segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Unesp 2013

Confira a correção das questões de História do vestibular Unesp 2013

Questão 31
Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder decisório. E ele sabia disso.
(Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.)
 
Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que
(A) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora  ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia.
(B) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos  na Assembleia demonstrava o caráter indireto da democracia.
(C) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o  que revelava a participação direta dos cidadãos na condução política da cidade.
(D) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e às suas decisões.
(E) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na  Assembleia, pois poderiam assim provocar impasses políticos.



resposta:[C]

 O texto trata do funcionamento da democracia ateniense durante o século V a.C. A questão exige do candidato a leitura, interpretação e a atenção para a forma como eram tomadas as decisões na  Assembleia, sendo estas fruto de debates e da participação direta dos cidadãos. A função do líder, portanto, era de reconhecer os anseios desses cidadãos, mas sua vontade individual não poderia ser preponderante para os rumos de Atenas. 


Questão 32

 Nos arredores de Assis, dois leprosários [...] hospedavam os homens e mulheres de visão repugnante escorraçados por todos: considerava-se que os leprosos eram assim por castigo de Deus, por causa dos pecados cometidos, ou porque tinham sido concebidos em  pecado. Por isso, ao se movimentarem, eram obrigados a bater certas castanholas, para que os sãos pudessem evitá-los, fugindo a tempo.
(Chiara Frugoni. Vida de um homem: Francisco de Assis, 2011.)
 
A lepra e as demais doenças recorrentes durante a Idade Média
(A) resultavam do descuido das vítimas e os médicos se dedicavam apenas aos doentes graves ou terminais.
(B) atingiam basicamente as populações rurais, pois as condições de higiene e saneamento nas cidades eram melhores.
(C) atacavam e matavam igualmente nobres e pobres, pois não existiam hospitais ou remédios.
(D) eram consideradas contagiosas e, devido a isso, não havia pessoas dispostas a cuidar dos enfermos.
(E) eram muitas vezes atribuídas à ação divina e as vítimas eram tratadas como responsáveis pelo mal.



resposta:[E]

 O enfraquecimento do poder laico e a emergência de uma sociedade fortemente influenciada pela religiosidade, esta sob a liderança católica, deram vazão na Idade Média a uma interpretação irracional de eventos naturais, tais como a ocorrência de enfermidades e epidemias em geral. As condições precárias de higiene, em especial nas zonas urbanas onde a aglomeração humana acentuava a disseminação de pragas, acabavam por facilitar a eclosão de epidemias de grande extensão. Apesar da existência de centros dedicados a tratar de enfermos, tais como os leprosários citados no texto e mosteiros que recebiam os doentes, a falta de conhecimento e de uma medicina mais preparada (O conceito biológico de contágio não existia ainda na Idade Média) dificultavam o tratamento eficiente dos doentes. Deste modo, as epidemias e outras doenças eram atribuídas a um suposto castigo divino em decorrência dos pecados cometidos por aquele que adquiriu a doença, desta forma imputando ao doente a culpa pelo seu próprio sofrimento. Lembre-se que a Igreja buscava incutir na população a noção de que a vida terrena seria exatamente o locus no qual a penitência devia ser cumprida.

 Instrução: Leia o texto para responder às questões de números
33 e 34.
[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe três letras das do ABC, que são F, L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não têm fé em nenhuma coisa que adoram; nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos padres da Companhia têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a nenhuma pessoa que lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque não têm lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao som da sua vontade; sem haver entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não têm rei que os reja, e a quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um vive ao som da sua vontade [...].
(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 1987.)

Questão 33
 O texto destaca três elementos que o autor considera inexistentes entre os tupinambás, no final do século XVI. Esses três elementos podem ser associados, respectivamente,
(A) à diversidade religiosa, ao poder judiciário e às relações familiares.
(B) à fé religiosa, à ordenação jurídica e à hierarquia política.
(C) ao catolicismo, ao sistema de governo e ao respeito pelos diferentes.
(D) à estrutura política, à anarquia social e ao desrespeito familiar.
(E) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à aceitação dos estrangeiros

resposta:[B]

O documento traz uma tríade muito citada nas aulas de História do Brasil: a velha concepção etnocêntrica do colonizador português de que o índio era desprovido de fé, lei e rei. Se o aluno for atento e encaixar cada uma destas "lacunas" identificadas pelos portugueses no seu respectivo campo teremos: fé com religião, lei com ordenação jurídica e rei com hierarquia política. Em cada uma das demais alternativas existe alguma afirmação completamente inadequada para o contexto apresentado pelo documento. 


Questão 34

 Os comentários de Gabriel Soares de Souza expõem
(A) a dificuldade dos colonizadores de reconhecer as peculiaridades das sociedades nativas.
(B) o desejo que os nativos sentiam de receber orientações políticas e religiosas dos colonizadores.
(C) a inferioridade da cultura e dos valores dos portugueses em relação aos dos tupinambás.
(D) a ausência de grupos sedentários nas Américas e a missão civilizadora dos portugueses.
(E) o interesse e a disposição dos europeus de aceitar as características culturais dos tupinambás.
 
 resposta:[A]
Nesta questão o aluno precisa se transportar para o contexto do período abordado pelo documento, ou seja, a colonização da América no século XVI. O elemento português, fosse ele um colonizador ou um jesuíta, compreendiam o índio através de seu olhar etnocêntrico, sendo incapazes de considerar a cultura indígena como merecedora de respeito. O reconhecimento do outro como seu semelhante esteve ausente do pensamento europeu ao longo de todo o processo de ocupação da América e mesmo dos continentes africano e asiático.
Questão  35
No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares com várias regiões do continente africano.
O interesse de ingleses nesse comércio derivava, entre outras coisas, da necessidade de
(A) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala industrial nas fábricas inglesas e francesas.
(B) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos consumidos nas grandes cidades europeias.
(C) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas fábricas instaladas em torno das grandes cidades inglesas.
(D) matérias-primas, como o algodão e os óleos vegetais, que eram utilizadas pelas fábricas inglesas.
(E) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas  que proliferavam na Inglaterra e na França.

resposta:[D]

 Desde o século XVI o interesse britânico no continente africano se constituiu através do estabelecimento de feitorias para participar do tráfico de escravos, em especial para as colônias caribenhas, Com o advento da Revolução Industrial, a partir do século XVIII, o interesse dos capitalistas britânicos voltou-se para a exploração dos
ricos recursos naturais africanos que serviam de matéria-prima para as suas indústrias. O óleo de palma, extraído na Nigéria, por exemplo, era um produto requisitado para o funcionamento das máquinas têxteis, bem como o algodão, essencial para o barateamento dos custos de produção. A alternativa "a" certamente fez muitos alunos se confundirem, uma vez que a gradual transformação do africano em consumidor de produtos britânicos fez parte do processo colonial. Contudo, no final daquela alternativa são citadas além das fábricas britânicas, as francesas. No entanto, ingleses e franceses são concorrentes industriais na expansão neocolonialista e, deste modo, a ação britânica era monopolista, buscando excluir os franceses dos benefícios desta colonização.


Questão 36
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode ser considerada como o resultado da ânsia pelo  lucro, numa época em  que a cobiça dos proprietários dos meios de
produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial, mas sim o próprio trabalho.
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa,vol. 2, 1987. Adaptado.)
 
O texto afirma que a Revolução Industrial
(A) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar mecanismos de defesa e proteção dos trabalhadores.
(B) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e apoio plenos de todos os segmentos da população.
(C) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveu-os num duro processo de produção.
(D) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de consolidar a ideia de que o trabalho enobrece o homem.
(E) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e facilitou o alastramento de epidemias.


resposta:[C]

 A questão remete mais uma vez à Revolução Industrial, exigindo que o candidato leia atentamente o excerto e interprete a noção de violência  que o autor engendra ao processo capitalista de produção. Bem como a noção de trabalho degradante durante o período da “formação da classe operária”. As informações dão conta de que as jornadas de trabalho durante o período podiam ser de 14 a 16 horas, as fábricas podiam incluir até mesmo crianças como mão-de-obra e o trabalho era realizado em locais insalubres, sem existir nenhuma regulação ou fiscalização por parte das autoridades. O que leva o autor do trecho a concluir que o processo, na verdade, foi realizado unicamente sob a “ideologia dos patrões”.


Questão 37

É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América.
(Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815].Simón Bolívar: política, 1983.)
 
O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer que,
(A) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.
(B) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.
(C) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no continente.
(D) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.
(E) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.


resposta:[E]

Mais uma questão  que exige do aluno uma habilidade básica em História: a interpretação de um documento. Uma boa leitura do documento e uma interpretação atenta conduziriam o aluno à resposta correta. Documento fundador da História LatinoAmericana, a Carta da Jamaica expressou o desejo de Bolívar — um dos maiores expoentes da luta pela independência na América —  de que as antigas colônias se mantivessem unidas em uma confederação, capaz de fazer frente às potências tradicionais como a Inglaterra, bem como às novas, como os  Estados Unidos.
Contudo, apesar de todas as semelhanças identificadas por ele, as disputas locais e os interesses dissonantes dos caudilhos em comunhão com os interesses externos tornavam improvável este projeto expresso na Carta da Jamaica. Tentando tornar realidade seu sonho, Bolívar organizou a Conferência do Panamá, em 1826. Várias nações latino-americanas foram convidadas, entre elas o Brasil. Contudo, poucas atenderam ao convite, envolvidas em suas próprias questões internas e pouco interessadas em seguir a proposta bolivariana. 

 
Questão 38
 O Brasil assistiu, nos últimos meses de 1822 e na primeira metade de 1823,
(A) ao reconhecimento da Independência brasileira pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e por Portugal.
(B) ao esforço do imperador para impor seu poder às províncias que não haviam aderido à Independência.
(C) à libertação da Província Cisplatina, que se tornou independente e recebeu o nome de Uruguai.
(D) à pacífica unificação de todas as partes do território nacional, sob a liderança do governo central, no Rio de Janeiro.
(E) à confirmação, pelas Cortes portuguesas e pela Assembleia Constituinte, do poder constitucional do imperador.


 resposta:[B]

 A questão remete ao processo de consolidação da independência do Brasil, mais especificadamente às resistências locais operadas contra o reconhecimento ao poder do Imperador D. Pedro I. A exemplo, temos a resistência na Bahia, exercida pelos portugueses, que foram expulsos, definitivamente, apenas em 2 de Julho de 1823. O movimento ficou conhecido, pois marcou o fim das resistências, bem como  pôde ser considerado por alguns historiadores como a data legítima da Independência do Brasil.

Questão 39
A Revolução Farroupilha foi um dos movimentos armados contrários ao poder central no Período Regencial brasileiro (1831-1840). O movimento dos Farrapos teve algumas particularidades, quando comparado aos demais.
Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao seu substituto legal Marciano Ribeiro.
E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta província extrema [...] não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer espécie. [...] O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata. Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo despotismo.
Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos do centro e com a espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.
(Bento Gonçalves [carta ao Regente Feijó, setembro de 1835] apud Sandra Jatahy Pesavento. A Revolução Farroupilha, 1986.)
 
Entre os motivos da Revolução Farroupilha, podemos citar
(A) o desejo rio-grandense de maior autonomia política e econômica da província frente ao poder imperial, sediado no Rio de Janeiro.
(B) a incorporação, ao território brasileiro, da  Província Cisplatina, que passou a concorrer com os gaúchos pelo controle do mercado interno do charque.
(C) a dificuldade de controle e vigilância da fronteira sul do império, que representava constante ameaça de invasão espanhola e platina.
(D) a proteção do charque rio-grandense pela Corte, evitando a concorrência do charque estrangeiro e garantindo os baixos preços dos produtos locais.
(E) a destruição das lavouras gaúchas pelas guerras de independência na região do Prata e a decorrente redução da produção agrícola no Sul do Brasil.

resposta:[A]

 A Revolução Farroupilha está inserida em um contexto de instabilidade política, ocorrida no Período Regencial, entre 1831 e 1840. As disputas estavam marcadas pelo conflito entre o Partido Liberal e o Partido Conservador. A emergência de ideias federalistas inspirou os gaúchos a reivindicarem maior autonomia política e econômica frente ao poder imperial. A concorrência ao charque gaúcho exercida pelos países vizinhos também incentivou os revoltosos a lutar pela proteção da sua mercadoria, uma vez negada tal exigência, a possibilidade da emancipação passa a ser cogitada.


Questão 40
 A Itália deseja a paz, mas não teme a guerra.
A justiça sem a força é uma palavra sem sentido.
Nós sonhamos com a Itália romana.
 
Os três lemas acima foram amplamente divulgados durante o governo de Benito Mussolini (1922-1943) e revelam características centrais do fascismo italiano:
(A) a perseguição aos judeus, a liberdade de expressão e a valorização do direito romano.
(B) o culto ao corpo, o pacificismo e a ânsia de voltar ao passado.
(C) o nacionalismo, a valorização do espírito clássico e o materialismo.
(D) a beligerância, o culto à ação e o esforço expansionista.
(E) o revanchismo, a socialização da economia industrial e a perseguição aos estrangeiros.


resposta:[D]
 Fenômeno político do período entre guerras, o fascismo desenvolveu-se como um regime baseado na idealização romântica da nação, apelando para o passado clássico como forma de impulsionar o nacionalismo e conquistar as massas através da celebração da unidade nacional. Neste processo, a idealização da guerra como instrumento de afirmação da capacidade técnico-cientifica do homem moderno (lembrem-se de como o futurismo adotou o discurso político em sua definição como movimento artístico) associava-se à ação e ao expansionismo requisitado pelo Estado corporativista italiano para sua "justa" integração ao mundo moderno que nascia. Durante o regime fascista, os judeus foram poupados da perseguição que, por outro lado, sofriam na Alemanha
nazista. Por fim, vale lembrar que o fascismo combatia o movimento comunista, bem como se afastava dos preceitos liberais e estabelecia até mesmo controle sobre a iniciativa privada italiana.
 
Questão 41
 Durante o regime militar brasileiro (1964-1985), ocorreram:
(A) fim do intervencionismo estatal na economia, ampliação da autonomia dos estados e controle militar do sistema de informações.
(B) ampliação dos programas sociais voltados à saúde e à educação, crescimento industrial e saneamento completo das contas públicas.
(C) limitação dos investimentos estrangeiros no país, erradicação da inflação e pagamento da dívida externa brasileira.
(D) fortalecimento do poder executivo, relativo esvaziamento do legislativo e do judiciário e aumento da participação estatal na economia.
(E) modernização tecnológica nas comunicações, incremento dos transportes aéreo e ferroviário e maior equilíbrio na distribuição de renda

resposta:[D]

 A Ditadura Militar brasileira constituiu-se em um regime autoritário que, apesar de todas as concessões feitas à iniciativa privada e ao capital internacional, buscou ampliar a participação do Estado na economia. Esta participação ocorreu por meio da fundação de empresas estatais em setores estratégicos, na construção das chamadas “obras faraônicas” que ampliaram consideravelmente a divida externa brasileira e na revisão de diferentes benefícios trabalhistas, tais como a substituição da estabilidade no emprego pela criação do FGTS. Apesar do crescimento expressivo durante ochamado Milagre Econômico, a péssima distribuição de renda acabou legando para a década seguinte uma sociedade marcada pela forte desigualdade social. Tratando-se de uma ditadura, obviamente os poderes legislativo e judiciário teriam sua atuação limitada  pelo fortalecimento do poder executivo representado pelos marechaispresidentes, apesar da confirmação da divisão dos três poderes garantida na Constituição de 1967. A possibilidade de recorrerem aos atos institucionais para impor os ditames do Poder Executivo praticamente anulava o suposto equilíbrio entre os três poderes. 


Questão 42
 O colapso e o fim da União Soviética, no princípio da década de 1990, derivaram, entre outros fatores,
(A) da ascensão comercial e militar da China e da Coreia do Sul, o que provocou acelerada redução nas exportações soviéticas de armamentos para os países do leste europeu.
(B) da implantação do socialismo nos países do leste europeu e da perda de influência política e comercial sobre a África, o Oriente Médio e o sul asiático.
(C) dos altos gastos militares e das disputas internas do partido hegemônico, e facilitaram a eclosão de movimentos separatistas nas repúblicas controladas pela Rússia.
(D) da derrubada do Muro de Berlim, que representava a principal proteção, por terra, do mundo socialista, o que facilitou o avanço das tropas ocidentais.
(E) da ascensão política dos partidos de extrema direita na Rússia e do surgimento de um sindicalismo independente nas repúblicas da Ásia.



resposta:[C]

 Ao longo da Guerra Fria as duas superpotências — Estados Unidos e União Soviética — se engajaram em um custoso processo de corrida armamentista e tecnológica com o intuito de comprovar a superioridade de seu modelo político-econômico. A partir da década de 1970, os problemas estruturais da economia soviética tornaram muito difíceis a manutenção de sua paridade bélica com os Estados Unidos resultando em graves problemas econômicos que passaram a exercer influência na vida cotidiana dos cidadãos. As dificuldades encontradas pelas antigas lideranças do PCUS acabaram conduzindo, em 1985, à eleição de Mikhail Gorbachev para o cargo de secretário-geral do partido com a missão de combater a crise interna. A adoção da Perestroika e da Glasnost, que significam respectivamente a reestruturação econômica e a transparência política, levaram a um processo de flexibilização das
relações com os regimes socialistas do Leste Europeu, seguindo-se então a eclosão em vários dos antigos regimes satélites de Moscou de movimentos pela emancipação política e maior liberdade para definir seu próprio caminho. A queda do Muro de Berlim em 1989 representou talvez o estopim para as revoltas que aconteceram no antigo bloco socialista europeu.


 

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