domingo, 30 de setembro de 2012

Confira a correção da P1 de História do Quarto Bimestre (Primeiro Ano)



 Confira a correção da P1 de História do Quarto Bimestre
Primeiro Ano
1. (PITÁGORAS) Leia os texto abaixo.

Texto 1
“A situação da Europa, na passagem do século XVIII para o XIX, era crítica. Napoleão Bonaparte havia chegado ao poder da França e adotava uma política expansionista no continente europeu. Sua política entrou em choque com a Inglaterra, que até então exercia um papel dominante na Europa Ocidental. França e Inglaterra disputavam o controle dos países do continente europeu. (...) Napoleão visando enfraquecer a Inglaterra, decretou o Bloqueio continental, que proibia aos países do continente europeu comercializarem com a Inglaterra.”

Texto 2
"Não corram tanto! Vão pensar que estamos fugindo!'
(Frase atribuída a D. Maria I, a Louca, quando a família real portuguesa se retirava de Lisboa para o Brasil, em 1807. "Nossa História". Rio de Janeiro, a. 1, n. 2, dez. 2003)

ESTABELEÇA a relação entre o texto 1 e o texto 2.





resposta:
A decretação do Bloqueio Continental, a invasão francesa em Portugal e a fuga da família real portuguesa para o Brasil.

2. (Unesp) Em março de 1808, a corte portuguesa desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, que se tornou a capital do império português.
a) Por que a família real teve que abandonar Portugal?


b) Cite duas conseqüências, de ordem cultural, decorrentes da presença dos Bragança no Rio de Janeiro.





resposta:
a) A vinda da família real ocorreu a partir do contexto internacional com a invasão das tropas napoleônicas a Portugal. Para não se submeter aos invasores franceses, a Corte foi transferida para o Brasil. 

b) Durante sua permanência no Brasil, a Coroa portuguesa efetivou uma série de transformações culturais que foram desde a instalação da Imprensa Régia, a fundação de cursos superiores de Medicina e de escolas de formação de oficiais militares, a criação do Jardim Botânico e da Biblioteca Real, e a vinda da missão artística francesa, a partir de 1816, dentre outras.


3. (PUC-RJ) "O Rio de Janeiro é a capital do Brasil há bastante tempo, muito antes de a família real deixar Lisboa. Traçarei uma breve descrição dessa cidade a partir do que pude apurar durante a minha estada. [...] O comércio [...] progrediu muito depois que a cidade tornou-se residência real [...] Os ingleses têm aberto muitos cafés no Rio de Janeiro, uma novidade, que tenho certeza, será bem acolhida. De fato, desde março de 1808, toda a cidade vem passando por transformações e recebendo melhorias.
Conde Thomas O Neill, 1809. Apud Jean Marcel Carvalho França. "Outras visões do Rio de Janeiro Colonial - Antologia de Textos". Rio de Janeiro, José Olympio, 2000. Pp: 310-320.


A descrição do inglês Thomas O Neill destaca algumas das transformações ocorridas desde a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro no ano de 1808.
a) Explique por que, a partir da abertura dos portos (1808), ocorreu a preponderância dos ingleses nas transações comerciais com o Brasil.



b) Cite duas transformações culturais ocorridas na cidade do Rio de Janeiro durante o Período Joanino (1808-1821).
resposta:




resposta:
 



a) Ao decretar a abertura dos portos brasileiros às “nações amigas” em 1808 D. João VI estava beneficiando, sobretudo, a Inglaterra, então, em plena Revolução Industrial, e o principal país que mantinha relações amigáveis com Portugal. A partir dessa data, os produtos manufaturados ingleses começaram a entrar no Brasil, sendo que a ampliação do controle do mercado colonial seria conseguida, anos mais tarde, com a assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em fevereiro de 1810. Esse Tratado garantia à Inglaterra a taxação privilegiada de 15% de impostos sobre os seus produtos vendidos no Brasil, enquanto que as mercadorias portuguesas pagariam 16% e as dos demais países, 24%.




b) Durante a permanência da corte joanina no Brasil (1808-1821) o Rio de Janeiro passou por uma série de transformações culturais dentre as quais podemos citar:
- A criação do Jardim Botânico;
- A escola de medicina do Rio de Janeiro;
- O Teatro Real;
- A Imprensa Real;
- A Academia Real de Belas Artes,
- A Biblioteca Real.



4. (Unifesp 2008)  A independência do Brasil, quando comparada com a independência dos demais países da América do Sul, apresenta semelhanças e diferenças. Indique as principais
a) semelhanças.


b) diferenças.



resposta:


a) Semelhanças: Tanto no Brasil, como nas colônias espanholas, os processos de independência foram conduzidos sob a liderança das elites econômicas coloniais, influenciadas pela ideologia liberal; em ambos os casos houve interferência Inglaterra em favor da emancipação, interessada no fim do Pacto Colonial devido à demanda por mercados em decorrência de sua industrialização; consolidadas as emancipações, as elites econômicas que se constituíram também em oligarquias políticas, assumiram o controle dos recém-fundados Estados nacionais latino-americanos, não promovendo alterações na estrutura social e econômica do período colonial e impediram a participação política dos segmentos populares.

b) Diferenças: O caso brasileiro é considerado "suis generis", pois a independência em relação a Portugal não se deu através de revoltas ou revoluções, sendo efetivada em 1822, sob a liderança do príncipe regente português no Brasil, D. Pedro I; foi adotado o regime monárquico de governo e foi preservada a unidade política nacional.

Na América Espanhola, a independência das colônias, liderada pelos "criollos" (descendentes de espanhóis nascidos na América que constituíam a elite econômica), foi conquistada através de guerras prolongadas, com batalhas sangrentas; consolidada a autonomia política, foi adotado o regime republicano presidencialista e as antigas colônias fragmentaram-se, dando origem aos vários Estados nacionais atuais de língua espanhola na América do Sul.





5. (Fuvest 2012)  Não parece fácil determinar a época em que os habitantes da América lusitana, dispersos pela distância, pela dificuldade de comunicação, pela mútua ignorância, pela diversidade, não raro, de interesses locais, começam a sentir-se unidos por vínculos mais fortes do que todos os contrastes ou indiferenças que os separam, e a querer associar esse sentimento ao desejo de emancipação
política. No Brasil, as duas aspirações – a da independência e a da unidade – não nascem juntas e, por longo tempo ainda, não caminham de mãos dadas.

Sérgio Buarque de Holanda, “A herança colonial – sua desagregação”. História geral da civilização brasileira, tomo II, volume 1, 2ª ed., São Paulo: DIFEL, 1965, p. 9.

a) Explique qual a diferença entre as aspirações de “independência” e de “unidade” a que o autor se refere.


b) Indique e caracterize ao menos um acontecimento histórico relacionado a cada uma das aspirações mencionadas no item a.



resposta:


a) Quando Sérgio Buarque de Holanda fala em unidade brasileira, reporta ao clássico problema da identidade nacional. A identidade nacional não existia no Brasil colonial (o termo “brasileiro”, por exemplo, no período colonial, significava “plantador de pau-brasil”).                     
Como Sério Buarque cita, em outro momento desse mesmo texto, a relação entre as regiões do Brasil Colônia que eram marcadas pela diferença e pela indiferença. A ideia de brasileiro é uma construção histórica do século XIX, iniciada ao longo do 2º Reinado, após a independência.
As aspirações de independência, por sua vez, foram anteriores à ideia de brasileiro, e visavam romper os elos do Sistema Colonial.
Normalmente, essas aspirações estavam ligadas à uma elite econômica. Os movimentos da Conjuração Baiana e Inconfidência Mineira, por exemplo, não visavam a “independência do Brasil”, pois, como vimos, a ideia de “brasileiro” não existia; elas visavam apenas à independência de suas regiões.
           
 b) Vários movimentos culturais brasileiros visaram construir a identidade nacional (unidade) brasileira, entre eles o Romantismo e o Modernismo. Do ponto de vista das políticas públicas, pode-se citar, entre outros, a Constituição de 1824, que define, pela primeira vez, o que é o “brasileiro”, a política de D. Pedro II em favor da identidade nacional, financiando artistas como Carlos Gomes e Pedro Américo, e até mesmo a política varguista de valorização do “nacional popular”, patrocinando, por exemplo, o samba e a capoeira. Entre os mais conhecidos movimentos que aspiravam à independência, o aluno poderia lembrar, principalmente, a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira.




Questão extra

1. (UFPI)  "... todos os brasileiros, e sobretudo os brancos, não percebem suficientemente que é tempo de se fechar a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar dos direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á por pronunciar a palavra fatal: liberdade, palavra terrível e que tem muito mais força num País de escravos que em qualquer outra parte ..."
(MOTA, Carlos Guilherme (org.). "1822: dimensões". São Paulo: Perspectiva, 1972. p. 482.)

O texto acima, escrito provavelmente por volta de 1823/1824, é parte de uma carta sobre a independência do Brasil, enviada por um observador europeu a D. João VI. Leia com atenção o texto e, a seguir, assinale a alternativa que expressa a configuração social do processo brasileiro de independência.
a) A democracia racial, decorrente de uma intensa miscigenação durante o período colonial, contribuiu para conciliar, logo nos primeiros anos do Império, os interesses dos distintos grupos sociais.
b) A "solução monárquica", através da qual a jovem nação optava por afastar-se de seus vizinhos americanos e adotar modelos políticos europeus, foi historicamente necessária como instrumento de conciliação das raças no Brasil.
c) O "haitianismo", temor da elite branca brasileira de que se repetisse no Brasil uma revolução negra, tal qual ocorrera no Haiti, limitou as bases sociais da independência e justificou manifestações como essa da carta transcrita.
d) Em razão de temores como aquele expresso na carta citada, a independência fez-se acompanhar de um processo crescente de enfraquecimento da escravidão. Os mesmos grupos que lideraram o processo de independência liderariam, anos depois, a abolição da escravatura.
e) O temor expresso na carta é infundado, pois além de contar com um número pequeno de escravos à época da independência, as relações entre os escravos e seus senhores, no Brasil, sempre foram cordiais, decorrendo justamente disso a noção de "democracia racial".




resposta:[C]
Um dos principais temores das elites brasileiras no período posterior à independência política brasileira alcançada em 1822 era a ocorrência de uma possível revolta escrava, assim como havia ocorrido no Haiti, uma ex-colônia francesa onde os negros se rebelaram violentamente.


2. (Uerj) Para cúmulo da desgraça foram os soberanos da Espanha obrigados a renunciar aos seus direitos, a abdicar de seu trono e a solicitar o seu mesmo Povo a que faltasse à fé e juramento de fidelidade, que havia prestado à Real Família Reinante; a pedir por fim que obedecesse a seus próprios inimigos. Depois disto, quem se atreverá a duvidar da sábia política do Príncipe Regente de Portugal, em mudar a sua Corte para o Brasil? (Adaptado de "Correio Braziliense", 1808. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado/Instituto Uniemp, edição fac-similar, 2000.)

a) O texto acima remete a um acontecimento, decorrente da política internacional, ocorrido na Península Ibérica na primeira década do século XIX. Indique esse acontecimento e seu principal objetivo em relação a Portugal.
 

b) A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil pode ser considerada importante para o processo de independência do Brasil. Apresente um argumento que justifique esse ponto de vista.
  

resposta:


a) Invasão e ocupação da Península Ibérica por tropas francesas. Domínio de Portugal para efetiva adesão ao Bloqueio Continental.


b) Um dentre os argumentos:
• O Brasil veio a ser elevado à condição de Reino Unido, transformando-se a antiga colônia em metrópole.
• O Rio de Janeiro transformou-se em ponto de atração das elites, permitindo-lhes a constituição de uma identidade comum.
• A abertura dos portos às nações amigas possibilitou o fim do monopólio comercial, estabelecendo uma maior liberdade de comércio no Brasil.
• A instalação de um aparelho burocrático possibilitou a ascensão de inúmeros brasileiros aos cargos de administração, contribuindo para a idéia de autonomia do Brasil.


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