sábado, 27 de abril de 2013

Confira a correção da avaliação de História: P1 do 2º Bimestre (Terceiro Ano)


Avaliação de História
Terceiro Ano

1. (ENEM) Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil.
Alvará de liberdade para as indústrias (1º de Abril de 1808), in Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato?
a) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.
b) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.
c) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.
d) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.
e) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

resposta:[B]
 Em abril de 1808, D. João decreta o Alvará de Liberdade Industrial, revogando os decretos que proibiam a  instalação de manufaturas na Colônia. No entanto, o crescimento industrial é dificultado pela assinatura dos  tratados de 1810, que concediam tarifas alfandegárias preferenciais aos produtos ingleses, de 15% sobre o  valor, tornando-os mais vantajosos que os nacionais e os portugueses.


2. (Fuvest 2012) Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil.
Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo, Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado.

Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos
a) do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
b) do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispano-americana.
e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.


resposta:[C]
O Bloqueio Continental, imposto por Napoleão, leva à invasão de Portugal por tropas francesas e à consequente  fuga da família real para o Brasil.
Logo ao chegar, em 28/11/1808, D. João decreta a abertura dos portos às nações amigas. A principal beneficiária dessa medida foi a Inglaterra, que inundou o mercado brasileiro com seus produtos manufaturados.
Essa supremacia iria se confirmar com a assinatura dos Tratados de 1810, que fixavam as tarifas para os produtos ingleses em apenas 15% do seu valor; para os portugueses, em 16%; para as mercadorias das demais nações, em 24%.



3. (PITÁGORAS) Responda às questões a partir dos dados da tabela.
LIMA, Heitor Ferreira. História Político-Econômica e Industrial do Brasil. São Paulo, 1970. p.136)
a) EXPLIQUE porque até o ano 1808 não temos a entrada de navios estrangeiros no Brasil.

b) DETERMINE e EXPLIQUE o fato histórico que colaborou para entrada de navios estrangeiros no Brasil a partir de 1808.


resposta:
a) Até 1808, a colônia brasileira não podia receber navios ou produtos que não fossem de Portugal, pois aqui funcionava o Pacto Colonial e o exclusivo metropolitano que proibia o Brasil de estabelecer relações comerciais com outros países além de Portugal.

b) A abertura dos Portos às nações amigas, caracterizando o fim do Pacto Colonial.



4. (Puc-Rio) Surpreendidas pela invasão napoleônica em 1807, as duas Coroas ibéricas tiveram desdobramentos políticos diferenciados.

No caso espanhol, a captura do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a luta pela autonomia nas cidades e províncias de todo o Império. No caso português, a transmigração da família real para a colônia permitiu desdobramentos mais lentos ao Império luso.


Tendo em vista a conjuntura descrita acima:

Cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, a partir de 1808, que tenham favorecido a manutenção do controle português sobre as províncias brasílicas e seus territórios;

resposta:
Qualquer ideia de unidade territorial e política-administrativa prévia entre as distintas províncias brasílicas, sem vínculos entre si, dependia necessariamente da submissão e obediência direta a Lisboa. Tal situação viu-se transformada quando, com a vinda da Corte para o Brasil, a unidade do ponto de vista político-administrativo foi transferida de Lisboa para a nova sede da colônia, no Rio de Janeiro.
Assim, o candidato poderá citar quaisquer medidas que tenham contribuído, direta ou indiretamente, para fortalecer essa tentativa de manter as províncias e seus territórios unidos sob o domínio português no Brasil. Por exemplo:
- a transferência para a nova capital das Secretarias de Estado (Conselho do Estado, Mesas do Desembargo do paço e da Consciência e Ordens, Conselho Supremo Militar e Conselho da Fazenda);
- a abertura dos portos às nações amigas. 
- a revogação do Alvará de 1785 que proibia a instalação de manufaturas no Brasil;
- a criação do banco do Brasil e a instalação da Junta de Comércio;
- a elevação do Brasil em 1815 à condição de Reino Unido a Portugal e Algarve;
- a criação da imprensa régia;
- a transformação da cidade do Rio de Janeiro em sede da Corte;
- as práticas de concessão de terras e títulos de nobreza; e,
- Tratados de 1810 com a Inglaterra.
Mais diretamente ligados à ideia da expansão territorial, o candidato poderá citar:
- a invasão de Caiena (Guiana Francesa), em 1809, mantendo-a sob domínio português até 1815;
- a invasão da região do Rio da Prata, em 1811 pela primeira vez e depois em 1816, quando foi anexada a Banda Oriental (atual Uruguai), com o nome de Província Cisplatina.


5. (PUC-Rio) A imagem a seguir, do pintor Jean Baptiste Debret, intitulada "Um funcionário do governo sai a passeio com a família", constitui um registro do cotidiano daqueles que habitavam o Rio de Janeiro no tempo do governo joanino (1808-1821).

  


A partir da observação da gravura e de seus conhecimentos sobre o período: 

a) APRESENTE dois elementos que identificam a posição dos diferentes grupos sociais na hierarquia da sociedade da época. JUSTIFIQUE.   


b) EXPLIQUE por que durante o governo de D. João VI o Rio de Janeiro passou a ser identificado como "nova Lisboa". 


resposta:  

a) O pai (branco) à frente dos demais membros da família simboliza a autoridade e o poder dos homens sobre as mulheres na sociedade da época. O lugar ocupado pela dona de casa (branca) na fila, atrás dos filhos - fossem esses meninos ou meninas - e à frente dos escravos, evidencia, respectivamente, seu papel de mãe dos filhos do marido e de administradora de um lar extenso. A mulher branca exercia, portanto, o domínio sobre os escravos e as escravas no espaço da casa. As redes de poder e hierarquia envolvendo a própria comunidade negra também são perceptíveis na imagem: os escravos(as) que aparecem com melhores vestimentas provavelmente desfrutavam uma posição vantajosa em relação aos seus pares na hierarquia social. Os pés descalços marcam a condição de escravo, diferenciando-os dos libertos e dos livres.

b) O governo de D. João VI proporcionou uma série de melhorias na cidade do Rio de Janeiro e beneficiou os grandes proprietários e comerciantes das capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais que, por estarem próximos da Corte, desfrutavam de privilégios, proteção e prestígio social. A política joanina gerou um aumento significativo dos impostos para a manutenção da Corte na cidade do Rio de Janeiro, que passou a ser identificada como "nova Lisboa", sobretudo por aqueles que habitavam as demais regiões do Brasil. Comentava-se que o Rio de Janeiro passara a sediar grupos que defendiam os interesses "portugueses" oprimindo os "brasileiros" do restante do país. Sendo assim, o domínio político da colônia passara de Lisboa para o Rio de Janeiro. A Revolução Pernambucana de 1817 constitui um exemplo de tal insatisfação.   



Confira a correção da avaliação de História P1 do 2º bimestre (Segundo Ano)


Avaliação de História
Segundo Ano

1. (PUC-Rio) A partir da observação do gráfico, faça o que se pede a seguir
 

APRESENTE dois fatores que expliquem o movimento do fluxo de imigrantes no Brasil, entre os anos de 1870 e 1899, representado no gráfico.


resposta:
O aluno poderá apresentar como fatores que explicam o aumento do fluxo de imigrantes ao Brasil entre os anos de 1870 e 1899:
- o início de uma nova política imigrantista, de subvenção, a partir de 1870, na qual os governos provincial e imperial assumiam parte dos custos da vinda de imigrantes;
- a expansão cafeeira e a adesão de parte dos fazendeiros ao emprego do trabalho imigrante sob o sistema do colonato;- uma conjuntura marcada pela crise da escravidão n o Brasil na qual o Estado Imperial colocava em prática a proposta da abolição gradual da escravidão – de que são exemplos as leis do Ventre Livre (1871) e a dos Sexagenários (1885)
– impondo-se para os contemporâneos o enfrentamento da questão da mão-de-obra;
- a abolição da escravidão em 1888;
- a situação de crise econômica vivenciada em alguns países europeus naquela conjuntura, como, por exemplo, Itália e Espanha, obrigou um número significativo de camponeses a abandonar suas terras de origem e buscar oportunidades nas Américas, com o sonho de “fazer a América”.



2. (PUC-Rio) A capa da Revista Ilustrada do ano de 1880 apresenta a ilustração de Ângelo Agostini intitulada Emancipação uma nuvem que não pára de crescer.


 

a) Explique por que a “nuvem da emancipação” não parava de crescer naquela conjuntura.

b) Com base na ilustração e nos seus conhecimentos, identifique dois argumentos utilizados por uma parcela dos proprietários  de escravos para se oporem ao crescimento da “nuvem da emancipação.

resposta:
a) A “nuvem da emancipação” não parava de crescer naquela conjuntura porque foi a partir da década de 1880 que o movimento abolicionista ganhou força com o surgimento de associações, jornais e o avanço da propaganda, construindo uma opinião pública favorável à abolição da escravidão no Brasil. Por outro lado, nesse mesmo momento, intensificaram-se as fugas coletivas e revoltas escravas.

Em 1886, atuaram em São Paulo os chamados caifazes, libertando os escravos das fazendas. Todos esses fatores contribuíam para o crescimento da “nuvem da emancipação”. No contexto internacional, o Brasil figurava como a única nação escravista.

b) Ao longo da década de 1880, apegavam-se à escravidão os proprietários de terras das zonas cafeeiras do Vale do Paraíba. Diante do crescimento do movimento abolicionista, os defensores dos interesses escravocratas colocavam-se contra o crescimento da “nuvem da emancipação” argumentando que a abolição feria seu direito de propriedade e que, portanto, deveria ser realizada com indenização. Afirmavam, ainda, que a imediata libertação dos escravos provocaria a perturbação da tranquilidade e da segurança pública.



3. (Fuvest - 2012) Examine a seguinte tabela:
História
A tabela apresenta dados que podem ser explicados
a) pela lei de 1831, que reduziu os impostos sobre os escravos importados da África para o Brasil.
b) pelo descontentamento dos grandes proprietários de terras em meio ao auge da campanha abolicionista no Brasil.
c) pela renovação, em 1844, do Tratado de 1826 com a Inglaterra, que abriu nova rota de tráfico de escravos entre Brasil e Moçambique.
d) pelo aumento da demanda por escravos no Brasil, em função da expansão cafeeira, a despeito da promulgação da Lei Aberdeen, em 1845.
e) pela aplicação da Lei Eusébio de Queirós, que ampliou a entrada de escravos no Brasil e tributou o tráfico interno.

resposta:[D]
A tabela mostra um grande aumento da entrada de escravos no Brasil, nos três anos subsequentes à decretação  do Bill Aberdeen. É claro que a expansão da cafeicultura nesse período, embora significativa, nem de longe  acompanhou o crescimento da importação de escravos. Seria mais correto, portanto, dizer que o aumento do  tráfico deveu-se ao receio de que sua extinção ocasionasse uma dramática falta de mão de obra, levando os  fazendeiros a formar um estoque de escravos.



4. (FGV) A Lei de Terras, aprovada em 1850, duas semanas após a proibição do tráfico de escravos, "tentou pôr ordem na confusão existente em matéria de propriedade rural, determinando que, no futuro, as terras públicas fossem vendidas e não doadas, como acontecera com as antigas sesmarias, estabeleceu normas para legalizar a posse de terras e procurou forçar o registro das propriedades."

Boris Fausto, "História do Brasil", 1994.

Sobre essa Lei de Terras é correto afirmar que:

a) Sua promulgação coincidiu com a Lei Eusébio de Queiroz, mas não há nenhuma relação de causalidade entre ambas.
b) Ao entrar em vigor, não foi respeitada, podendo ser considerada mais uma "lei para inglês ver".
c) Sua promulgação foi concebida como uma forma de evitar o acesso à propriedade da terra por parte de futuros imigrantes.
d) Sua aprovação naquele momento decorreu de os Estados Unidos terem acabado de aprovar uma lei de terras para o seu território.
e) Ao entrar em vigor, teve efeito contrário ao de sua intenção original, que era a de facilitar o acesso à propriedade.


resposta:[C]
A Lei de Terras, aprovada pelo Parlamento brasileiro em setembro de 1850, atribuía uma valor imobiliário à terra, dificultando dessa maneira o acesso à propriedade rural por parte dos imigrantes ou de ex-escravos, e ainda favoreceu a concentração fundiária no país.


5. (ENEM)


Um dia, os imigrantes aglomerados na amurada da proa chegavam à fedentina quente de um porto, num silêncio de mato e de febre amarela. Santos. — É aqui! Buenos Aires é aqui! — Tinham trocado o rótulo das bagagens, desciam em fila. Faziam suas necessidades nos trens dos 62 animais aonde iam. Jogavam-nos num pavilhão comum em São Paulo. — Buenos Aires é aqui! — Amontoados com trouxas, sanfonas e baús, num carro de bois, que pretos guiavam através do mato por estradas esburacadas, chegavam uma tarde nas senzalas donde acabava de sair o braço escravo. Formavam militarmente nas madrugadas do terreiro homens e mulheres, ante feitores de espingarda ao ombro.
Oswald de Andrade. Marco Zero II – Chão. Rio de Janeiro: Globo, 1991.

Levando-se em consideração o texto de Oswald de Andrade e a pintura de Antonio Rocco reproduzida acima, relativos à imigração europeia para o Brasil, é correto afirmar que
a) a visão da imigração presente na pintura é trágica e, no texto, otimista.
b) a pintura confirma a visão do texto quanto à imigração de argentinos para o Brasil.
c) os dois autores retratam dificuldades dos imigrantes na chegada ao Brasil.
d) Antonio Rocco retrata de forma otimista a imigração, destacando o pioneirismo do imigrante.
e) Oswald de Andrade mostra que a condição de vida do imigrante era melhor que a dos ex-escravos.

resposta: [C]
A pintura e o texto verbal retratam os imigrantes numa perspectiva semelhante, provocando um efeito de sentido negativo sobre a chegada deles ao Brasil. Na pintura, são representados com a expressão carregada, cabisbaixos, exauridos pelo cansaço e pelos receios em relação à nova vida. A tela de Antonio Rocco parece traduzir visualmente as palavras de Oswald de Andrade: “os imigrantes aglomerados (...) chegavam à fedentina quente de um porto (...) amontoados com trouxas”.





Confira a correção da avaliação de História: P1 do 2º Bimestre (Primeiro Ano)


Avaliação de História
 
Primeiro Ano
1. (PUC-Rio)
O trabalho na colônia

1. 1500-1532: período chamado pré-colonial, caracterizado por uma economia extrativa baseada no escambo com os índios;
2. 1532-1600: época de predomínio da escravidão indígena;
3. 1600-1700: fase de instalação do escravismo colonial de plantation em sua forma “clássica”;
4. 1700-1822: anos de diversificação das atividades em função da mineração, do surgimento de uma rede urbana, mais tarde de uma importância maior da manufatura – embora sempre sob o signo da escravidão predominante.

CIRO FLAMARION CARDOSO
In:LINHARES, Maria Yedda (org.). História geral do Brasil.9ª ed. Rio de Janeiro:campus, 2000

A partir das informações do texto, verificam-se alterações ocorridas no sistema colonial em relação à mão-de-obra.
Apresente duas justificativas para o incentivo do Estado português à importação de mão-de-obra escrava para sua colônia na América.


resposta:
A importação de mão-de-obra foi uma das marcas mais significativas da colônia portuguesa da América. Isso se deveu, fundamentalmente, a dificuldades para utilização de mão-de-obra local no desenvolvimento da empresa colonial. A Igreja Católica se opunha à escravidão dos indígenas, e estes também impuseram diversas formas de resistência. Além disso, na segunda metade do século XVI, doenças vitimaram milhares de índios. Estes não foram os únicos elementos determinantes, entretanto, para o tráfico de africanos. Devem também ser destacados fatores de ordem econômica, como a lucratividade do tráfico de escravos africanos, e fatores de ordem cultural, como o caráter hierárquico e conservador da sociedade portuguesa, que legitimava o uso da escravidão.


2. (Unesp) "E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moedas para os reinos estranhos e a menor é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil, salvo o que se gasta em cordões, arrecadas e outros brincos, dos quais se vêem hoje carregadas as mulatas de mau viver e as negras, muito mais que as senhoras".
(André João Antonil. "Cultura e opulência do Brasil", 1711.)

No trecho transcrito, o autor denuncia:

a) a corrupção dos proprietários de lavras no desvio de ouro em seu próprio benefício e na compra de escravos.
b) a transferência do ouro brasileiro para outros países em decorrência de acordos comerciais internacionais de Portugal.
c) o prejuízo para o desenvolvimento interno da colônia e da metrópole gerado pelo contrabando de ouro brasileiro.
d) o controle do ouro por funcionários reais preocupados em esbanjar dinheiro e dominar o poder local.
e) a ausência de controle fiscal português no Brasil e o desvio de ouro para o exterior pelos escravos e mineradores ingleses.



resposta:[C]
O jesuíta André João Antonil se refere no fragmento ao contrabando nas regiões mineradoras que prejudicava tanto o desenvolvimento interno da colonial quanto à Metrópole portuguesa que assim ficava sem receber os impostos sobre a extração aurífera.

3. (UFV-MG) "O ouro brasileiro deixou buracos no Brasil, templos em Portugal e fábricas na Inglaterra."
(Eduardo Galeano)

Explique de que forma os fatos contidos na frase anterior estão relacionados historicamente.



resposta:
O tratado de Methuen (1703) permitiu drenagem de grande parte do ouro brasileiro para a Inglaterra, que já estava desenvolvendo a sua Revolução Industrial, tendo seu processo acelerado. Quanto à Portugal, tradicionalmente religioso e ligado à Igreja Católica, "investiu" o ouro em conventos (ex: Convento de Mafra) e, o Brasil, "aplicou" em igrejas e teve seu solo esburacado.


4. (UNESP) O açúcar e o ouro, cada qual em sua época de predomínio, garantiram para Portugal a posse e a ocupação de vasto território, alimentaram sonhos e cobiças, estimularam o povoamento e o fluxo expressivo de negros escravos, subsidiaram e induziram atividades intermediárias; foram fatores decisivos para o relativo progresso material e certa opulência barroca, além de contribuírem para o razoável florescimento das artes e das letras do período colonial. Apesar desta ação comum ou semelhante, a economia aurífera colonial avançou em direção própria e se diferenciou das demais atividades, principalmente porque:
a) não teve efeito multiplicador no desenvolvimento de atividades econômicas secundárias junto às minas e nas pradarias do Rio Grande;
b) interiorizou a formação de um mercado consumidor e propiciou surto urbano considerável;
c) o ouro brasileiro, sendo dependente do mercado externo, não resistiu à influência exercida pela prata das minas de Potosí;
d) representou forte obstáculo às relações favoráveis à Metrópole e não educou o colonizado para a luta contra a opressão do colonizador;
e) as bandeiras não foram além dos limites territoriais estabelecidos em Tordesilhas, apesar dos conflitos com os jesuítas e da ação cruel contra os indígenas do sertão sul-americano.


resposta:[B]
Enquanto a produção de açúcar esteve concentrada no litoral nordestino, a exploração de ouro em Minas Gerais ocorreu no interior do território, o que por sua vez acabou por contribuir para a urbanização e o surgimento de algumas vilas coloniais na região mineradora.

5. (FGV) No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar:

a) A urbanização da Amazônia, o início do ciclo do tabaco, a introdução do trabalho livre com os imigrantes;
b) A introdução do trafico negreiro, a integração do índio, a desarticulação das relações com a Inglaterra;
c) A industrialização de São Paulo, a expansão da criação de ovinos em Minas Gerais;
d) A preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeiro, a introdução de operários europeus;
e) O aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio, a mudança do eixo econômico para o centro-sul.

resposta: [E]
Dentre as principais transformações advindas da mineração podemos mencionar o crescimento populacional, o desenvolvimento de um comércio interno possibilitando uma melhor articulação entre as regiões da colônia e a transferência do eixo econômico para o Centro-Sul.

Concurso Historiador 2012


Concurso Historiador 2012 
(CEPERJ - RIO DE JANEIRO)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

21. Durante a Segunda Dominação Persa (341-333 a.C.), o Egito foi dominado pela ocupação das tropas de Artaxerxes-Okhos e de seus sucessores Arsés e Dario III Codomanos. Desta vez, segundo Jean Vercoutter (VERCOUTTER, Jean. O Egito Antigo. São Paulo: DIFEL, 1980.), o Egito e seus habitantes sofreram muito sob o domínio persa por cerca de nove anos. A alternativa que descreve como ocorreu a libertação do domínio persa sobre o Egito é:

A) Eclodiram várias insurreições e a mais importante delas, a de Khabash, príncipe do Delta que tomou o título de rei, logrou manter-se primeiro na região de Mênfi s e, depois, libertou todo o Egito.
B) A libertação do jugo persa viria das tropas helenizadas de Alexandre que, em 333 a.C., derrotou Dario III Codomanos em Issos e, talvez a chamado de algum egípcio, entrou, em 332, no Egito como um libertador.
C) Embora a revolta de Khabash não saísse vitoriosa, os egípcios não desanimaram e sob Dario III Codomanos nova revolta eclodiu e os revoltosos conseguiram bater o exército persa e restauraram, por mais uns trezentos anos, a autonomia política do Egito.
D) Embora formalmente a dominação persa houvesse terminado, depois de nove anos, graças às ações políticas de Dario III Codomanos, os persas continuaram tendo grande poder sobre o Egito e este passou a ser a última fronteira contra a helenização do Mediterrâneo.
E) Batido em Pelusa, o exército persa recuou para Mênfis, mas mostrou-se incapaz de impedir a retomada da cidade; derrotando sozinho os persas, o Egito passou a ser, depois da Segunda Dominação Persa, a última fronteira de resistência à dominação persa sobre o mundo antigo.




resposta:[B]

O referido contexto histórico assinala a data da anexação do Egito ao domínio macedônico sob o comando de Alexandre, o Grande, que derrotou o exército persa de Dario III e estendeu seu controle sob o território egípcio, consolidando assim, o processo de helenização em seu império.


22. “Aqui falo como prático da história. Especialista ou sintetizador?
Ambos ao mesmo tempo, porque é preciso ser as duas coisas. Generalizar no concreto, sem se preocupar com abstrações feitas em série, este é o máximo pico a ser atingido pelo historiador, o mais alto e o mais difícil.”
(Febvre, Lucien. Combates por la historia, Barcelona, Ariel, 1970. p. 214 APUD CARDOSO, Ciro Flamarion S. e BRIGNOLI, Héctor Pérez. Os métodos da história. São Paulo: Graal, 1981.)

O trecho acima reflete a preocupação de se produzir uma história total, centrada na atividade humana, na vida dos grupos e das sociedades. Ou seja, uma história-problema, que não caísse no refúgio positivista da monografia exclusiva e nem na pretensão absurda da filosofia da história. Tais reflexões são próprias da seguinte escola historiográfica:

A) Historiografi a Liberal e Romântica
B) Escola Racionalista ou Iluminista
C) História Econômica e Demográfi ca
D) Historicismo hegeliano
E) Escola dos Annales


resposta:[E]

A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História.
Fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 1929, propunha-se a ir além da visão positivista da história como crônica de acontecimentos (histoire événementielle), substituindo o tempo breve da história dos acontecimentos pelos processos de longa duração, com o objetivo de tornar inteligíveis a civilização e as "mentalidades".

23. Segundo Octavio Ianni, a globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial. Um dos acontecimentos significativos ocorridos nas últimas décadas e que está relacionado com esse novo ciclo de expansão do capitalismo foi o fim da Guerra Fria (1945-1989), a desagregação do bloco soviético e a redução das barreiras às inversões estrangeiras na China e em outros países com regimes socialistas, além da transição para a economia de mercado em todos os países que compunham o bloco soviético. A alternativa que, segundo Ianni, melhor reflete o significado de tais mudanças é:

A) Houve uma eclosão de outra nova Guerra Fria.
B) Ocorreu uma ameaça concreta à hegemonia econômica capitalista e aos valores liberais burgueses.
C) Destaca-se a abertura de uma fronteira inesperada e excepcional para novos surtos de acumulação originária capitalista.
D) A incorporação de valores socialistas no processo capitalista de produção.
E) O isolamento da Europa Ocidental, uma vez que as antigas nações socialistas e o oriente ligado à China acabaram por se tornar aliados dos Estados Unidos.


resposta:[C]
De acordo com a citação de Octávio Ianni, a globalização corresponde ao estágio mais avançado do capitalismo e entre suas consequências temos a abertura de novos mercados em escala planetária, fenômeno que pode melhor ser verificado com o final da Guerra Fria, quando as nações do Leste Europeu, bem como a China foram incorporadas à economia de mercado.


24. “Isso é o que não nos podem perdoar: que aqui, sob seu nariz, façamos uma revolução socialista.”
(Declaração de Fidel Castro, a 16 de abril de 1961, pela primeira vez publicamente reconhecendo que Cuba era socialista.)

Sem dúvida, uma das crises mais graves da Guerra Fria, ameaçando descambar para o temido conflito nuclear, foi aquela motivada pela instalação de bases de foguetes soviéticos em Cuba, que acabou provocando o bloqueio naval e aéreo de Cuba pelos EUA (outubro de 1962).
A alternativa que expressa a maneira como se deu o alinhamento político e diplomático de Cuba com a URSS e à adoção na ilha latino-americana do modelo soviético socialista é:

A) Embora tivesse mísseis soviéticos em seu território, desde 1962, a revolução cubana afirmara sua autonomia diante da URSS ao longo dos anos 60, quando sua extensão para a América Latina foi considerada uma hipótese possível; Cuba alinhou-se oficialmente política e diplomaticamente à URSS nos anos 70.
B) Após a morte do Che Guevara, em outubro de 1967, e do fracasso do projeto da grande zafra, em 1970, quando pretendeu, em vão, colher 10 milhões de toneladas de açúcar, o afastamento político e diplomático com a URSS foi inevitável e Cuba aproximou-se do modelo chinês, aderindo ao maoísmo e à revolução cultural.
C) Embora tenha apoiado a Revolução Cubana desde o início das ações revolucionárias do pequeno grupo de Fidel Castro, em Sierra Maestra, a URSS afastou-se de Cuba durante os anos 70, adotando uma postura neutralista baseada na política de Coexistência Pacífica.
D) Depois de outubro de 1962, o alinhamento político e diplomático de Cuba com a URSS tendeu a se estabilizar imediatamente, com a prevalência de aspectos centrais do modelo soviético, como o partido único, plano centralizado e a estatização da economia.
E) Cuba nunca se alinhou politicamente à URSS e, muito menos, adotou aspectos centrais do modelo soviético, a ilha revolucionária sempre optou por um modelo autônomo de socialismo, inspirado na experiência iugoslava.


resposta:[A]
O alinhamento político e diplomático de Cuba com a URSS e à adoção na ilha latino-americana do modelo soviético socialista ocorre no início dos anos 70.

25. O final dos anos 50 e o início dos 60, marcados por grande crise na sociedade brasileira, foi um dos primeiros momentos em que a reforma agrária ocupou uma posição preeminente, polarizando o debate político e acadêmico, dando origem ao chamado “debate clássico” sobre a questão agrária brasileira. As posições teóricas em conflito eram variadas, desde a interpretação marxista ortodoxa, passando pela crítica a essa posição dentro da própria esquerda, por posturas estruturalistas e pela tese dualista de Ignácio Rangel, até a visão conservadora e liberal que afirmava que a reforma agrária não tinha sentido no Brasil.
A alternativa que descreve, de modo sucinto, a chamada interpretação marxista ortodoxa da sociedade brasileira é:

A) Encarava o Brasil como um modelo de capitalismo periférico dependente e visava desenvolver uma teoria da dependência.
B) Considerava o Brasil um país marcado por ciclos econômicos e por uma economia dual.
C) Afirmava que a burguesia rural era progressista e a burguesia urbana conservadora.
D) Defendia a tese de que havia resquícios feudais na sociedade brasileira no campo.
E) Via o Brasil como marcado por um modo de produção historicamente novo: o escravismo colonial.


resposta:[D]
A chamada interpretação marxista ortodoxa da sociedade brasileira defendia a tese de que havia resquícios feudais na sociedade brasileira, na medida que essa corrente dizia que a exploração sofrida pelos trabalhadores rurais tinha certas semelhantes ao ocorrido com os camponeses (servos feudais) durante boa parte da Idade Média na Europa Ocidental.


26. Entre 1920 e 1940, não houve um significativo aumento da população urbana brasileira. Porém, constata-se que, em 1980, a maioria da população brasileira (51,5%) passara a ser urbana, em contraste com os 16% de habitantes que viviam em cidades, em 1940. A transição foi bastante rápida, a partir dos anos 50.
Tal fenômeno demográfico está ligado, sem dúvida, às políticas do nacional-desenvolvimentismo adotadas durante o governo de Juscelino Kubistschek, na década de 50.
A alternativa que revela o aspecto essencial e peculiar do “nacionaldesenvolvimentismo” de J.K. que o distingue do “nacionalismo” é:

A) O processo agudo de substituição de importações, com base inteiramente no capital de empresas brasileiras.
B) A busca de um crescimento equilibrado entre o setor agrário, o setor industrial e as atividades comerciais e monetárias.
C) A associação entre o capital nacional e o estrangeiro, concedendo inclusive grandes facilidades ao capital internacional.
D) A defesa intransigente dos interesses do desenvolvimento nacional e a busca de garantir o emprego dos campesinos.
E) O protecionismo alfandegário e o controle das remessas de lucros dos bancos e das empresas multinacionais que atuavam no Brasil.

 resposta:[C]
Uma das principais características do modelo "nacionaldesenvolvimentista" implantado no Brasil na gestão de JK (1956-1960) foi a abertura da economia brasileira para as empresas multinacionais, oferecendo inúmeras vantagens para a instalação do capital externo no país.


27. Um dos aspectos mais característicos e coerentes do Governo Vargas foi a política trabalhista. Entre 1930 e 1945, ela passou por várias fases, mas desde logo se mostrou inovadora com relação ao modelo adotado em toda a Primeira República. A chamada questão social e as inquietações do período contribuíram muito para as mudanças. A alternativa que, de um modo geral, expressa os objetivos da política trabalhista de Vargas é:

A) Priorização dos empregos na agricultura, principalmente no setor de serviços, e busca de equilíbrio entre indústria e agropecuária.
B) Repressão dos esforços organizatórios da classe trabalhadora urbana fora do controle do Estado e atração desta para o apoio difuso ao governo.
C) Efetivação de uma política trabalhista de recorte realmente liberal, com regulamentação do direito de greve.
D) Definição dos sindicatos como órgãos independentes do Estado e resgate dos valores democráticos na organização sindical.
E) Aproximação das organizações sindicais, sob controle das correntes de esquerda, como forma de se contrapor ao fascismo inercial do período.

 resposta:[B]
Uma das características da política trabalhista de Getúlio Vargas foi o corporativismo, ou seja, a intervenção do Estado nas relações entre o capital e o trabalho. Entre outras coisas, os sindicatos ficavam sob a tutela do ministério do Trabalho, portanto, não possuíam autonomia.


28. No Brasil Colonial, além dos colonizadores da Capitania de São Vicente, que começaram a colonização pelo litoral, mas tiveram que se atirar na grande aventura rumo ao interior, escalando a Serra do Mar, devido à concorrência desvantajosa do açúcar produzido no litoral paulista se comparado com o produzido no Nordeste, outros aventureiros também contribuíram para a abertura de caminhos por trilhas indígenas até chegar ao Planalto de Piratininga, a uma altura de oitocentos metros. A alternativa que corretamente tem o nome de outros europeus de origem, além dos bandeirantes, que mais contribuíram para a conquista do planalto onde hoje fica a cidade São Paulo é:

A) jesuítas
B) quilombolas
C) dominicanos
D) cariocas
E) indígenas



resposta:[A]
Os jesuítas se dedicaram na América Portuguesa à catequese indígena e a educação dos colonos, sendo assim, fundaram diversos aldeamentos e colégios, dentre eles o mais famoso foi o de São Paulo de Piratinga, sob os auspícios de Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, que foi o núcleo inicial do Planalto de Piratininga, que mais tarde daria origem a Vila de São Paulo.

29. Emília Viotti da Costa desenvolve um interessante estudo comparativo entre a Lei de Terras de 1850, no Brasil, e o Homestead Act de 1862, nos Estados Unidos. A autora afirma que, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, a política rural estava ligada a uma certa concepção de trabalho.
A alternativa que, em linhas gerais, expressa os termos em que Emília Viotti da Costa compara o espírito das duas leis é:

A) Ambas dificultam a obtenção de terras pelo trabalhador livre, mas por motivos diferentes.
B) Ambas facilitam a obtenção de terras pelo trabalhador livre, mas apresentam a defesa de setores sociais diferentes.
C) O Homestead Act dificultava o acesso à terra pelo trabalhador livre, enquanto a Lei brasileira de 1850 facilitava, ao máximo, a
obtenção de terras cultiváveis a todos aqueles que desejassem abandonar o litoral.
D) O Homestead Act defendia a grande propriedade monocultora, enquanto a Lei de Terras brasileira, de 1850, visava estimular a pequena propriedade e as formas cooperativas de exploração agrícola.
E) Enquanto a lei brasileira dificultava a obtenção de terra pelo trabalhador livre, o Homestead Act, nos Estados Unidos, doava terra a todos os que desejassem se instalar.


resposta:[E]
A Lei de Terra, aprovada pelo Parlamento brasileiro em setembro de 1850, atribuía uma valor imobiliário à terra, dificultando dessa maneira o acesso à propriedade rural por parte dos imigrantes ou de ex-escravos, e ainda favoreceu a concentração fundiária no país. Por outro lado, o Homestead Act (1862) garantiu o acesso à terra por parte de milhares de imigrantes, principalmente irlandeses, que ocuparação parte do território estadunidense durante a chamada conquista do Oeste, dedicando-se nessa região à mineração do ouro e a criação de gado.

30. Ao discutir o conceito de “Idade Média”, Hilário Franco Jr. afirma que um homem medieval não saberia do que estamos falando se nos utilizássemos de tal conceito. Em seguida, o autor nos apresenta uma longa trajetória, desde a construção do conceito, no século XVI, até, pelo menos, o século XIX, em que o período é encarado como “um período de trevas” ou, no máximo, como um hiato entre os gloriosos tempos da Antiguidade Clássica e o Renascimento. Na primeira metade do século XIX, entretanto, houve uma inversão e uma revalorização do período conhecido como Idade Média. O nome do movimento artístico e literário que empreendeu nova valorização da Idade Média é:

A) Iluminismo.
B) Protestantismo.
C) Racionalismo.
D) Romantismo.
E) Socialismo utópico.


resposta:[D]
O Romantismo foi um movimento que caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.



31. Caio Prado Jr., em sua clássica História Econômica do Brasil (PRADO JR. Caio. História econômica do Brasil. São Paulo : Brasiliense, 1982), afirma que, nas transformações sofridas pelo Brasil no século XIX, nenhuma terá contribuído para modificar a fisionomia do país como a verdadeira revolução que se opera na distribuição das atividades produtivas brasileiras, já a partir da primeira metade do século.
A alternativa que ressalta o acontecimento de natureza geográfica que é destacado por Caio Prado Jr. entre tais transformações, é:

A) O deslocamento das atividades mineradoras da região de Goiás Velho para a região das Minas Gerais.
B) A diminuição do contingente populacional do Centro-Sul do país, causado pela febre amarela.
C) O deslocamento da primazia econômica das velhas regiões agrícolas do Norte para as mais recentes do Centro-Sul.
D) A mudança do eixo econômico do Brasil da região mineradora para as regiões agrárias mais antigas do Norte.
E) A crescente urbanização do Norte, devida à inversão dos capitais antes utilizados no setor agrário, que passaram para as atividades comerciais.


resposta:[C]
De acordo com o historiador e economista, Caio Prado Jr., as grandes transformações ocorridas no Brasil no decorrer do século XIX estão ligadas ao deslocamento da primazia econômica das velhas regiões agrícolas do Norte, caracterizadas pela plantation de cana de açúcar pelas regiões mais recentes do Centro-Sul, que irá desenvolver a produção de café, que por sua vez, se consolidará como principal produto da pauta das exportações brasileira durante o referido contexto histórico, o que por sua vez possibilitou uma série de transformações políticas, econômicas, sociais e culturais.



32. Segundo Perry Anderson (ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985.), durante a Idade Média, a monarquia feudal inglesa foi, de um modo geral, muito mais poderosa que a da França. Porém, apesar de todas as lendas inglesas sobre uma inquebrantável continuidade entre a época feudal e a época moderna, houve uma transformação profunda e radical de muitos traços característicos do primitivo desenvolvimento feudal. Tendo em vista o poder originário da monarquia feudal inglesa, a alternativa que expressa, como Anderson caracteriza, de modo amplo, o absolutismo na Inglaterra é:

A) Tornou-se ainda mais forte e superou em poder e centralização o Estado Absolutista francês, o mais formidável absolutismo da Europa continental.
B) A mais forte monarquia medieval do Ocidente, a inglesa, foi justamente aquela que produziu o absolutismo mais fraco e de menor duração.
C) Houve uma ruptura profunda entre a monarquia feudal inglesa e o absolutismo, que deu origem a um regime absolutista estável, sólido e de longa duração.
D) A transformação mais radical e profunda entre a época feudal e a época moderna na Inglaterra foi o fato de o absolutismo inglês deixar de ser só insular e passar a controlar toda a Europa.
E) A tardia centralização da organização política feudal inglesa deu origem a um ilimitado poder legislativo do rei absolutista.


resposta:[B]
A mais forte monarquia medieval do Ocidente, a inglesa, foi justamente aquela que produziu o absolutismo mais fraco e de menor duração. Uma vez que com as Revoluções Inglesas do século XVII (Puritana e Gloriosa) , o absolutismo no país foi definitivamente abolido.


33. Eric J. Hobsbawm, ao caracterizar o mundo na década de 1780, marco contextual inicial da chamada “Era das Revoluções”, descreve o mundo do período como sendo, ao mesmo tempo, muito menor e muito maior do que o nosso. A alternativa que coloca em destaque os motivos segundo os quais Hobsbawm descreve o mundo da década de 1870, na Europa, como menor do que o nosso é:

A) Mesmo homens cultos conheciam somente pedaços do mundo habitado, tornando o mundo menor geograficamente; havia um número menor de pessoas, tornando o mundo menor demograficamente; e as pessoas eram mais baixas e mais leves do que hoje.
B) Em termos científicos, culturais e educacionais, o mundo era muito menor, já que o Iluminismo não havia logrado ainda suas conquistas; o controle estatal sobre os homens e a natureza era menor e havia menor uso das liberdades individuais.
C) Era menor a expectativa de vida dos seres humanos; menores as conquistas da ciência e da civilização; mas, sobretudo, menores os horizontes políticos daqueles seres humanos ainda submetidos à tirania do Absolutismo e às verdades reveladas da Igreja Católica.
D) A produção industrial era muito menor, o acesso aos bens de consumo era muitíssimo menor; e ainda menor o número de trabalhadores organizados em esferas de articulação sindical.
E) Embora populacionalmente o mundo de 1870 fosse mais habitado do que o mundo no século seguinte, a colonização humana era menor porque o clima, possivelmente mais quente do que o de hoje, dificultava a formação de núcleos humanos nas regiões tropicais.



resposta:[A]

34. A noção de pós-moderno só ganhou difusão mais ampla a partir dos ano 70, inicialmente, no campo dos estudos arquitetônicos e artísticos. Com o tempo, passou a caracterizar, entre outras coisas, um modo de ver o mundo que desconfia das teorias com pretensões globais e totalizantes, embora o pós-moderno seja um fenômeno típico do mundo globalizado e neoliberal. Perry Anderson (Primórdios. In: ANDERSON, Perry. As Origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro : Jorge Zahar, 1999.) traça um interessante mergulho nas origens do termo “pós-modernismo”.
Argumenta que, em suas primeiras aparições, o “pós-moderno” ou a “pós-modernidade”, de um modo geral, carregavam uma carga semântica negativa e/ou pejorativa.
Entre os nomes presentes nas alternativas abaixo, aquele que, segundo Anderson, apresentou pela primeira vez os elementos de uma visão afirmativa do pós-moderno é:

A) Federico de Onis, organizador de uma famosa antologia de
poetas de língua espanhola.
B) Arnold Toynbee, no oitavo volume de seu Study of History.
C) Charles Olson, poeta norte-americano.
D) C. Wright Mills, sociólogo nova-iorquino.
E) Harry Levin, crítico literário norte-americano.


resposta:[C]

35. A infi nidade de cidades, que formavam, cada uma delas, um número correspondente de Estados, é vista normalmente como a característica mais notável da Grécia Antiga. A pólis grega é, de longe, o fenômeno que mereceu mais destaque por parte daqueles que voltam seus olhos para a Grécia Clássica. Entretanto, a organização e a cultura urbanas das cidades gregas não contavam com uma economia urbana que pudesse se equiparar a elas; por detrás da riqueza material que mantinha a vitalidade intelectual e cívica dos gregos da era clássica, estava o trabalho escravo no campo. O historiador que destaca, numa perspectiva vinculada ao materialismo histórico, o trabalho escravo como fonte econômica da prosperidade das cidades-estado gregas é:
A) Gustav Glotz.
B) Perry Anderson.
C) Arnold Toynbee.
D) Fustel de Coulanges.
E) Camille Jullian.


resposta:[B]

36. O fenômeno cultural e religioso, iniciado no século XVI, que rompeu com a unidade do cristianismo no Ocidente, conhecido como Reforma Protestante, termo inicialmente pejorativo empregado pelos católicos romanos, nunca foi um movimento unitário, pois havia, mesmo, uma grande diversidade entre aqueles cristãos da Europa Moderna Ocidental que acabaram se afastando da Igreja Católica Apostólica Romana.
O líder protestante cujas teses reformadoras apresentam os ideais de defesa da tese de que a salvação se dá pela fé e não pelas obras, a ênfase na leitura direta e na interpretação pessoal do Evangelho e o abandono da ideia de superioridade da Igreja sobre o Estado, é:

A) Thomas Münzer.
B) João Calvino.
C) João Knox.
D) Henrique VIII.
E) Martinho Lutero.


resposta:[E]

37. Com relação à discussão em torno do conceito de “capitalismo”, Francisco Calazans Falcon (O capitalismo unifi ca o mundo. In: REIS FILHO, Daniel A., FERREIRA, Jorge e ZENHA, Celeste (org). O Século XX: o tempo das certezas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. v.I.) afirma haver duas concepções dicotômicas que determinam concepções teóricas divergentes de capitalismo e uma periodização distinta para o fenômeno. Há aqueles que encaram os séculos que antecederam à Revolução Industrial, desde o século XVI, como um período pré-capitalista, com o mercado internacional dominado, ao longo desses séculos, por um capital comercial. Por outro lado, há aqueles que veem Revolução Industrial e capitalismo como coisas distintas e afi rmam que “o sistema mundial moderno” nasceu ainda no século XVI, havendo, portanto, apenas uma transição para o capitalismo: aquela ocorrida no próprio século XVI. Falcon opta por encarar o capitalismo, industrial e bancário, como algo nascido nos séculos XIX e XX, considerando pré-capitalistas os séculos XV/XVI ao XVIII.
Uma característica econômica típica da fase pré-capitalista é:

A) Predomínio da produção industrial em termos de valor e importância.
B) Transportes cada vez mais eficientes, em rapidez e capacidade de cargas.
C) Unificação do mercado nacional, seguida logo depois, por integração, em nível mundial, de mercados regionais.
D) Crises de subsistência, caracterizadas por desabastecimento de gêneros alimentícios, tornando a fome epidêmica.
E) Crises de superprodução e de baixa de preços, provocadas pela concorrência das potências absolutistas por mercados de produtos raros.



resposta:[D]


38. A principal característica do processo desenfreado de expansão
imperialista, ocorrido no século XIX, é que ele foi uma busca de ampliação de espaços, por parte principalmente da Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica, Itália, motivada por uma necessidade irrefreável da ampliação de mercados das economias competitivas do capitalismo bancário e industrial. Isso acabou implicando uma mudança radical no modo de organização política dos estadosnações imperialistas.
A alternativa em que aparece a descrição mais adequada da mencionada mudança radical é:

A) As fronteiras nacionais tinham sido, até então, a base de sustentação do edifício político do Estado; as forças avassaladoras do capitalismo industrial pressionavam para que essas fronteiras fossem rompidas e expandidas a uma dimensão sem precedentes.
B) As rivalidades e disputas nacionalistas entre as nações europeias pioneiras na industrialização foram superadas e houve uma aproximação entre elas, dando origem a um modelo de relações multilaterais cooperativas que serviria de base para a eclosão, no futuro, do Mercado Comum Europeu.
C) O sistema político-democrático e liberal não servia aos interesses centralizadores das potências imperialistas europeias, havendo, de modo geral, inclusive na Inglaterra e na França, uma descrença generalizada na democracia, nos valores culturais iluministas e um desrespeito à lei e à ordem institucional.
D) As nações imperialistas deslocaram seu foco de atenção para o continente americano, preocupadas com o extraordinário crescimento norte-americano, e abandonaram os territórios africanos e asiáticos anteriormente conquistados na expansão marítima e comercial europeia da Idade Moderna.
E) As forças militares das nações imperialistas perderam a importância que tiveram na fase anterior, quando eram necessárias para preservar as fronteiras nacionais; os burocratas e servidores administrativos, principalmente de setores ligados ao comércio, tornaram-se mais importantes do que os militares.


resposta:[A]

39. “Os dias difíceis começaram em setembro, com a tragédia de Sedan. Napoleão III foi feito prisioneiro pelo inimigo, o império desabava, a França inteira entrava em um estado de agitação quase (ainda quase) revolucionária. Proclamava-se a República, mas, nas próprias fileiras republicanas, ao que eu conseguia entender, agitavam-se duas disposições: uma queria extrair da derrota a oportunidade para uma revolução social, a outra se dispunha a assinar a paz com os prussianos somente para não ceder àquelas reformas que – dizia-se – desembocariam em uma forma de rematado comunismo.”
ECO, Umberto. Cemitério de Praga, O. trad, Joana Angélica d’Avila Melo. 4 ed. Record, 2011. p. 267).
O acontecimento histórico que, pelos indícios presentes no texto ficcional de Umberto Eco, narrados pelo personagem Simonini, estão sendo descritos no trecho ficcional é:

A) Revolução de 1848.
B) Maio de 1968.
C) Comuna de Paris, 1871.
D) Revolução Francesa, 1789.
E) Revolução de 1830.


resposta:[C]


40. A imagem do vaqueiro nordestino como símbolo de autonomia e de luta contra as intempéries deriva, em grande parte, do fato de a pecuária, durante o período colonial brasileiro, ter sido responsável pelo desbravamento do “grande sertão”, realizado pela fi gura solitária e mestiça do sertanejo.
Os fatores que levaram a pecuária nordestina, desenvolvida de forma extensiva, especialmente no final do século XVII e boa parte do século XVIII, a ser realizada em direção ao interior do país são:

A) A colonização brasileira não estava ainda plenamente consolidada
e a Coroa Portuguesa, como forma de proteger os rebanhos brasileiros das ameaças de mercenários, piratas e corsários ingleses, franceses e holandeses, optou por estimular a criação de gado em áreas mais longe do litoral.
B) Os homens, envolvidos na agroindústria açucareira, precisavam de alimentos, mas uma Carta Régia de 1701 proibiu a prática da pecuária na faixa litorânea, a fi m de garantir os interesses dos senhores de engenho e os lucros obtidos pela Coroa Portuguesa com a monocultura do açúcar.
C) O tipo de gado bovino trazido pelos portugueses para o Brasil Colonial, subespécie B. taurus taurus (exemplos: Angus, Caracu, Charolais, Devon), não se adaptou bem às condições climáticas, excessivamente úmidas, do litoral brasileiro, e só encontrou uma melhor adaptação no clima mais seco do semiárido nordestino.
D) Os brasileiros, ávidos de gêneros alimentícios, temiam que a exploração de gado no litoral, já ocupado pela lavoura açucareira, tivesse o mesmo destino de servir como produto para exportação e se organizaram para criar o gado bovino em uma região que estivesse longe das vistas dos negociantes portugueses.
E) O Brasil Colonial precisava de uma política agrária que contemplasse, ao mesmo tempo, as ambições agroexportadoras da metrópole portuguesa e as necessidades internas da população, pensando assim; a Coroa Portuguesa oferecia terras e incentivos financeiros ao investidor que desenvolvesse atividades econômicas no interior.


resposta:[B]

41. É comum entre os historiadores da Primeira e da Segunda Guerra Mundiais, embora haja divergências e diferentes ênfases, tratá-las como uma consequência do desenvolvimento do capitalismo industrial. São fortes os nexos causais estabelecidos entre industrialização e as rivalidades imperialistas entre os Estados que se envolveram nos conflitos mencionados. Seja como for, desde a Primeira Guerra, os dois lados hegemônicos tentaram vencer pela tecnologia. Entretanto, Eric Hobsbawm, de forma irônica, aponta para o fato de que apenas uma única arma tecnológica teve um efeito importante na guerra de 1914-1918
(A era da guerra total. In: HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 35 e 36).

A alternativa que explicita a única arma tecnológica destaca por Hobsbawm e os motivos pelos quais ela se tornou tão importante é:

A) O gás venenoso, trazido ao campo de batalha pelos alemães, tradicionalmente bons em química e que se tornou tão importante a ponto de ser um dos temas mais relevantes a ser discutido na Convenção de Genebra, regulando os aspectos humanitários das Guerras.
B) Os veículos blindados de esteira, usados de forma muito eficiente pelos generais britânicos, que venceram as tropas alemães devido à mobilidade dada por tais veículos aos combatentes ingleses e seus aliados.
C) As aeronaves que, embora tivessem pequeno porte e fossem ainda frágeis, lograram apavorar as populações civis de ambos os lados do conflito; embora não tivessem efeito decisivo nos combates, os pequenos aviões eram simbolicamente muito importantes e criaram mitos, como o germânico Barão Vermelho.
D) As aeronaves dirigíveis dos alemães, em forma de charuto e cheias de gás hélio, que abasteciam as tropas, retiravam os feridos alemães do cenário de batalhas desenvolvidas em trincheiras, ainda, e serviam como veículo de combate para atirar mísseis nos adversários.
E) O submarino, usado dos dois lados, como forma de dificultar o abastecimento das populações civis e que acabou, sobretudo, fazendo com que os norte-americanos entrassem no combate porque seus navios que abasteciam os ingleses foram atacados pelos submarinos alemães.



resposta:[E]

42. Caracterizado pelo surgimento e solidifi cação do Iluminismo ou Ilustração, nomes genéricos e generalizantes que se ligam aos propósitos das burguesias europeias, relacionados com a administração burocrática do Estado e com o progresso da Ciência e do domínio científico sobre a vida, o Século VII foi pródigo em novas ideias e novas formas de governar e administrar. Uma de suas consequências, no campo administrativo e governamental, foi o surgimento do chamado Despotismo Esclarecido. Apareceram monarcas que deram uma nova faceta ao absolutismo, mesclando centralização política com métodos modernizadores de gestão de recorte iluministas. Em meados do século XVIII, Portugal era um país atrasado, em relação às grandes nações europeias. Um episódio importante nesse período é, sem dúvida, a chegada ao poder de D. José I. O referido monarca empreende medidas modernizadoras visando adequar Portugal aos novos tempos, sem, entretanto, abrir mão da hegemonia política.
O administrador, colocado no poder por D. José I, que se notabilizou por ser o representante do Despotismo Esclarecido em Portugal foi:

A) Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.
B) Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável.
C) Bernardino Luis Machado Guimarães.
D) José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência.
E) Luís António Verney.

resposta:[A]



43. Insistindo na unidade básica do fenômeno conhecido como fascismo e buscando uma teoria geral explicativa desse tipo de movimento, o historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva (Os fascismos. In: REIS FILHO, Daniel A., FERREIRA, Jorge e ZENHA, Celeste (org). O Século XX: o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. v.II.) destaca algumas características básicas, que demonstram a coerência interna dos fascismos europeus de um modo geral. 
Tais características básicas estão agrupadas corretamente na seguinte alternativa:

A) Conservadorismo, paganismo e cientifi cismo.
B) Irracionalismo, materialismo e individualismo.
C) Secularização, liberalismo e ateísmo.
D) Antiliberalismo, antidemocratismo e anti-marxismo.
E) Individualismo, antissemitismo e reacionarismo.

resposta:[D]

44. No Pacífico, do mesmo modo que na Europa, o fim da Segunda Guerra Mundial foi caracterizado pela prevalência de aspectos políticos mais do que militares. Os Aliados sabiam que as Potências do Eixo estavam virtualmente derrotadas e tratavam, cada um por si, de preservar seus interesses geopolíticos.
De acordo com o contexto asiático da Segunda Guerra, a alternativa que corresponde corretamente às ações ou expectativas de um ou mais de um dos países vitoriosos já no fi m do conflito é:

A) Os soviéticos, já sabedores que o projeto norte-americano de fabricar a bomba atômica tinha sido bem-sucedido, desistiram de chegar ao arquipélago japonês e investiram suas forças totalmente na preservação das quinze repúblicas soviéticas ameaçadas pelo capitalismo.
B) Os EUA, a Inglaterra, a França e a Holanda, interessados apenas na derrota dos japoneses, desistiram de tentar recuperar a soberania que tinham sobre as colônias asiáticas invadidas e decidiram pela não intervenção diante das investidas dos movimentos nacionais de libertação criados durante a guerra.
C) Na Indonésia, os holandeses conseguiram impedir que a República proclamada por Sukarno e Hatta, com o apoio dos japoneses, se impusesse sobre suas intenções imperialistas, e mantiveram o controle sobre a região até, pelo menos, as guerras anticoloniais da segunda metade do século XX.
D) Os EUA, visando demonstrar ao Japão e aos demais Estados a capacidade de destruição da bomba atômica, e, simultaneamente, tornar desnecessária a ajuda militar soviética para derrotar o Japão, decidiu lançar sobre Hiroshima e, depois, sobre Nagasaki, bombas que, juntas, mataram mais de 450 mil pessoas.
E) A França, na Indochina, desistiu de assinar qualquer acordo com Ho Chi Minh e resolveu, a todo custo, aumentar ao máximo sua esfera de influência na região. Tal fato acabou dando origem a uma longa guerra, vencida apenas com a intervenção dos EUA.


resposta:[D]



45. O Golpe Civil-Militar de 1964, no Brasil, autodenominado “revolução militar” pelo seu Comando Supremo, depois de vitorioso, precisou construir uma identidade própria, pois nem todos os que se uniram para derrotar Jango compartilhavam o mesmo projeto político para o Brasil e para si próprios. Entre os setores vitoriosos da “revolução militar” estavam aqueles que se agrupavam em torno do IPES (Instituto de Pesquisa e de Estudos Sociais).
A alternativa em que estão mencionadas as expectativas daqueles que se agrupavam em torno do IPES para os desdobramentos da “revolução” é:

A) Eles queriam legitimar o golpe por um expediente jurídico junto ao Parlamento, fazer retornar as Forças Armadas para os quartéis e retomar a vida institucional nos padrões anteriores.
B) Desejavam não dar chance aos derrotados de, nas eleições previstas de 1965 e 1966, retomarem as posições anteriores, gravitando em torno dos vitoriosos civis do movimento, como Lacerda e Magalhães Pinto.
C) Pretendiam destruir a ordem e as tradições nacional-estatistas do trabalhismo de Jango e colocar em seu lugar uma alternativa internacionalista-liberal, com um modelo de Estado na economia mais regulador do que intervencionista.
D) Esperavam contar com o amplo apoio da população para promoverem ações que levassem à criação e desenvolvimento de um Estado forte, nacionalista, intervencionista e que governasse acima dos conflitos de classes.
E) Ainda inspirados nos ideais do velho Tenentismo, queriam fazer uso das Forças Armadas para fazer o país sair da dependência externa e do atraso em seus vários aspectos: educacional, moral, econômico e cultural.

resposta:[C]

46. O modelo inicial de ocupação do Brasil Colonial foi aquele instaurado pelas Capitanias Hereditárias, criadas por D. João III. A alternativa que expressa como era realizado, segundo o ordenamento da Coroa Portuguesa, o acesso dos donatários às terras brasileiras é:

A) Os donatários recebiam da Coroa Portuguesa uma doação, pela qual se tornavam possuidores, mas não proprietários de terras na América Portuguesa.
B) Os sesmeiros recebiam as terras, doadas pela Coroa Portuguesa, e tinham a obrigação de dividi-las com os donatários que tinham direito de explorá-las por cinco anos.
C) Os sesmeiros e donatários recebiam as terras da Coroa Portuguesa e se tornavam proprietários, desde que pagassem à Coroa um imposto correspondente a 25% de todo o lucro obtido com a exploração da terra.
D) Os donatários tinham direito de explorar a terra por quinze anos, desde que conseguissem um número expressivo de sesmeiros.
E) Os donatários recebiam da Coroa uma Carta de Doação que garantia a propriedade vitalícia da terra, mas ela nunca poderia ser vendida.


resposta:[A]


47. O Brasil é o único país de língua portuguesa em toda a América
do Sul. Diferentemente de nossos vizinhos, em grande maioria de colonização hispânica, após a independência de Portugal, o Brasil se manteve unificado e não se esfacelou em várias nações. Houve, porém, um momento de nossa história, já como um país independente, em que, segundo alguns historiadores, esteve ameaçada a unidade territorial do Brasil, embora a unidade nunca tenha deixado de prevalecer. No referido momento, as discussões políticas que estavam na pauta do dia eram em torno dos temas: centralização ou descentralização do poder, grau de autonomia provincial organização das Forças Armadas.
A alternativa na qual surge o nome desse momento histórico mencionado é:

A) República Velha.
B) Estado Novo.
C) Segundo Reinado.
D) Golpe Civil-Militar de 1964.
E) Período Regencial.


resposta:[E]


48. A guerra russo-japonesa (1904-1905) foi motivada pelas disputas entre a Rússia e o Japão pela conquista da Manchúria e da Coreia. Ela acabou tendo grande repercussão sobre os destinos da Revolução Russa de 1917. O vínculo existente entre a Guerra de 1904/1905 e a Revolução Russa de 1917 está estabelecido corretamente em:

A) A vitória russa na Guerra contra os japoneses deu novo fôlego ao regime czarista que, antes do conflito, estava sendo francamente questionado por variados setores da população russa.
B) A derrota sofrida pelos russos diante do Japão, primeira vez que um país europeu foi superado por um asiático, aumentou a insatisfação popular, colocando a lenha definitiva na fogueira do episódio conhecido como “Ensaio Geral da Revolução”.
C) As muitas baixas sofridas pelos russos, devido aos combates em território inóspito, levaram à insatisfação popular e esta foi capitalizada por Lênin, que passou a defender a deserção dos militares, no evento conhecido como “Pacifi smo Revolucionário”.
D) Muitos dos militares russos que se envolveram na vitoriosa campanha contra os japoneses estabeleceram vínculos de companheirismo durante a Guerra e voltaram à Rússia preparados militarmente e espiritualmente para derrotar o Czar.
E) A derrota para os japoneses atrasou as intenções revolucionárias tanto de bolcheviques quanto de mencheviques, pois ambos os grupos consideravam imprudente criticar Nicolau II em um momento tão doloroso para toda a Rússia.


resposta:[B]


49. Os dois Acordos de Paz de Camp David, negociados na casa de Jimmy Carter e assinados por Anwar Sadat, do Egito, e pelo Primeiro-Ministro Menachem Begin, de Israel, em 17 de setembro de 1978, representaram, na época, o ápice de uma reviravolta nas tradicionais alianças egípcias e o marco inicial para uma mudança de rumos no chamado conflito árabe-israelense. O conflito bélico entre árabes e israelenses, sem vitórias espetaculares de nenhuma parte, que levou aos acontecimentos que acabaram se desdobrando nos acordos de Camp David, ficou conhecido pelo nome de:

A) Guerra do Suez.
B) Guerra do Líbano.
C) Guerra do Golfo
D) Guerra do Yom Kippur.
E) Primeira Intifada.




resposta:[D]


50. No episódio da exploração da monocultura do açúcar, que caracteriza o Período Colonial Brasileiro, os holandeses, em função da agroindústria açucareira do Brasil, desempenhavam a seguinte atividade:
A) Controlavam a operação de transporte, refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro na Europa.
B) Protegiam o litoral brasileiro, atuando como mercenários contratados pela Coroa Portuguesa ou pelos Donatários.
C) Financiavam a atividade e ofereciam seu conhecimento técnico do cultivo de cana-de-açúcar, adquirido anteriormente nas Antilhas Holandesas.
D) Forneciam gêneros alimentícios que complementavam a alimentação dos portugueses e escravos africanos dedicados às atividades da monocultura açucareira.
E) Dedicavam-se a oferecer seus conhecimentos em técnicas de planejamento urbano, muito úteis na montagem de novas cidades, como Recife e Olinda.

resposta:[A]