influência e dominação colonial cujas fronteiras territoriais, na maioria dos casos, não coincidiam com as divisões linguísticas e étnicas dos povos locais. No curso das lutas de descolonização, nas décadas de 1950 a 1970, e dos processos de constituição de muitos dos Estados-nacionais que integram a África na atualidade, as fronteiras territoriais desses Estados estruturaram-se a partir das heranças da dominação imperialista europeia. Duas consequências principais se destacam nesse contexto: por um lado, as diversidades étnicas no interior de diversos territórios nacionais, em especial nas regiões da África Central, associaram-se a polaridades entre grupos e partidos políticos, muitas vezes em constante disputa pelo controle da direção do poder estatal; por outro lado, a diversidade étnica de determinadas regiões se manifesta também na emergência de reivindicações pelo reconhecimento da autonomia de grupos específicos. Esse panorama indica o quanto as diferenças entre fronteiras étnicas e nacionais no continente africano, herança direta do imperialismo e da descolonização, contribuíram para a instabilidade política de diversos países.



Avaliação de História Segunda chamada do segundo bimestre

Avaliação de História Segunda chamada do segundo bimestre
  
PRIMEIRA SÉRIE

1. (PITÁGORAS) Nas colônias inglesas da América do Norte, a procura de mão de obra sempre foi grande. As pessoas pobres da Inglaterra que iam para as colônias se sujeitavam aos mais injustos contratos de trabalho.
Sobre essas formas de trabalho, podemos considerar VERDADEIRA a seguinte alternativa:
a) No sul, predominou a mão de obra livre.
b) No Norte predominou a mão de obra escrava.
c) No Norte predominou a servidão.
d) No sul predominou a escravidão negra.
e) No sul predominou a servidão temporária.



Resposta: [D]
Comentário da questão:
Ao sul das Treze Colônias predominaram as chamadas "Colônias de Exploração" caracterizadas pela plantation monocultura e escravista com produção voltada para a exportação.


2. (UNICAMP) O mapa adiante ilustra o comércio triangular realizado pelos habitantes das colônias do norte dos Estados Unidos, durante o período de colonização da América.


a) Observando o mapa, descreva esse comércio.
         

b) Explique por que outros produtos lucrativos, como o tabaco e o algodão, não participavam desse comércio.

Resposta: 
a) Comércio triangular era uma forma de comércio muito lucrativa que incluía três lugares: a América do Norte, as Antilhas e a África. 


b) Pois eram produtos que a Inglaterra comercializava, tendo assim uma maior fiscalização.
   
3. (FATEC) Dentre as características gerais do período pré-colonizador destaca-se
a) o grande interesse pela terra, pois as comunidades primitivas do nosso litoral produziam excedentes comercializados pela burguesia mercantil portuguesa.
b) o extermínio de tribos e a escravização dos nativos, efeitos diretos da ocupação com base na grande lavoura.
c) a montagem de estabelecimentos provisórios em diferentes pontos da costa, onde eram amontoadas as toras de pau-brasil, para serem enviadas à Europa.
d) a distribuição de lotes de terras a fidalgos e funcionários do Estado português, copiando-se a experiência realizada em ilhas do Atlântico.
e) a implantação da agromanufatura açucareira, iniciada com construção do Engenho do Senhor Governador, em 1533, em São Vicente.



resposta:[C]
Comentário da questão:
O período pré-colonial do Brasil (1500 a 1530), é o período que vai da descoberta do Brasil pelos portugueses até o início do povoamento e colonização efetiva do território com a expedição de Martim Afonso de Sousa (1532). O período foi marcado pelos primeiros contatos com os indígenas, por expedições exploratórias e de patrulha portuguesas e pelos choques com corsários, principalmente franceses, que competiam pela exploração do pau-brasil e o domínio sobre a terra.


4. (UFSCar) O primeiro documento escrito sobre o "achamento do Brasil" pelos navegantes portugueses assim se refere, numa passagem, aos costumes da população nativa: "Eles não lavram, nem criam, nem há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem outra nenhuma alimária, que costumada seja ao viver dos homens; nem comem senão desse inhame que aqui há muito e dessa semente e fruitos que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto com quanto trigo e legumes comemos."
(CARTA A EL-REI DOM MANOEL SOBRE O ACHAMENTO DO BRASIL. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1974, p.73-75.)

a) Qual é o nome do autor deste documento?
          
b) O pequeno trecho apresentado demonstra que o contato entre os europeus e os habitantes da América não deveria limitar-se a uma relação estritamente econômica. A partir de que critérios o autor enxergou e analisou os homens da terra e a que conclusão chegou sobre a sua própria sociedade, a europeia, ao observar esta nova gente?



Resposta:
a) Pero Vaz de Caminha.

b) O autor pautou-se em critérios econômicos estabelecendo que os nativos viviam da caça e coleta, não sendo portanto conhecedores da economia agropastoril.
O autor concluiu que a alimentação dava aos nativos a condição de mais saudáveis que os europeus, salientando ao rei a possibilidade de se aprender algo com essas pessoas.
         
5. (UNESP) O Brasil foi dividido em quinze quinhões, por uma série de linhas paralelas ao equador que iam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, sendo os quinhões entregues (...) [a] um grupo diversificado, no qual havia gente da pequena nobreza, burocratas e comerciantes, tendo em comum suas ligações com a Coroa.
(B. Fausto, "História do Brasil".)
No texto, o historiador refere-se às
a) câmaras setoriais.
b) sesmarias.
c) colônias de povoamento.
d) capitanias hereditárias.
e) controladorias.


Resposta:[D]
As capitanias foram uma forma de administração territorial do império português pela qual a Coroa, com recursos limitados, delegou a tarefa de colonização e exploração de determinadas áreas a particulares, através da doação de lotes de terra, sistema utilizado inicialmente com sucesso na exploração das ilhas atlânticas. No Brasil este sistema ficou conhecido como capitanias hereditárias, tendo vigorado, sob diversas formas, durante o período colonial, do início do século XVI até ao século XVIII, quando o sistema de hereditariedade foi extinto pelo Marquês de Pombal, em 1759 (a hereditariedade foi abolida, mas a denominação capitania ainda não).




SEGUNDA SÉRIE
1. (UFSCAR) Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado em 1883.
Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, como o de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a mesma.
("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.)
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.
                                         
b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão começou a mudar após 1871?
                                     

Resposta:
a) Em setembro de 1871, os deputados aprovaram, numa perspectiva de emancipação gradual dos cativos, a Lei do Ventre Livre, que declarava libertos os filhos de mulher escrava que nascessem no país a partir da promulgação da lei. Os filhos ficariam sob a guarda do senhor até a idade de 8 anos. A partir de então, o senhor poderia libertá-los, em troca de títulos públicos, ou se utilizar gratuitamente de seus serviços até completarem 21 anos. Na realidade, a Lei do Ventre Livre pretendia esvaziar o movimento abolicionista e, ao mesmo tempo, garantir aos proprietários de terra uma transição segura para o trabalho assalariado. Essa lei teve pouca eficácia. Para se ter uma ideia, o número de crianças libertas em 1879 e 1880, quando teriam alcançado os 8 anos, era insignificante. Até o final de 1880, apenas 4.500 escravos haviam sido libertados pelo Fundo de Emancipação, isto é, apenas 0,3% da população escrava do país naquele ano.  


b) O autor considera que a aprovação da referida lei contribuiu para intensificar o processo de abolição na medida em que o preço do escravo elevou-se como já havia elevado anteriormente após a decretação da lei que proibia o tráfico internacional de escravos. 



2. (UNICAMP) Durante o período colonial brasileiro, as mulheres viviam trancadas em casa. No Império, podiam ser vistas nas ruas desde que acompanhadas por seus pais ou maridos. No século XX, entretanto, as mulheres começaram a romper o círculo fechado em que estavam confinadas.
a) Defina e explique o sistema de família que vigorou no período colonial e imperial.
             
b) Que condições explicam a possibilidade de uma maior liberdade para as mulheres no século XX?


Resposta: 
a) O sistema de família que vigorou no período colonial e imperial foi o paternalista, no qual o homem era o "chefe" da família e a mulher era submissa à ele. 

b) No século XX as mulheres mudaram de concepção e partiram para o mercado de trabalho, criando assim uma nova visão da mulher, com uma postura bem mais liberal.
                                            
3. (FUVEST) No tocante à economia açucareira do Brasil, ao longo do século XIX, podemos afirmar que
a) praticamente desapareceu, pois o café se tornou o produto quase exclusivo das exportações.
b) regrediu consideravelmente devido à concorrência norte-americana e à introdução do açúcar de beterraba na Europa.
c) conheceu um relativo renascimento, graças ao fim da exploração em grande escala de metais preciosos que drenava todos os recursos.
d) ficou estagnada, acompanhando o baixo nível das atividades econômicas em declínio após o fim da exploração de metais preciosos em grande escala.
e) regrediu consideravelmente devido à concorrência antilhana e à introdução de açúcar de beterraba na Europa.




Resposta:[E]
Comentário da questão:
 Um produto que voltava ao mercado, e que por essa razão teve a sua produção novamente estimulada, foi o açúcar, neste momento favorecido pela decadência da produção antilhana, inclusive com a abolição do tráfico negreiro para a Jamaica. O Brasil passava a ser o terceiro produtor mundial de açúcar de cana, com destaque para a produção da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro.


4. (UFC) Em 29 de maio de 1829, oficiais ingleses abordaram o navio Veloz. "Os diários de bordo e mais papéis do Capitão foram examinados... estavam em ordem. O número de pessoas transportadas obedecia ao que estipulava a lei..."
GÓES José Roberto Pinto de, Cordeiros de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos, em: Marco. A. Pamplona (org.) Escravidão, exclusão e cidadania. Rio de Janeiro, Access, 2001, p. 23

Com base no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre o tráfico de escravos, durante o Império.
a) A Inglaterra vistoriava os navios para impedir o contrabando de produtos que pudessem concorrer com as manufaturas inglesas.
b) Os traficantes de escravos obedeceram aos tratados e leis firmados com a Inglaterra, inclusive os compromissos assumidos por Portugal, a partir da transferência da Corte.
c) Portugal tinha se comprometido a limitar a prática do tráfico ao sul do Equador e, desde então, a Inglaterra tinha o direito de vigiar pelo cumprimento dos acordos firmados.
d) Tratados firmados entre o Brasil e a Angola proibiam o tráfico ao sul do equador.
e) Os tratados assinados, em 1810 e 1831, permitiam aos piratas de Sua Majestade sequestrar carregamentos de escravos e levá-los para as plantações do Caribe.


Resposta:[C]
Comentário da questão:
Os interesses do Governo da Inglaterra em relação à extinção do tráfico negreiro intercontinental estiveram presentes no Brasil desde a instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro. A princípio a Inglaterra agiu buscando restringir as áreas de atuação do tráfico que entendia ser ilícito.

5. (FUVEST) "Naquela época não tinha maquinaria, meu pai trabalhava na enxada. Meu pai era de Modena, minha mãe era de Capri e ficaram muito tempo na roça. Depois a família veio morar nessa travessa da avenida Paulista; agora está tudo mudado, já não entendo nada dessas ruas".
Esse trecho de um depoimento de um descendente de imigrante, transcrito na obra MEMÓRIA E SOCIEDADE, de Ecléa Bosi, constitui um documento importante para a análise
a) do processo de crescimento urbano paulista no início do século atual, que desencadeou crises constantes entre fazendeiros de café e industriais.
b) da imigração europeia para o Brasil, organizada pelos fazendeiros de café nas primeiras décadas do século XX, baseada em contratos de trabalho conhecidos como "sistema de parceria".
c) da imigração italiana, caracterizada pela contratação de mão-de-obra estrangeira para a lavoura cafeeira, e do posterior processo de migração e de crescimento urbano de São Paulo.
d) do percurso migratório italiano promovido pelos governos italiano e paulista, que organizavam a transferência de trabalhadores rurais para o setor manufatureiro.
e) da crise na produção cafeeira da primeira década do século XX, que forçou os fazendeiros paulistas a desempregar milhares de imigrantes italianos, acelerando o processo de industrialização.


Resposta:[C]
Comentário da questão:

As histórias dos personagens de Bosi mostram que a função social exercida durante a vida ocupa parte significativa da memória dos velhos, e isso não ocorre por acaso. A memória, na velhice, é uma construção de pessoas agora envelhecidas que já trabalharam. Assim, é uma narrativa de homens e mulheres que já não são mais membros ativos da sociedade, mas que já foram. Isso significa que os velhos, apesar de não serem mais propulsores da vida presente de seu grupo social, têm uma nova função social: lembrar e contar para os mais jovens a sua história, de onde eles vieram, o que fizeram e aprenderam. Na velhice, as pessoas tornam-se a memória da família, do grupo, da sociedade.

TERCEIRA SÉRIE
1. (FGV) Entre 1955 e 1973, um grupo de líderes internacionais tentou criar as bases daquilo que ficou conhecido como "movimento dos não-alinhados". A esse respeito é correto afirmar:
a) O movimento procurava estabelecer uma política diplomática independente dos EUA e da União Soviética, as duas superpotências da época.
b) Tratava-se de um movimento de países do Terceiro Mundo, que reunia apenas líderes que não estivessem comprometidos com os interesses da União Soviética.
c) Tratava-se de um movimento que tentava elaborar uma alternativa política à social-democracia europeia e ao comunismo da China e dos países do Leste europeu.
d) Os princípios do movimento, definidos na Conferência de Bandung, em 1955, indicavam o alinhamento dos países do Terceiro Mundo com as chamadas potências desenvolvidas.
e) A Conferência de Belgrado, em 1961, condenou a instauração do regime comunista em Cuba, liderado por Fidel Castro.



Resposta:[A]
Comentário da questão:

 Em 1955, na Conferência de Bandung (Indonésia), os governantes dos países recém-descolonizados reuniram-se para definir uma posição comum diante da bipolarização produzida pela Guerra Fria. Decidiu-se que seria criado um “Terceiro Mundo”, não-alinhado com os EUA capitalistas ou a URSS socialista. Com a adesão de outros líderes ao projeto (Tito, da Iugoslávia; Nehru, da Índia; Nasser, do Egito), o movimento dos “não-alinhados” passou também a ser conhecido como “neutralista”. Essa tendência desmoralizou-se mais tarde, quando os “não-alinhados”, em sua maioria, alinharam-se com a URSS (Fidel Castro chegou a ser presidente do Movimento dos Países Não-Alinhados).



2. (FGV) Durante o período da Guerra Fria, o cenário internacional foi marcado:
a) Pela expansão de regimes comunistas no interior da América Latina e pela Europa Ocidental.
b) Pela bipolarização do poder mundial envolvendo as duas superpotências, União Soviética e Estados Unidos da América.
c) Pela militarização da Alemanha, a despeito das decisões das conferências de Yalta e Potsdam.
d) Pela polarização do mundo em dois blocos compostos por URSS, Inglaterra, EUA e França, contra Alemanha, Itália e Japão.
e) Pelo equilíbrio de forças entre os países desenvolvidos e os países do chamado Terceiro Mundo.


Resposta:[B]
Comentário da questão:

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência.


3. (UERJ)
Na década de 1960, muitas expressões artísticas representaram uma postura crítica frente a problemas da época, em especial os conflitos da Guerra Fria. Um exemplo é o Festival de
Woodstock, ocorrido em 1969 nos E.U.A., em cujo cartaz se lê “Três dias de paz e música”.
Nesse contexto da década de 1960, destacava-se a denúncia sobre:
(A) presença soviética na China
(B) intervenção militar no Vietnã
(C) dominação europeia na África do Sul
(D) exploração econômica no Oriente Médio
(E) apoio dos EUA à formação do Estado de Israel



Resposta:[B]

Comentário da questão:
O contexto da Guerra Fria, instaurado após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi alvo de críticas por parte de diversos movimentos de natureza pacifista, muitos deles associados a manifestações culturais variadas. Na década de 1960, especialmente devido à intervenção norte-americana na Guerra do Vietnã, ampliaram-se tais manifestações pacifistas, traduzidas em obras literárias, cinematográficas e musicais. A circulação e o consumo dessas obras foram consideravelmente ampliados pelas estratégias de marketing e demais veículos de divulgação e distribuição dos meios de comunicação de massa e da indústria cultural. O Festival de Woodstock, ocorrido nos E.U.A., em 1969, inseriu-se nesse contexto, simbolizando, em seu cartaz de apresentação, a relação desejada entre música e paz, princípio forte, entre outros, do movimento hippie na própria sociedade norte-americana.


4. (FUVEST) Índia e China ocupam, no atual cenário mundial, um lugar tão importante que já se fala, entre estudiosos de geopolítica, em denominar o século XXI como o “século asiático”.
Sobre as trajetórias históricas contemporâneas desses dois países, iniciadas, respectivamente, em 1947 e 1949, é possível estabelecer mais de um paralelo, ressaltando semelhanças e contrastes.

Indique o processo histórico
a) da Índia, a partir de 1947, e seus desdobramentos posteriores.
                                         
b) da China, a partir de 1949, e seus desdobramentos posteriores.
                                              


Resposta:


a) Através do pacifismo e da desobediência civil, a Índia tornou-se independente em 1947 graças à liderança de Gandhi. A partir da libertação do colonialismo inglês, a Índia dividiu-se em dois países: um de maioria muçulmana (Paquistão) e outro de maioria hindu (Índia, país hoje de caráter liberal-democrático). A Índia tem um grande território e é o segundo país mais populoso do mundo. Politeísta, com grande índice de analfabetismo, fome, desnutrição, lá ainda persiste uma sociedade de castas. Tornou-se importante o programa nuclear para fins militares (1974), uma forma de igualar-se a vizinhos também possuidores de armas nucleares, como a China e o Paquistão. O desenvolvimento de cultura avançada, como por exemplo a tecnologia de informação, também é destaque da Índia de hoje. 


b) Em 1949, por meio de uma revolução, Mao Tse-tung implantou na China o socialismo. Em princípio, com o apoio soviético, adotou reformas econômicas que nem sempre funcionaram. Em 1960, rompeu com a URSS e seguiu com um modelo próprio (maoísta). Hoje, possui a maior população do planeta, armas atômicas e o maior mercado do mundo em potencial. Emprestando dois termos da história da URSS, podemos dizer que hoje a China possui a "Perestróica" (reestruturação econômica em direção ao capitalismo), porém não a "Glasnost" (não há abertura política). Com certeza, será uma das maiores potências do mundo no século XXI.



5. (FUVEST) A doutrina de Gandhi está sintetizada nestas palavras, dirigidas a um inglês: “Para fazer triunfar a nossa causa, estamos dispostos a derramar o nosso sangue — não o vosso.”
a) Qual era a causa de Gandhi?
                                            
b) Quais os princípios fundamentais de sua doutrina?
                                           
c) Por que no processo de descolonização da Índia, esta não permaneceu unificada?


Resposta:
a) A causa principal de Gandhi dizia respeito à luta pela Independência da Índia.

b) Os princípios fundamentais de sua doutrina foram a resistência pacífica, a não violência e a desobediência civil.

c) Quando a colônia indiana tornou-se independente, instituíram-se um país de maioria muçulmana, o Paquistão, e outro, que hoje é a Índia, destinado à população de origem hindu. À época da independência, a Índia foi desmembrada nos estados: a Índia propriamente dita, o Paquistão e a ilha de Ceilão, conhecida como Sri Lanka.
As questões envolvendo as fronteiras entre Índia e Paquistão são bastante antigas e, até certo ponto, decorreram da política britânica de estimular as rivalidades religiosas e étnicas das populações sob seu domínio.
A posse da região de Caxemira faz parte das disputas fronteiriças travadas pela Índia e Paquistão, sendo, também, reivindicada pela China.
Intensas disputas tiveram lugar nos Estados independentes, e sangrentos conflitos culminaram com a autonomia da parte oriental do Paquistão, originando a República de Bangladesh.

                                           

quinta-feira, 18 de junho de 2015

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Brasil: Uma biografia



Aliando texto acessível e agradável, vasta documentação original e rica iconografia, Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling propõem uma nova (e pouco convencional) história do Brasil.
Nessa travessia de mais de quinhentos anos, se debruçam não somente sobre a “grande história” mas também sobre o cotidiano, a expressão artística e a cultura, as minorias, os ciclos econômicos e os conflitos sociais (muitas vezes subvertendo as datas e os eventos consagrados pela tradição). No fundo da cena, mantêm ainda diálogo constante com aqueles autores que, antes delas, se lançaram na difícil empreitada de tentar interpretar ou, pelo menos, entender o Brasil.
A história que surge dessas páginas é a de um longo processo de embates e avanços sociais inconclusos, em que a construção falhada da cidadania, a herança contraditória da mestiçagem e a violência aparecem como traços persistentes.


“Biografar é, por essência, a tentativa de contar a trajetória de uma determinada existência a partir da observação e do confronto entre duas esferas específicas - a pública e a privada -, sempre na busca de um entendimento mais claro sobre o quanto (e de que modo) ambas se impactaram mutuamente. É isso que propõe este livro: estabelecer conexões entre o pano de fundo da chamada grande história com aspectos do cotidiano, da vida privada e do ambiente artístico e cultural, nos mais diferentes períodos e momentos vividos pelo Brasil e pelos brasileiros. As autoras, com singular competência, conseguem aliar clareza e consistência, densidade e fluidez, rigor histórico e prazer do texto.” - Lira Neto

“Este livro é uma biografia não autorizada de um personagem complexo chamado Brasil. Ele combina com muita qualidade várias facetas desse personagem que se forma e se transforma ao longo de mais de cinco séculos, e continua se transformando até onde a vista pode alcançar.” - Boris Fausto


“Estamos diante de uma biografia não autorizada do Brasil, livre de esquemas rígidos de interpretação, de oficialismos, de preocupações de exaltar ou condenar. Trata-se de relato interpretativo novo, desafiador, vazado em linguagem transparente, alheia a jargões acadêmicos. O leitor reconhecerá nele o país em que vive, com suas luzes e sombras, e se sentirá encorajado a participar da aventura de o construir.” - José Murilo de Carvalho


“Há tempos precisávamos de uma história do Brasil abrangente, sensível e ancorada em pesquisa rigorosa. Um trabalho que ao mesmo tempo reconhecesse os avanços extraordinários dos últimos cinco séculos mas que também tratasse com franqueza dos muitos obstáculos para a constituição de uma cidadania social, política e racial plena. Vem assim muito a calhar este extraordinário tour de force de duas das maiores historiadoras brasileiras da atualidade.” - Kenneth Maxwell