quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Revisão de História do Brasil







Revisão sobre os principais temas de História do Brasil para as segundas fases dos principais vestibulares.

Professor Mauro Nápoles.

 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Confira a correção da prova da Vunesp 2014



Unesp vestibular 2014 - História

Questão 01

O início foi o problema mais complexo que a colonização do Brasil teve de enfrentar. Tornou-se tal — e é nisto que se distingue do caso norte-americano tão citado em paralelo com o nosso — pelo objetivo que se teve em vista: aproveitar o indígena na obra da colonização. Nos atuais Estados Unidos, como no Canadá, nunca se pensou em incorporar o índio, fosse a que título, na obra colonizadora do branco. O caso da colonização lusitana foi outro.

(Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo, 1987. Adaptado.)

Caracterize a relação entre colonos e indígenas na colonização dos Estados Unidos e identifique duas formas de “aproveitamento” do indígena na colonização do Brasil.

Resposta:

Na colonização inglesa da América do Norte, a relação entre colonos e nativos não foi uniforme. Nas colônias de povoamento do Centro-Norte, os contatos iniciais chegaram a ser amistosos, tendo inclusive ocorrido a com pra formal de terras pelos colonos; nas colônias do Sul, a necessidade de áreas extensas para a prática da cultura do algodão e do tabaco levou os colonos a expulsar os indígenas da região. Na colonização do Brasil, os índios foram utilizados como trabalhadores escravos na lavoura – sobretudo canavieira – e como mão de obra livre na pecuária e no extrativismo vegetal, fosse de pau-brasil, fosse de “drogas do sertão”.

Obs.: no século XVIII, certas tribos indígenas colaboraram com os ingleses na luta contra os franceses, em disputa dos territórios além-Apalaches e do Canadá.

Questão 02
 
A charge ilustra as três ordens sociais existentes na França antes da Revolução de 1789. Identifique essas três ordens e justifique o posicionamento dos personagens na charge.

Resposta:

A sociedade francesa do Antigo Regime (anterior à Revolução de 1789) dividia-se oficialmente em três ordens ou Estados: o clero (Primeiro Estado), a aristocracia ou nobreza (Segundo Estado) e o conjunto dos que não eram clérigos nem nobres, chamado genericamente de Terceiro Estado. Embora este último esteja representado na charge por um camponês, tratava-se de uma categoria bastante heterogênea, que ia da alta burguesia (banqueiros, donos de ma nu faturas e grandes comerciantes) a servos ainda presos à terra, passando pela média e pequena burguesias, ar te sãos e prestadores de serviços urbanos, pequenos proprietários rurais e camponeses arrendatários. A charge ilustra a situação de inferioridade do Terceiro Estado, explorado diretamente nas propriedades das duas outras ordens (caso dos camponeses), mas também por meio de uma carga tributária extremamente pesada (caso da burguesia), responsável pela sustentação da monarquia francesa e pela concessão de pensões e benefícios à nobreza e ao clero – estamentos que, entre outros privilégios, gozavam de isenção de impostos.

Questão 03

1. Exigimos, baseando-nos no direito dos povos a disporem de si

mesmos, a reunião de todos os alemães em uma Grande Alemanha.

2. Exigimos a ab-rogação [revogação] dos Tratados de Versalhes e de Saint-Germain.

3. Exigimos territórios para a alimentação de nosso povo e para o estabelecimento de seu excedente de população.

4. Não pode ser cidadão senão aquele que faz parte do povo. Não pode fazer parte do povo senão aquele que tem sangue alemão, qualquer que seja sua confissão. Consequentemente, nenhum judeu pode fazer parte do povo.

5. Aquele que não é cidadão não pode viver na Alemanha senão como hóspede e deve ser submisso à legislação aplicável aos estrangeiros.

(Programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, 1920. In: Kátia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea

(1789-1963), 1977. Adaptado.)

Explique as origens da exigência contida no item 2 do Programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães e cite duas ações, realizadas pelos nazistas após sua chegada ao poder, que derivaram do que é proposto nos itens 4 e 5 desse Programa.

Resposta:

Os Tratados de Versalhes e de Saint-Germain, ambos de 1919, foram impostos respectivamente à Alemanha e à Áustria pelos vencedores da Primeira Guerra Mundial. Suas cláusulas eram bastante duras, sobretudo em relação à Alemanha: perdas territoriais na Europa e no ultramar, restrições militares e pagamento de pesadas reparações; a Áustria perdeu vários territórios (alguns, como os Sudetos, habitados por populações germânicas) e ficou proibida de se incorporar à Alemanha – situação que o art. 1 do programa nacional-socialista pretendia reverter.

Ações dos nazistas derivadas do proposto nos artigos 4 e 5: perseguições aos judeus, incluindo a proibição de que exercessem determinadas profissões, como professores, advogados e médicos, reservadas aos cidadãos alemães.

 

 Questão 04

Nos primeiros anos da década de 1980, a Argentina e o Brasil trilharam, finalmente, o caminho da democracia. Naquele período, em um e outro país, as manifestações da sociedade vieram à tona, em vários níveis.

(Boris Fausto e Fernando Devoto. Brasil e Argentina: um ensaio de história comparada (1850-2002), 2004.)

Compare os processos de democratização ocorridos no Brasil e na Argentina nos anos 1980, a partir de dois aspectos: situação econômica interna; punição aos responsáveis por violências praticadas durante os respectivos regimes militares.

Resposta:

A redemocratização da Argentina, em 1983, e a do Brasil, em 1985, ocorreram em condições semelhantes: gravíssima crise econômica, complicada por uma inflação galopante. Quanto à questão da punição dos militares por violências por eles praticadas durante os regimes ditatoriais que impuseram, os procedimentos adotados nos dois países apresentam diferenças: tanto na Argentina como no Brasil, os militares inicialmente não foram processados. No Brasil, tal situação per dura até os dias atuais, por força do disposto na Lei da Anistia, de 1979. Na Argentina, porém, a descriminação dos militares foi revogada e os principais comandantes têm sido condenados a penas de prisão.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Dossiê João Goulart

Dossiê Jango: as dúvidas sobre a morte de João Goulart


Confira esse belo documentário sobre a vida política do ex-presidente João Goulart.





Dia 6 de dezembro de 1976 morreu João Goulart, o presidente destituído pelo golpe de 1964. Doze anos depois ainda era um anátema para o regime militar. Tanto assim que as notícias de sua morte, ocorrida em sua fazenda na Argentina, saíram truncadas na imprensa brasileira. Em aparência, teve um infarto. O corpo não foi autopsiado.
Até hoje as circunstâncias dessa morte não estão totalmente esclarecidas. Cardíaco, Jango teria sido vítima de um ataque fulminante. Mas há quem sustente que o envenenamento seria a verdadeira causa mortis. Teoria da conspiração? Talvez. Mas é em torno dessa dúvida que se constrói o documentário Dossiê Jango, de Paulo Henrique Fontenelle.
Trilhando esse caminho original na filmografia brasileira, o filme enriquece a reconstrução trabalhosa dos anos da ditadura (1964-1985). Procura, em sua parte inicial, contextualizar a época e dispor em seus lugares os atores em jogo. Nesse sentido, segue a trilha do recente e também muito bom O Dia que Durou 21 Anos, de Camilo e Flávio Tavares. Resumindo: o governo progressista de Jango, que assumira com a renúncia de Jânio Quadros, era visto com desconfiança pelas forças conservadoras do País. E também pelos Estados Unidos, preocupados com a possibilidade de uma nova e gigantesca Cuba em seu quintal.
O filme avança ao centrar foco, em sua segunda parte, apenas em Jango e seu controverso desaparecimento. Mas é preciso dizer que a primeira parte, ao estabelecer a aliança entre civis e militares para a produção do golpe, e a presença dos Estados Unidos na desestabilização do governo, é bem precisa e didática.
O contexto em que se deu fornece material para desconfiança sobre a morte natural de Jango. Doze anos após sua queda, sabia-se que alimentava intenção de voltar ao Brasil, sem ainda saber como fazê-lo. Além disso, em 22 de agosto do mesmo ano, morria Juscelino Kubitschek em acidente de carro na Via Dutra. Em 21 de maio do ano seguinte, a vítima seria o ex-governador Carlos Lacerda. Três mortes em circunstâncias pouco claras, de antigos rivais que se haviam unido na chamada Frente Ampla pela redemocratização.
Vivia-se a Guerra Fria e atentados a inimigos políticos não eram incomuns. Carlos Prats e Orlando Letelier, ligados ao presidente chileno deposto Salvador Allende, foram assassinados, assim como os uruguaios Zelmar Michelini e Gutierrez Ruiz, amigos de Jango, mortos na Argentina.
As suspeitas de assassinato de Goulart começaram a surgir logo após a sua morte. A tese era de envenenamento, pois o presidente deposto tomava regularmente três remédios para o coração. Os remédios, que vinham da França, teriam sido adulterados em operação conjunta da CIA e governos do Brasil e Argentina. Goulart era presença incômoda na Argentina, já também sob regime militar. Tudo faz sentido. Mas não existem provas.
O fato, relembrado por Fontenelle através de documentos e depoimentos, é que as dúvidas sempre existiram. Um empresário, amigo de Jango, Enrique Foch Díaz, escreveu um livro sobre o complô chamado João Goulart: O Crime Perfeito. Foch chegou a denunciar a viúva, Maria Thereza Goulart, de tomar parte no complô, segundo se lê em João Goulart – uma Biografia, do historiador Jorge Ferreira, da Universidade Federal Fluminense.
Em 2006, o caso voltou à tona com o depoimento do uruguaio Mário Barreiro Neira, que afirmava ter participado de uma certa Operação Escorpião, com o objetivo de matar Jango. Ao que parece, a testemunha não é lá muito fidedigna. Era um criminoso comum, recrutado pela repressão política no tempo da ditadura daquele país. Sua versão apresenta contradições. E não teria sido sustentada de modo desinteressado. Neira cumpria pena no Brasil e havia um pedido de extradição do Uruguai contra ele para responder por crimes comuns. Era seu interesse permanecer no Brasil alegando perseguição política do governo uruguaio. Em 2008 o Ministério Público acatou pedido da família Goulart para investigar a morte de Jango, tendo por base o depoimento de Neira. O Ministério Público concluiu pela falta de provas, tachando o depoimento do uruguaio de “confuso e contraditório”.
Isso encerra o caso? Não, como indica Dossiê Jango. Se nada prova que houve assassinato, também não se pode provar a morte natural. O estudo dos costumes políticos das ditaduras latino-americanas não exclui o uso de violência na eliminação de inimigos. A dúvida razoável se adensa pela ausência de autópsia e das mortes quase simultâneas de JK e Lacerda. Para esclarecer essa rede de intrigas, apenas se a investigação for reaberta e, desta vez, exposta à luz da democracia.
Fonte: Estadão

sábado, 9 de novembro de 2013

Confira a correção da avaliação de História – prova 2 do 4° bimestre



AVALIAÇÃO P2 DE HISTÓRIA
4º BIMESTRE - PRIMEIRA SÉRIE
Conteúdo:PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)
 Estudantes realizam o Enem (Exame Nacional de Ensino
1. (UFJF) Observe o mapa:
No período regencial (1831-1840), uma série de conflitos surgiu em algumas províncias brasileiras. Sobre esse contexto, responda ao que se pede.
a) Cite e analise duas características do contexto no qual ocorreram esses conflitos assinalados no mapa.


b) Eleja um desses conflitos e analise-o.



resposta:


a) O período regencial é normalmente entendido como “de crise”, perceptível pelas grandes rebeliões que ocorreram nas diversas regiões do Brasil, levadas a cabos pelas camadas excluídas do poder, agravadas pela exclusão econômica e social em alguns casos.
Apesar de sabermos que o tráfico não permanecerá por muito tempo, ele ainda existiu por quase 20 anos após a abdicação de D. Pedro I. A Lei de 1831 do ministro Feijó não foi cumprida, dada à tendência da elite tradicional em manter o braço escravo na lavoura (situação que se modificou em grande parte fruto das pressões inglesas). 


b) O aluno deveria escolher umas das revoltas regenciais e apresentar algumas de suas principais características.




2. (UERJ) O Sete de Abril de 1831, mais do que o Sete de Setembro de 1822, representou a verdadeira independência nacional, o início do governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos. O governo do país por si mesmo, levado a efeito pelas regências, revelou-se difícil e conturbado. Rebeliões e revoltas pipocaram por todo o país, algumas lideradas por grupos de elite, outras pela população tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. (...) A partir de 1837, no entanto, o regresso conservador ganhou força, até que o golpe da Maioridade de 1840 colocou D. Pedro II no trono, inaugurando o Segundo Reinado. Estava estruturado o Império do Brasil com base na unidade nacional, na centralização política e na preservação do trabalho escravo. (CARVALHO, J. Murilo et al. Documentação política, 1808-1840. In: "Brasiliana da Biblioteca Nacional". Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional/Nova Fronteira, 2001.)
Indique um exemplo de revolta popular, ocorrida no período regencial e explique por que a antecipação da maioridade de D. Pedro II foi uma solução para a crise.


resposta:

O aluno poderá mencionar: Cabanagem, Sabinada, Revolta dos Malês, Balaiada ou Guerra dos Farrapos. A antecipação da maioridade do imperador visava pacificar as diversas revoltas que eclodiram pelo país ao longo do período regencial e ao mesmo tempo evitar o temor por parte das elites de que houvesse fragmentação política do território brasileiro uma vez que algumas revoltas eram republicanas e separatistas.


3. (Enem 2010) Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil atravessou um período marcado por inúmeras crises: as diversas forças políticas lutavam pelo poder e as reivindicações populares eram por melhores condições de vida e pelo direito de participação na vida política do país. Os conflitos representavam também o protesto contra a centralização do governo. Nesse período, ocorreu também a expansão da cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupo dos "barões do café", para o qual era fundamental a manutenção da escravidão e do tráfico negreiro.

O contexto do Período Regencial foi marcado
a) por revoltas populares que reclamavam a volta da monarquia. 
b) por várias crises e pela submissão das forças políticas ao poder central. 
c) pela luta entre os principais grupos políticos que reivindicavam melhores condições de vida. 
d) pelo governo dos chamados regentes, que promoveram a ascensão social dos "barões do café". 
e) pela convulsão política e por novas realidades econômicas que exigiam o reforço de velhas realidades sociais. 




Resposta: [E]
O período regencial foi marcado por uma série de revoltas políticas e sociais e também pelo avanço da cafeicultura pelo Vale do Paraíba. A nova realidade econômica criada pela cafeicultura exigiu o reforço da escravidão para atender às novas demandas produtivas.





4. (Fuvest 2009)  "Nossas instituições vacilam, o cidadão vive receoso, assustado; o governo consome o tempo em vãs recomendações... O vulcão da anarquia ameaça devorar o Império: aplicai a tempo o remédio."
            Padre Antonio Feijó, em 1836.

Essa reflexão pode ser explicada como uma reação à:
a) revogação da Constituição de 1824, que fornecia os instrumentos adequados à manutenção da ordem. 
b) intervenção armada brasileira na Argentina, que causou grandes distúrbios nas fronteiras. 
c) disputa pelo poder entre São Paulo, centro econômico importante, e Rio de Janeiro, sede do governo. 
d) crise decorrente do declínio da produção cafeeira, que produziu descontentamento entre proprietários rurais. 
e) eclosão de rebeliões regionais, entre elas, a Cabanagem, no Pará e a Farroupilha, no sul do país.   


resposta:[E]
O citação do regente uno Padre Diogo Antônio Feijó refere-se a eclosão das revoltas provinciais, entre elas a Cabanagem, no Grão-Pará e Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul.


5. (Unicamp simulado 2011)  Desde 1835 cogitava-se antecipar a ascensão de D. Pedro II ao trono. A expectativa de um imperador capaz de garantir segurança e estabilidade ao país era muito grande. Na imagem do monarca, buscava-se unificar um país muito grande e disperso.

(Adaptado de Lilia Moritz Schwarcz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 64, 70, 91.)

No período regencial, a estabilidade e a unidade do país estavam ameaçadas porque
a) a ausência de um governo central forte causara uma crise econômica, devido à queda das exportações e à alta da inflação, o que favorecia a ocorrência de distúrbios sociais e o aumento da criminalidade. 
b) o desenvolvimento econômico ocorrido desde a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro levou as elites provinciais a desejarem a emancipação em relação à metrópole. 
c) a ausência de um representante da legitimidade monárquica no trono permitia questionamentos ao governo central, levando ao avanço do ideal republicano e à busca de maior autonomia por parte das elites provinciais. 
d) a expansão da economia cafeeira no sudeste levava as elites agrárias a desejarem uma maior participação no poder político, levando à ruptura da ordem monárquica e à instauração da república. 
e) a expansão da economia cafeeira no sudeste levava as elites agrárias a desejarem uma maior participação no poder político, levando à ruptura da ordem monárquica e à instauração da república.


resposta:[C]