sábado, 21 de setembro de 2013

Concurso PMERJ 2013

Concurso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro - 2013
História do Brasil
Professor: Edenilson Morais
Aula 01
A expansão Ultramarina Portuguesa dos séculos XV e XVI 

Saiba mais sobre a expansão ultramarina europeia assistindo ao vídeo abaixo

Roteiro de estudos: lista de exercícios

1 . (Fuvest 2013)
Não mais, musa, não mais, que a lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.
Luis de Camões.
Os Lusíadas.

a) Cite uma característica típica e uma característica atípica da poesia épica, presentes na estrofe. Justifique.
b) Relacione o conteúdo dessa estrofe com o momento vivido pelo Império Português por volta de 1572, ano da publicação de Os Lusíadas.




2. (Uerj 2013)

 
Nos mapas, estão indicadas as principais rotas comerciais europeias, respectivamente, na Baixa Idade Média e na Idade Moderna. Comparando os, percebem se alterações significativas nesses caminhos a partir do século XVI, provocadas pela chamada Revolução Comercial iniciada no século Indique a mudança provocada pela Revolução Comercial e  duas de suas consequências econômicas, uma para a Europa e outra para os demais continentes conhecidos à época.


3. (Ufrn 2013)
O fragmento textual seguinte se refere a uma característica de sociedades africanas em épocas anteriores à expansão marítima e comercial europeia.
A forma como uma sociedade organiza a distribuição dos bens que produz ou adquire revela muito do caráter desta sociedade, de seus valores, usos e costumes. No caso das sociedades de linhagens da África negra, todo o sistema social estava baseado nas esferas da reciprocidade e da distribuição, como forma de garantir a coesão social do grupo. Os velhos guardam a experiência e o conhecimento dos costumes.
Assim, não era uma sociedade dirigida pelos mais produtivos e dinâmicos (como na lógica capitalista) e, sim, pelos que guardavam a tradição e o saber mágico.


SILVA, Francisco C. T. da. Conquista e colonização da América portuguesa.
In: LINHARES, Maria Yedda (Org.). História geral do Brasil . Rio de Janeiro: Elsevier, 1990.



Ao estabelecer uma comparação entre a organização social expressa no fragmento e as sociedades africanas exploradas pelos europeus à época das Grandes Navegações, é correto afirmar:
a) A organização da sociedade de linhagens sofreu mudanças a partir da generalização do comércio escravista promovida por interesses mercantilistas na África.
b) A existência prévia da escravidão na África possibilitou a manutenção da sociedade de linhagens, sem transformações sociais significativas.
c) O papel social desempenhado pelas lideranças nativas permaneceu inalterado apesar da ampla divulgação do cristianismo entre os povos africanos.
d) O conquistador europeu encarava a organização societária de linhagens como uma ameaça à sua dominação e, por isso, subjugou inicialmente os anciãos.


4. (Ueg 2013)
Leia o fragmento abaixo.
E enquanto o fero ecoar na mente
Da estirpe que em perigos sublimados
Plantou a cruz em cada continente.
BANDEIRA, Manuel. A Camões. In:Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. p. 44.

Tem-se, no fragmento, uma referência
a) à expansão do cristianismo, quando o imperador romano Constantino, vendo uma cruz no céu antes de uma batalha que venceu, converteu-se à nova fé.
b) à Reforma Protestante, quando Martinho Lutero rompeu com a Igreja Católica pregando suas teses na porta da Catedral de Notre Dame, em Paris.

c) às Cruzadas, quando os cristãos invadiram e tomaram Jerusalém, empunhando cruzes e espadas para combater os muçulmanos.
d) às grandes navegações, quando os portugueses marcavam a posse de novos territórios rezando uma missa e erguendo um cruzeiro.


5. (Unicamp 2013)
Alexandre von Humboldt (1769-1859) foi um cientista que analisou o processo das descobertas marítimas do século XVI, classificando
o como um avanço científico ímpar.
A descoberta do Novo Mundo foi marcante porque os trabalhos realizados para conhecer sua geografia tiveram incontestável influência no aperfeiçoamento dos mapas e nos métodos astronômicos para determinar a posição dos lugares. Humboldt constatou a importância das viagens imputando lhes valor científico e histórico.
(Adaptado de H. B. Domingues, “Viagens científicas: descobrimento e colonização no Brasil no século XIX”, em Alda Heizer e Antonio A. Passos Videira, Ciência, Civilização e Império nos trópicos. Rio de Janeiro: Acess Editora, 2001, p. 59.)

Assinale a alternativa correta.
a) O tema dos descobrimentos relaciona-se ao estudo da inferioridade da natureza americana, que justificava a exploração colonial e o trabalho compulsório.
b) Humboldt retoma o marco histórico dos descobrimentos e das viagens marítimas e reconhece suas contribuições para a expansão do conhecimento científico.
c) Os conhecimentos anteriores às proposições de Galileu foram preservados nos mapas, métodos astronômicos e conhecimentos geográficos do mundo resultantes dos descobrimentos.
d) Os descobrimentos tiveram grande repercussão no mundo contemporâneo por estabelecer os parâmetros religiosos e sociais com os quais se explica o processo da independência nas Américas.


6. (Fuvest 2013)
Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde, as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de suas experiências como membro da expedição espanhola liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca. Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do desfiladeiro e depararam se pela primeira vez com o Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos depois, assim descreveram:
“vislumbramos tamanhas maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se nos apresentava diante dos olhos era real”.

Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 15-16. Adaptado.

O texto mostra um aspecto importante da conquista da América pelos espanhóis, a saber,
a) a superioridade cultural dos nativos americanos em relação aos europeus.
b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior convivência entre conquistadores e conquistados.
c) a surpresa dos conquistadores diante de manifestações culturais dos nativos americanos.
d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos contatos culturais e comerciais com os europeus.
e) a rápida desaparição das culturas nativas da América Espanhola.

7. (Upe 2013)
Segundo Alexandre de Freitas, “A globalização caracteriza-se portanto, pela expansão dos fluxos de informações que atingem todos os países, afetando empresas, indivíduos e movimentos sociais, pela aceleração das transações econômicas envolvendo mercadorias, capitais e aplicações financeiras que ultrapassam as fronteiras nacionais — e pela crescente difusão de valores políticos e morais em escala universal”.
BARBOSA, Alexandre de Freitas. O mundo globalizado: política, sociedade e economia. São Paulo: Contexto, 2010, p. 12 e 13.

Com base na definição acima e nos estudos sobre globalização, é CORRETO afirmar que
a) o autor não leva em consideração a internet e a tecnologia para a construção de computadores no processo de globalização.
b) segundo a definição de Freitas, a globalização se restringe aos eventos em escala internacional.
c) a globalização, por sua natureza planetária, é um duro golpe contra a expansão religiosa.
d) há autores que consideram a Expansão Marítima do século XVI como primeiro ato na história do processo de globalização.
e) por suas carências políticas, sociais e financeiras, os países pobres não participam do processo de globalização.



(Mackenzie 2012)
A charge refere-se
a) à organização do Governo Geral, em 1549, dividindo o território brasileiro em extensos lotes de terras, entregues, por sua vez, a nobres portugueses responsáveis pelo início efetivo da colonização do Brasil.
b) às dificuldades encontradas pelo coroa portuguesa no início da colonização do Brasil, uma vez que, em virtude, dentre outros, do fracasso das Capitanias Hereditárias, a colônia sofria constantes ataques de piratas europeus.
c) ao fracasso do Governo Geral, em virtude da corrupção existente na corte portuguesa, transferida para o Brasil, responsável pela concessão de privilégios aos piratas franceses no comércio do pau-brasil.
d) ao Governo Geral, responsável pela efetivação da colonização brasileira, por meio de incentivos aos bandeirantes paulistas, para que ultrapassassem os limites de Tordesilhas e expulsassem os piratas franceses fixados no litoral.
e) às dificuldades encontradas pela coroa portuguesa na efetiva organização da exploração da colônia, uma vez que a abundância de metais preciosos ali despertou, nos piratas europeus, o interesse pelas terras lusas na América.


9. (Ufg 2012)
A expressão “expansão marítima europeia” é utilizada pela historiografia contemporânea, ao tratar dos séculos XV e XVI, para
a) identificar o processo de aquisição de territórios na Europa por meio da drenagem de regiões próximas ao mar, tal como ocorrido nos Países Baixos.
b) caracterizar o domínio político sobre o Oriente, auxiliado pela invenção da pólvora, da bússola e do astrolábio nas universidades europeias.
c) criticar o belicismo europeu que usou o argumento religioso de “combate ao infiel” para justificar suas conquistas territoriais na Ásia.
d) definir o desenvolvimento econômico europeu bem como o
contato e comércio com povos de outros continentes.
e) legitimar a adoção da cultura europeia por parte de outras nações como ação integrante do projeto civilizacional iluminista.


10. (Fuvest 2012)
Deve-se notar que a ênfase dada à faceta cruzadística da expansão portuguesa não implica, de modo algum, que os interesses comerciais estivessem dela ausentes como tampouco o haviam estado das cruzadas do Levante, em boa parte manejadas e financiadas pela burguesia das repúblicas marítimas da Itália. Tão mesclados andavam os desejos de dilatar o território cristão com as aspirações por lucro mercantil que, na sua oração de obediência ao pontífice romano, D. João II não hesitava em mencionar entre os
serviços prestados por Portugal à cristandade o trato do ouro da Mina, “comércio tão santo, tão seguro e tão ativo” que o nome do Salvador, “nunca antes nem de ouvir dizer conhecido”, ressoava agora nas plagas africanas...
Luiz Felipe Thomaz, “D. Manuel, a Índia e o Brasil”. Revista de História (USP), 161, 2º Semestre de 2009, p.16-17. Adaptado.

Com base na afirmação do autor, pode-se dizer que a expansão portuguesa dos séculos XV e XVI foi um empreendimento
a) puramente religioso, bem diferente das cruzadas dos séculos anteriores, já que essas eram, na realidade, grandes empresas comerciais financiadas pela burguesia italiana.
b) ao mesmo tempo religioso e comercial, já que era comum, à época, a concepção de que a expansão da cristandade servia à expansão econômica e vice-versa.
c) por meio do qual os desejos por expansão territorial portuguesa, dilatação da fé cristã e conquista de novos mercados para a economia europeia mostrar-se-iam incompatíveis.
d) militar, assim como as cruzadas dos séculos anteriores, e no qual objetivos econômicos e religiosos surgiriam como complemento apenas ocasional.
e) que visava, exclusivamente, lucrar com o comércio intercontinental, a despeito de, oficialmente, autoridades políticas e religiosas afirmarem que seu único objetivo era a expansão da fé cristã.


11. (Uerj 2012)

Leia.
Uma questão acadêmica, mas interessante, acerca da “descoberta do Brasil é a seguinte: ela resultou de um acidente, de um acaso da sorte? Não, ao que tudo indica. Os defensores da casualidade são hoje uma corrente minoritária. A célebre carta de Caminha não refere a ocorrência de calmarias. Além disso, é difícil aceitar que uma frota com 13 caravelas, bússola e marinheiros experimentados se perdesse em pleno oceano Atlântico e viesse bater nas costas da Bahia por acidente. Rejeitado o acaso como fonte de explicação no que tange aos objetivos da “descoberta”, fica de pé a seguinte pergunta: qual foi, portanto, a finalidade, a intenção da expedição de Cabral?
Adaptado de LOPEZ, Luiz Roberto. História do Brasil colonial. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1983.


Os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI foram processos importantes para a construção do mundo moderno.
A chegada dos portugueses ao Brasil decorre dos projetos que levaram diferentes nações europeias às grandes navegações.
Formule uma resposta à pergunta do autor, ao final do texto: qual foi a finalidade da expedição de Cabral?
Em seguida, cite dois motivos que justificam as grandes navegações marítimas nos séculos XV e XVI.



12. (Upe 2012)
O processo da Expansão Ultramarina acabou por redefinir o mapa mundial nos séculos XV e XVI. Com a descoberta da América e a possibilidade de um melhor conhecimento da África e Ásia, por parte dos europeus, ocorreram várias mudanças na mentalidade europeia. Sobre essa realidade, é correto afirmar que 
a) várias narrativas sobre as terras distantes e exóticas e seus habitantes foram publicadas na Europa, como os escritos de Hans Staden.
b) os espanhóis, logo de início, caracterizaram as descobertas de Colombo, como a chegada a um novo continente até então desconhecido.
c) os portugueses optaram por colonizar a África central, evitando fixarem-se na América.
d) a França e a Inglaterra colheram os lucros pela antecipação às nações ibéricas no processo das descobertas ultramarinas.
e) a Espanha acabou por ocupar boa parte do território africano, dominando assim o tráfico negreiro até fins do século XVIII.


13. (Ufsc 2012)
 Ficheiro:UniversalisCosmographia.jpg

UniversalisCosmographiaSecundumPtholomeiTraditionem e Et Americi Vespucci AliorumLustrationes (mapa mundo) – Martin Waldseemüller, 1507.

As grandes navegações foram responsáveis por transformações importantes, tanto na Europa como nas Américas.
Sobre as grandes navegações, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01) Portugal possui um grande litoral e, consequentemente, só poderia se dedicar ao comércio marítimo: o pioneirismo português nas navegações se deu exclusivamente a uma dádiva natural.
02) Dois importantes concorrentes portugueses nas grandes navegações foram França e Inglaterra que, assim como Portugal, foram países favorecidos pela paz reinante em seus territórios durante os séculos XIV e XV.
04) São consequências importantes das grandes navegações o crescimento de operações comerciais e a diversificação de produtos provenientes das Américas, como o tabaco, o milho, a batata e o cacau.
08) A conquista espanhola nas Américas ocorreu de forma pacífica, uma vez que os incas tiveram a liberdade de exercer suas atividades culturais e econômicas de modo independente da Espanha.
16) Dentre os habitantes das Américas estavam astecas, incas e maias. Os maias desenvolveram um sistema matemático e astronômico bastante apurado.


14. (Fgv 2012)
Leia o texto.
Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais. Os reis de Portugal enviaram numerosas missões diplomáticas a seus homólogos da África ocidental. Assim, entre 1481 e 1495, D. João II de Portugal enviou embaixadas ao rei do Futa, ao koi de Tombuctu e ao mansa do Mali.
Duas missões diplomáticas foram enviadas ao Mali, mostrando a importância que o soberano português atribuía a esse país. A primeira partiu pelo Gâmbia, a segunda partiu do forte de Elmina. O
mansa que as recebeu, Mahmūd, era filho do mansa Ule (Wule) e neto do mansa Mūsa.(...).

Madina Ly Tall, O declínio do Império do Mali. In Djibril Tamsir (editor), História geral da África, IV: África do século XII ao XVI.


No contexto apresentado, o Império português mudou a sua estratégia política, pois
a) encontrou um povo que desconhecia o uso da moeda na prática comercial.
b) descobriu tribos que não passaram pelas etapas do desenvolvimento histórico, como o feudalismo.
c) reconheceu a presença de um Estado marcado por sólidas estruturas políticas.
d) identificou a tendência africana em refutar todas as influências externas ao continente.
e) percebeu na África, em geral, a produção voltada apenas para as trocas ritualísticas.


15. (Espcex (Aman) 2012)
As grandes navegações produziram o expansionismo do século XV e contribuíram para acelerar a transição do feudalismo/capitalismo.
Provocaram mudanças no comércio europeu, tais como:
a) deslocamento do eixo econômico do Atlântico para o Pacífico; ascensão econômica das repúblicas italianas paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas; acúmulo de capitais nas mãos da realeza.
b) perda do monopólio do comércio de especiarias por parte dos italianos; declínio econômico das potências mercantis atlânticas; intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa.
c) empobrecimento da burguesia europeia; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio das potências mercantis atlânticas.
d) intenso afluxo de metais preciosos da América para a Europa, o que determinou a chamada “revolução dos preços do Século XVI”; deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; acúmulo de capitais nas mãos da burguesia europeia, em consequência da abundância de metais que afluiu para a Europa.
e) ascensão econômica das repúblicas italianas, paralelamente ao declínio econômico de países como Portugal, Espanha, Inglaterra e Holanda; incorporação das áreas do continente americano e do litoral africano às rotas já tradicionais de comércio Europa Ásia; acumulação de capitais nas mãos da nobreza e realeza europeias.


Gabarito:
Resposta da questão 1:
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
b) Embora em 1572 o império português estivesse vivenciando seu auge, tornando-se verdadeiramente global, com uma rede de entrepostos que ligava Lisboa a Nagasaki, trazendo enormes riquezas para Portugal, o poeta, nesta estrofe, evidencia o paradoxo entre essa riqueza e a maneira como ela era obtida, através, especialmente, de “cobiça” e “rudeza”.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]
a) Na estrofe que faz parte do epílogo da epopeia “Os Lusíadas”, o poeta dirige-se às musas, declarando-se incapaz de continuar a fazer poesia devido ao ambiente de cobiça e insensibilidade social que o rodeia. A menção a figuras da mitologia é típica da poesia épica que narra os feitos heroicos de um povo de forma grandiloquente e usa a intervenção de seres sobrenaturais para engrandecimento da ação. Também os versos decassílabos dispostos em esquema rimático ABABABABCC refletem o rigor formal característico do Classicismo. No entanto, o tom decepcionado do poeta que, nesta estrofe, tece duras críticas ao aviltamento moral em que o país tinha mergulhado não é comum nas epopeias clássicas que se restringem a enaltecer virtudes e qualidades do herói coletivo.

b) No final do século XVI, Portugal atingiu o ponto mais alto da sua economia mercantilista decorrente da expansão marítima por todos os continentes. No entanto, uma crise dinástica que tem início no reinado de D. Sebastião e que se intensifica após sua morte na batalha de Alcácer-Quibir, provocará o início do declínio do Império e que se agravará com o domínio espanhol sobre Portugal até meados do século XVII.


Resposta da questão 2:
A Revolução Comercial deslocou o eixo comercial europeu das rotas que privilegiavam o Mar Mediterrâneo para as que utilizavam a navegação do Oceano Atlântico. Uma das consequências para a
economia europeia: 
• acumulação de capitais
• crescimento do tráfico de escravos
• fortalecimento econômico da burguesia
• acesso a novas fontes de metais preciosos
• consolidação de práticas econômicas mercantilistas
• aumento do consumo de produtos extraeuropeus, como as especiarias
• processo inflacionário derivado do afluxo de metais preciosos americanos

Uma das consequências para a economia dos outros continentes:
• submissão aos interesses mercantilistas dos Estados europeus
• incorporação de práticas econômicas ditadas pelos interesses europeus
• perda da posse da terra e de outros bens materiais por populações nativas
• desorganização, eliminação ou retração de práticas econômicas autossuficientes
• utilização do tráfico interno ou externo de trabalhadores como estratégia de ação econômica


Resposta da questão 3:[A]
O texto destaca a forma de organização social de grupos africanos que antecedem a chegado do colonizador europeu e permite a comparação com a mentalidade mercantilista, fundada no lucro. Enquanto nas sociedades africanas as relações econômicas são precedidas pela estrutura social, nas sociedades mercantilistas, as relações econômicas capitalistas é que determinam as novas formas de relação social.


Resposta da questão 4:[D]
Duas características do enunciado contribuem para a resolução: a ideia de expansão cristã para diversos continentes e o nome da obra “A Camões”, um dos grandes nomes da literatura portuguesa da época moderna, época das grandes navegações, tradicionalmente exaltada pelo autor lusitano.


Resposta da questão 5:[B]
A questão requer a leitura atenta do texto, sendo que a alternativa correta repete as mesmas ideias já expressas ali.
De fato, Humbold salienta a importância das navegações e dos descobrimentos para a ampliação do conhecimento humano em vários campos, como a Geografia, a Astronomia e também as ciências naturais.

Resposta da questão 6:[C]
A questão, que tem como referência o texto citado, ressalta elementos de análise do choque cultural entre europeus e nativos da América à época da Expansão Marítimo Comercial europeia. Em geral, tanto os conquistadores espanhóis que dominaram o Império Asteca (no caso citado pelo texto), quanto os que dominaram o Império Inca ficaram bastante surpresos diante das manifestações culturais dessas civilizações americanas. Contudo, cabe lembrar que
prevaleceu a vontade dos europeus sobre a América, o que implicou na destruição dos Impérios Asteca e Inca pelos espanhóis.


Resposta da questão 7: [D]
Nesta questão, o aluno precisa levar em consideração a política de globalização ocorrida no mundo, no período de expansão comercial europeia; no processo de Eurocentrização, a evolução passou a ser a necessidade econômica. Assim, é preciso perceber que a globalização chegou à Europa no século XV, e na America somente no século XX.
O texto em si não está relacionado à alternativa [D], embora seja a resposta correta por se tratar de um aspecto da globalização; somente é útil para invalidar as outras alternativas.


Resposta da questão 8:[B]
A charge satiriza a constante preocupação da metrópole portuguesa em promover seu projeto de integração das terras brasileiras à lógica mercantilista existente e as dificuldades em implantar esse projeto, dada a concorrência com as novas potências emergentes e os constantes ataques sofridos pela colônia brasileira.


Resposta da questão 9: [D]
O processo de expansão marítima está associado a um contexto de prática do mercantilismo, sendo assim, o maior objetivo das nações era garantir a ampliação do comércio.


Resposta da questão 10:[B]
Interpretação de texto associado ao conhecimento histórico.
O texto deixa claro que “apesar do caráter cruzadista” portanto religioso, de luta contra os muçulmanos os interesses comerciais não estavam ausentes e reforça essa ideia como uma frase proferida pelo rei de Portugal. É comum os livros se referirem à expansão portuguesa como “expansão marítimo comercial” na qual se destacam diversos interesses ligados à nobreza e à Igreja, ao Estado e à burguesia mercantil.


Resposta da questão 11:
A viagem de Cabral ao litoral do Brasil fez parte de um projeto para reconhecer o litoral do Brasil, que pertencia a Portugal desde 1494, quando do Tratado de Tordesilhas. A posse do litoral do Brasil, somada a posse do litoral africano, garantiria ao reino lusitano o controle sobre a rota atlântica em direção ao oriente e suas especiarias.
As “grandes navegações” foram impulsionadas pela necessidade de superar a crise econômica do século XIV, determina da pela retração da produção agrícola devido às guerras e a peste negra; ao mesmo tempo contribuiu para consolidar o Estado Nacional, nova forma de organização política constituída no final do período medieval.


Resposta da questão 12:[A]
A partir da descoberta e da exploração das terras americanas, novas narrativas foram disseminadas na Europa, destacando a fauna e flora, exóticas, no sentido de completamente diferentes daquela encontrada na Europa. Destacam-se as narrativas de Hans Staden, viajante e cronista alemão, famoso pela narrativa de suas viagens pelo Brasil na década de 1540.
As conquistas foram empreendidas por portugueses (litoral africano e Brasil) e espanhóis (maior parte da América). Franceses e ingleses estavam atrasados no processo de expansão.


Resposta da questão 13: 04 + 16 = 20.
01) Incorreto: O pioneirismo português durante as grandes navegações não se deu apenas por questões geográficas. Podemos destacar, também, a boa experiência portuguesa em navegação, em parte devido à pesca do bacalhau, a qualidade das caravelas, o forte investimento da burguesia e da nobreza e o fato de ter sido uma das primeiras monarquias nacionais da Europa.
02) Incorreto: Não houve paz reinante na França e na Inglaterra. No período mencionado na que estão, ambos os países estiveram envolvidos na chamada Guerra dos Cem Anos que, na verdade, durou 116 anos (1337-1453).
04) Correto: No período das grandes navegações, o Oceano Atlântico adquiriu grande importância comercial e estratégica, diminuindo distâncias geográficas e permitindo o intercâmbio cultural entre os povos da América e Europa.
08) Incorreto: A conquista espanhola não ocorreu de forma pacífica. Tanto a civilização inca quanto a asteca foram destruídas, respectivamente, pelos conquistadores espanhóis Francisco Pizarro e Hernán Cortés.
16) Correto: Estes três povos americanos mencionados na questão estavam em avançado estágio tecnológico e urbano.
No caso dos maias, o conhecimento astronômico deu origem ao famoso Calendário Maia.


Resposta da questão14:[C] 
“Após os primeiros contatos particularmente violentos com a África negra, os portugueses viram-se obrigados a mudar de política, diante da firme resistência das populações costeiras. Assim, empenharam-se, principalmente, em ganhar a confiança dos soberanos locais”.


Resposta da questão 15:[D]
As demais opções, embora contenham vários aspectos verdadeiros, contêm pelo menos uma característica equivocada, exigindo a atenção na avaliação de cada uma.