segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Spartacus (filme)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Spartacus (PT/BR)
Estados Unidos
1960 cor 184 min
Direção
Stanley Kubrick
Roteiro/Guião
Howard Fast / Dalton Trumbo
Elenco
Kirk Douglas
Laurence Olivier
Peter Ustinov
John Gavin
Jean Simmons
Charles Laughton
Tony Curtis
Género
épico / drama histórico
Idioma
inglês

Spartacus é um épico estadunidense de 1960, do gênero drama histórico, realizado por Stanley Kubrick, e que conta a história do escravo romano Espártaco.
Índice
1 Sinopse
2 Elenco
3 Principais prêmios e indicações
4 Ligações externas


Sinopse
Um homem que nasceu escravo, labuta para o Império Romano enquanto sonha com o fim da escravidão. Ele, por sua vez, não tem muito com o que sonhar, pois foi condenado à morte por morder um guarda em uma mina na Líbia. Mas seu destino foi mudado por um lanista (negociante e treinador de gladiadores), que o comprou para ser treinado nas artes de combate e se tornar um gladiador. Até que um dia, dois poderosos patrícios chegam de Roma, um com a esposa e o outro com a noiva.
As mulheres pedem para serem entretidas com dois combates até à morte e Spartacus é escolhido para enfrentar um gladiador negro, que vence a luta mas se recusa a matar seu opositor, atirando seu tridente contra a tribuna onde estavam os romanos. Este nobre gesto custa a vida do gladiador negro e enfurece Spartacus de tal maneira que ele acaba liderando uma revolta de escravos, que atinge metade da Itália. Inicialmente as legiões romanas subestimaram seus adversários e foram todas massacradas, por homens que não queriam nada de Roma, além de sua própria liberdade. Até que, quando o Senado Romano toma consciência da gravidade da situação, decide reagir com todo o seu poderio militar.
O ápice do filme é a extraordinária cena da batalha onde os escravos são derrotados pelas legiões romanas. Na cena, mostra muito bem como as legiões romanas se movimentavam no campo de batalha. Spartacus sem sombra de dúvidas foi um dos melhores feitos na História do cinema no gênero épico.

Elenco
Kirk Douglas ... Spartacus
Laurence Olivier ... Crassus
Jean Simmons ... Varinia
Peter Ustinov ... Batiatus
Charles Laughton ... Graccus
John Gavin ... Caesar
Tony Curtis ... Antoninus
Nina Foch ... Helena Glabrus
John Ireland ... Crixus
Herbert Lom ... Tigranes
John Dall ... Glabrus
Woody Strode ... Draba

Principais prêmios e indicações


Oscar 1961 (EUA)
Venceu nas categorias de melhor ator coadjuvante (Peter Ustinov), melhor direção de arte colorida , melhor fotografia colorida e melhor figurino colorido .
Indicado nas categorias de melhor edição e melhor trilha sonora de drama ou comédia .
BAFTA 1961 (Reino Unido)
Indicado na categoria de melhor filme de qualquer origem.
Globo de Ouro 1961 (EUA)
Venceu na categoria de melhor filme - drama.
Indicado nas categorias de melhor ator de cinema - drama, melho ator coadjuvante (Peter Ustinov e Woody Strode), melhor diretor de cinema e melhor trilha sonora.










SPARTACUS, A REVOLTA DOS ESCRAVOS

Spartacus nasceu por volta do ano 100 a.C. na Trácia. Foi soldado romano mas, quando lhe pediram para lutar contra o seu povo, recusou e foi feito escravo juntamente com a sua mulher. Foram levados para Cápua, na península itálica, a cerca de 1500 kms da sua terra natal. Aí foi vendido e tornou-se um escravo gladiador. Fez amizade com outro escravo gladiador gaulês chamado Crixos.
Em 73 a.C., cerca de duzentos gladiadores revoltaram-se, devido aos maus tratos que recebiam, armados apenas com facas de cozinha e armas improvisadas e com o armamento que recolhiam dos guardas mortos. No entanto, apenas cerca de 78 conseguiram escapar, e agora armados devidamente, os gladiadores repeliram a guarnição de Cápua. Spartacus e Crixos lideraram a fuga.
Os primeiros dias foram dedicados à sobrevivência. Percorrem os campos do sul da península itálica roubando para se alimentarem, vestirem e armarem. Tinham um plano. A ideia era organizarem-se numa unidade móvel de combate de guerrilha e refugiarem-se num local de fácil defesa. Escolheram as encostas do monte Vesúvio.
As notícias da evasão chegaram a Roma que não se preocupa com a situação. É formado um pequeno exército de cerca de 3000 homens, quase todos recrutas sem experiência e que são enviados para capturar os escravos gladiadores fugitivos.
Spartacus que já tinha sido soldado romano sabe que estes gostam de combater em campo aberto e que a melhor tática de combate com eles é a tática de guerrilha que consiste em fazer armadilhas e ataques de surpresa seguidos de fuga.
Os 3000 romanos são facilmente derrotados por Spartacus depois de um ataque de surpresa. Durante a noite, Spartacus mandou atar cadáveres a postes no seu acampamento para que os romanos pensassem que eram sentinelas e que iriam aí passar a noite. Ao mesmo tempo desceu a encosta por um lugar de difícil acesso e, na manhã seguinte, atacou os romanos de surpresa pelas costas derrotando-os facilmente.
A notícia da vitória de Spartacus percorreu o sul da Itália e muitos escravos e camponeses pobres fogem ou abandonam as suas terras para se juntarem a Spartacus. O grupo de escravos já parece um exército...
Mas Roma continua pouco preocupada enviando pequenas legiões mal preparadas. Durante quase um ano, vão sendo sucessivamente derrotas e, o grupo de Spartacus, recebe cada vez mais apoiantes. É agora um verdadeiro exército. Spartacus sabe que com tantos homens lhe é cada vez mais difícil usar a táctica de guerrilha. Sabe também que é uma questão de tempo até os romanos os levarem mesmo a sério e a enviar verdadeiros exércitos com soldados experientes para os derrotar. Por isso pensa que a melhor solução é fugir para fora de Itália. Sonha fugir para a Trácia, sua terra natal. Mas o seu amigo Crixos tem outra opinião. Está demasiado auto-confiante e julga poder derrotar sempre os romanos. Para Crixos, a melhor solução é ficar em Itália e roubar o máximo que puder. Planeia mesmo conquistar a cidade de Roma. Crixos e os seus apoiantes afastam-se de Spartacus para seguir o seu plano.
Mas os romanos estão agora preocupados e enviam dois grandes exércitos com homens experientes. Sabem que os fugitivos se dividiram. Derrotam o grupo de Crixos e matam-no. Concentram-se agora em Spartacus. Este tenta fugir pelo sul para a ilha da Sicilia. Aluga barcos para atravessar o Mediterrâneo mas é enganado e os barcos não chegam a aparecer. Percorre a Itália, dirigindo-se a norte para ultrapassar os Alpes e fugir para a Trácia. Consegue derrotar os exércitos romanos que o perseguem. Segundo Apiano, historiador romano, Spartacus manteve 300 homens do general romano Gellius vivos e forçou-os a lutar entre si até à morte como Gladiadores.
Quando chega aos Alpes, os seus homens não o querem acompanhar. Querem voltar para trás e derrotar os romanos. Estes enviaram 10 legiões porque sabem que Roma corre um grande perigo. Spartacus é derrotado. O seu corpo nunca foi descoberto mas, à saída da cidade de Roma, na estrada para Cápua, foram crucificados 6 000 de escravos fugitivos que aí ficam expostos a apodrecer para servirem de exemplo a todos os escravos. Para que saibam o que acontece a quem se revolta contra Roma.
A revolta de Spartacus foi derrotada pelo homem mais rico de Roma, Marcus Licinius Crassus, que foi quem organizou as legiões romanas que o derrotaram. Mas quem ficou na História como herói foi Spartacus e não Crassus. Ainda hoje é recordado como um herói da liberdade.

sábado, 29 de agosto de 2009

A MURALHA
A Muralha foi uma minissérie brasileira de televisão exibida pela Rede Globo de 4 de janeiro a 31 de março de 2000, com 51 capítulos. É baseada no romance homónimo de Dinah Silveira de Queiróz. A minissérie foi escrita por Maria Adelaide Amaral, João Emanuel Carneiro e Vincent Villari, direção de Denise Saraceni, Luíz Henrique Rios e Carlos Araújo. Direção geral de Denise Saraceni e Carlos Araújo e núcleo de Denise Saraceni.

Enredo


"Século XVII, três mulheres em busca de um sonho, para alcançá-lo devem cruzar a maior cadeia de montanhas do Brasil, devem cruzar A Muralha." (traduzido do site da minissérie no Canal 13 do Chile)


Os bandeirantes, pioneiros no desbravamento do território brasileiro. Paulistas em sua maioria, por volta de 1600, suas atividades consistiam em abrir rotas rumo ao interior do país em busca de riquezas e, também, índios, para serem vendidos como escravos.

Mesmo sob domínio territorial português, a luta pela posse das propriedades era constante. Vindos de diferentes partes do mundo, inúmeros forasteiros e estrangeiros tentavam se apossar do território conquistado pelos bandeirantes. A muralha é referência à Serra do Mar, um grande obstáculo às incursões ao centro do país. É pelas cercanias da Vila de São Paulo, na fazenda de Lagoa Serena, após atravessar a muralha, que habita Dom Braz Olinto (Mauro Mendonça), um patriarca que lidera sua família e sua bandeira com muito trabalho e sacrifício. Sua luta principal é dominar e vender mão-de-obra indígena, adquirida através das empreitadas feitas ao interior. Nisto se difere de seu filho Tiago Olinto (Leonardo Brício), que vê na conquista do ouro a grande razão para seu empenho pessoal. Junto de Dom Braz em suas aventuras está também Afonso Góis (Celso Frateschi), seu genro, casado com Basília (Deborah Evelyn), sua filha. O casal padece da dor da perda do filho Pedro, que desapareceu, aos 13 anos, durante uma expedição com o pai. Em função disso, a expectativa pelo reencontro do filho é uma constante para Afonso e Basília. Rosália (Regiane Alves), a caçula de Braz, é uma jovem determinada, que se dispõe a largar tudo quando se apaixona de verdade por Bento Coutinho (Caco Ciocler), que trabalha na bandeira de seu pai. Leonel (Leonardo Medeiros),seu filho e casado com a sensível Margarida (Maria Luísa Mendonça), que acha que seu casamento só será completo após a chegada de um filho. Ainda na fazenda, mora Mãe Cândida (Vera Holtz), esposa de Dom Braz, que assume a casa nos períodos em que os homens estão fora. Afetuosa, porém contida, seus critérios não se baseiam na religião ou na justiça, mas nas prioridades de seus homens. Junto dos filhos mora a sobrinha Isabel (Alessandra Negrini), a única mulher a enfrentar a mata e as batalhas no meio dos homens. Ela é considerada por Dom Braz o melhor soldado de sua tropa, inclusive, porque salvara a vida do tio durante um ataque à aldeia. Isabel é apaixonada por Tiago e tem comportamento selvagem, o que a faz sentir-se quase como um bicho. Após a batalha, Dom Braz informa Tiago de que havia mandado vir de Portugal uma mulher, que não fosse uma nativa ou impura, para se casar com o filho. O conflito entre os dois é inevitável. Tendo sido criado no Colégio dos Jesuítas, Tiago teve contato com pensamentos renascentistas e era contra a dominação e o desrespeito aos índios. Seu interesse estava concentrado na observação de estrelas e em sonhar com a conquista do ouro no sertão, na cidade de Sabaraboçu, que muitos achavam se tratar de uma lenda. Tiago tem como melhor amigo o índio Apingorá (André Gonçalves), líder de sua tribo, que sabe ler e escrever em português e ajuda Dom Braz nas suas empreitadas. Pelo mar chega Beatriz (Leandra Leal), a noiva de Tiago, que é também sua prima. Trata-se de uma menina cheia de sonhos e apaixonada pelo futuro esposo, que sequer conhece. Junto com ela chegam Ana (Letícia Sabatella), a prostituta Antônia (Claudia Ohana) e padre Miguel (Matheus Nachtergaele).

A chegada até Lagoa Serena se dá por uma tortuosa caminhada através da Serra do Mar, que já simboliza toda a dificuldade que Beatriz, uma dama européia, encontra na rudeza dos territórios brasileiros da época. Ao longo do caminho, porém, ela se revela alguém de muita fibra e força, disposta a enfrentar tudo para alcançar seus objetivos, despindo-se de seus sapatos e vestes para enfrentar os campos coloniais. Ana é uma cristã-nova, que chega triste ao Brasil para cumprir sua promessa e casar-se com Dom Jerônimo (Tarcísio Meira), um comerciante inimigo de Dom Braz. A promessa de casamento fora feita por seu pai, a quem Dom Jerônimo livrara da fogueira da Inquisição. Ao chegar ao Brasil, Ana é recebida por Guilherme Schetz (Alexandre Borges), responsável por levá-la até Dom Jerônimo. Assim, Ana passa uma noite na casa de Guilherme, pressentindo que seu destino após a boa companhia do rapaz não seria bom. A figura de Dom Jerônimo era a síntese da hipocrisia religiosa de seu tempo e, ao conhecer Ana, ele passa a escravizá-la e espioná-la para saber de sua real conversão. Trata-se de um pervertido, que estupra a índia Moatira (Maria Maya) inúmeras vezes. Dissimulado, porém, passa a maior parte do tempo a procurar heresias e escrevendo cartas ao tribunal do Santo Ofício, a Inquisição. Antônia veio ao Brasil em busca de um bom casamento, sabendo que não havia muitas mulheres brancas por estas terras. Irreverente e debochada, ela ocupa funções estratégicas na vila, como mensageira entre Ana e Guilherme e, mais tarde, ao reencontrar Beatriz, ajudando-a a conquistar Tiago. Já ao chegar, cai nas graças do bem-humorado Mestre Davidão (Pedro Paulo Rangel), que passa a cortejá-la. Padre Miguel é um jovem idealista e verdadeiramente crente de sua missão: evangelizar o gentio. Em seu caminho, a paixão pela índia Moatira o faz rever seus conceitos e acreditar que o caminho cultural traçado por nossos indígenas não era errado, mas diferente. Beatriz enfrenta forte luta para conquistar o coração de Tiago. Acobertada por Mãe Cândida, Isabel esconde até quando pode sua gravidez, fruto do relacionamento com o primo a quem amava. Durante uma batalha, no entanto, Dom Braz é atingido e, antes de morrer, confessa à Isabel que ela também é sua filha. Ciente de que não poderia levar seu sentimento adiante, a moça se despede de Tiago e entrega seu filho à Beatriz, para que ela assuma sua criação. Isabel segue, então, para uma aldeia e, sob a proteção de Caraíba (Stênio Garcia), é intimada a cumprir seu destino. Voltando ao lugar que lhe pertence, nua, ela anda rumo à mata, que a acolhe, dando a entender que se transforma em uma onça. Após denunciar vários cidadãos da vila à Inquisição, Dom Jerônimo passa a mandar prender todos aqueles que se colocam contra sua autoridade. São presos: Mestre Davidão e Antônia, Ana e Guilherme e, também, padre Miguel. Para o julgamento inquisitório, o próprio Dom Jerônimo assume o papel de juiz e arma uma audiência pública para incriminar os acusados. Lá, eles são acusados injustamente de pecados como apostasia, prostituição e devassidão moral. Perante os demais cidadãos, que acompanham inconformados aquele julgamento, todos são condenados à fogueira. Antes de ser queimado, entretanto, Guilherme consegue uma faca e acerta o abdômen de Dom Jerônimo. Nesse momento, ele passa a ouvir as verdades sobre sua própria devassidão e pecados ditas por Ana e vê, no centro da fogueira, a falecida índia Moatira, a quem estuprara diversas vezes e Dom Braz, seu inimigo mortal. Desesperado com as alucinações, termina morto em uma das fogueiras que ele mesmo acendeu. Antônia aceita casar-se com Davidão e Ana passa a viver feliz ao lado de Guilherme, terminando grávida. Padre Miguel se dedica a cuidar dos índios, sob orientação de Caraíba, e vê nas pequenas meninas a imagem da índia Moatira, a quem amava. Em Lagoa Serena, Leonel chega de Sabaraboçu dizendo ao irmão Tiago que a terra do ouro não era uma lenda. Nove meses se passam e após Beatriz dar à luz a pequena Margarida, nome dado em homenagem a falecida cunhada, os dois irmãos tomam a estrada rumo a essas terras, em companhia de Beatriz, que se diz pronta para enfrentar o que for ao lado do marido e levam os filhos Braz e Margarida.

Personagens

Beatriz Ataide: É uma bela menina, frágil e de natureza romântica. Filha de um nobre navegador português que lutou na famosa Batalha do Alcácer Quibir e morreu num naufrágio, quando voltava das Índias com especiarias. Vem para o Brasil para casar-se com Tiago, o primo de segundo grau que não conhece, mas com quem sonha viver um amor eterno. Depois do choque cultural que sofre e de ser evitada por Tiago, Beatriz vai, aos poucos, deixando os modos aristocratas e se adaptando à vida na colônia. Acaba se tornando uma mulher forte e decidida e, aos poucos, vai ganhando Tiago, que a ama mas foge dela.
Tiago Olinto: Filho de Dom Braz, foi criado no Colégio dos Jesuítas, onde desenvolveu idéias quase renascentistas. Respeita os índios e não gosta de escravizá-los. Aos 25 anos, tem o sonho de encontrar ouro no sertão, na cidade de Sabaráboçu, que muitos acham ser uma lenda. Assume um comportamento esquivo quando contraria o pai, por não estar de acordo com as ações das Bandeiras. Guarda segredos muito graves e por isso, evita sua noiva Beatriz, apesar de amá-la desde o dia em que Dom Braz mandou buscá-la.
Ana Cardoso: Mulher de 25 anos, bonita e íntegra, sofre muito por ser judia e obrigada a se converter para não morrer na fogueira. É cristã-nova, mas mantém as tradições de sua religião de origem. Ela chega ao Brasil para se casar com Dom Jerônimo por causa de uma dívida de gratidão que seu pai tem para com ele. Entrega todos os bens da família para Jerônimo, se submetendo ao máximo sacrifício pela vida do pai. Na viagem para o Brasil, se torna amiga de Antônia e Beatriz. Ao desembarcar, conhece Dom Guilherme, por quem se apaixona. No entanto, reprime os seus sentimentos por medo de que o pai seja morto em Portugal a mando de Jerônimo, que é irmão do Inquisidor-Mor. Com a ajuda de Antônia e Davidão, comunica-se com Guilherme sempre que pode.
Dom Guilherme Schetz: Sedutor e romântico, é dono de um engenho de açúcar em São Vicente e mantém negócios com Dom Jerônimo. É amigo da família de Dom Braz e também tem negócios com ele, não tomando partido quanto a inimizade dos dois. De origem flamenca, gosta do Brasil e relaciona-se com as índias sem pudor. Trata todos os seus empregados honestamente, dando uma retribuição por seus serviços prestados, fato inédito num tempo de escravidão. Ao buscar Ana na praia, a pedido de Dom Jerônimo, se apaixona por ela e vai tentar libertá-la de seu cativeiro. Gosta de cantar e tocar violão.
Antonia Brites: Espanhola de origem, Antônia vivia em Portugal como prostituta. Bonita, irreverente e generosa, chega ao Brasil para procurar um marido bom e compensador de seu passado. Logo que chega, já tem vários homens aos seus pés,pois existem poucas mulheres brancas na Vila de São Paulo. Encanta-se com a beleza de Bento Coutinho e resolve casar-se com ele. Quando percebe que está sendo usada, vai morar com Davidão, mas continua procurando um marido. Amiga de Ana e Beatriz, ajuda-as com seus amores, principalmente virando mensageira de Ana e Guilherme. Canta músicas portuguesas e encanta com sua bela voz, doce e suave.
Mestre Davidão: Engraçado e bem-humorado, o comerciante Mestre Davidão é mais um judeu convertido falsamente em cristão-novo para escapar do preconceito. Apaixona-se por Antônia desde o início, mas vê a amada escolher outro homem. Também ajuda Ana e Guilherme passando mensagens, principalmente nas cerimônias religiosas. Abriga Antônia em sua casa e é muito amigo dela, apesar do desgosto amoroso.
Mãe Cândida Olinto: Esposa de Dom Braz, pode ser tanto calada e afetuosa quanto áspera e enérgica. Passa boa parte do tempo no tear, mas age direto na vida de todos. Seus critérios não se orientam pela religião ou pela justiça, mas pelas prioridades dos seus homens. Ao mesmo tempo, não hesita em rejeitar o filho Tiago, depois que fica ferido numa luta e é acusado de covardia.
Dom Braz Olinto: Patriarca da família de Lagoa Serena, ele é a autoridade absoluta no local. Endurecido por causa de tantos anos no sertão, procura, ao mesmo tempo, ser sensato e implacável com seus inimigos. É um homem objetivo que deixa alguns momentos de ternura aparecerem, mas pode ser violento a qualquer hora. Participa ativamente das Bandeiras, vende índios, negocia com comerciantes de toda espécie e não hesita em comprar brigas com quem tenta impedí-lo, no caso os jesuítas e Dom Jerônimo. Tem um fraco especial pela sobrinha Isabel, a quem considera como um filho homem. Foi quem arrumou o casamento de Beatriz e Tiago, fazendo de tudo para que aconteça.
Margarida Olinto: Esposa de Leonel, é doce, inteligente e sensível, mas de saúde frágil. Filha de um falecido senhor de engenho de São Vicente, foi educada no Colégio dos Jesuítas, onde aprendeu literatura, poesia e desenvolveu um dom criativo que cultiva sempre que pode: escrever poemas. Sua casa é um ambiente colorido e original, em contraste com os outros locais. É dona de um papagaio falante e se tornará, juntamente com Ana e Antônia, a maior amiga de Beatriz. Seu único sofrimento é não conseguir ter filhos. É muito apaixonada por Leonel e sofre quando ele vai para o sertão. Desconfia de seu relacionamento com Isabel, mas acaba confiando no amor de seu marido.
Leonel Olinto: Filho de Braz e Cândida, Leonel é casado com Margarida, por quem é apaixonado. É um homem de ação, tanto nas empreitadas contra os índios quanto na busca por ouro. É contra a participação de mulheres nas Bandeiras e desconfia do relacionamento entre Isabel e Apingorá. Tem muito carinho por ela, o que acaba sendo mal interpretado por Margarida, que chega a desconfiar que ele deitou-se com ela. Guarda segredos junto com Tiago, que só irá dividir com a esposa.
Isabel Olinto: Sobrinha de Dom Braz e muito querida por ele. Não tem nenhuma feminilidade e comporta-se como um homem, tratada por Dom Braz como um filho. Os dois têm muita afeição um pelo outro e ele é a única pessoa por quem ela mostra carinho e respeito. É muito querida por Leonel, mas afasta-o como afasta a todos. Vive no meio dos índios, pinta-se e dança como eles, o que causa problemas com a família. Tem um comportamento muito estranho, que ninguém entende, pois está grávida e é apaixonada pelo primo Tiago, sendo capaz de fazer as piores maldades para conquistá-lo. Por isso, é inimiga de Beatriz. Mais tarde descobre-se que é filha de Dom Braz.
Apingorá: Apingorá é o melhor amigo de Tiago e convive com as pessoas de Lagoa Serena. É alfabetizado porque estudou no Colégio dos Jesuítas, mas não deixa sua cultura de lado. Apingorá vive parte do tempo em sua aldeia, onde é chefe de vários outros índios. Tem uma forte amizade com Isabel e a proximidade será interpretada como envolvimento, o que coloca sua vida em risco.
Rosália Olinto: Jovem, bonita, impulsiva e determinada, Rosália é a favorita da família por sua irreverência. Gosta de brincar com os bichos que rondam a casa e se torna companheira de Beatriz. Mesmo com toda a proteção da família, não hesita em fugir de casa com Bento Coutinho quando seu coração pedir, causando desgosto aos pais.
Bento Coutinho: Bonito e sedutor, é um cafajeste aventureiro. É comerciante e topa qualquer serviço para enriquecer. Associado a Dom Braz na Bandeira para garantir seus índios escravizados, começa a trabalhar para Dom Jerônimo, traindo Dom Braz. Usa Antônia para fazer marmelada, mas ela o larga quando descobre que está engraçando-se com Rosália, por quem apaixona-se. Vira inimigo de Dom Braz e não pode casar-se com ela.
Basília Olinto Góis: Versão jovem e sofrida de Mãe Cândida, Basília é casada com Afonso Góis. Ela não se conforma com o desaparecimento do único filho, Pedro, de 13 anos, durante uma Bandeira. Basília não queria que o menino fosse, mas o pai e o marido insistiram. Além disso, perde o marido numa emboscada de Dom Jerônimo. Com a perda do filho e do marido, torna-se uma mulher trabalhadora, mas de poucas palavras.
Afonso Góis: Marido de Basília, Afonso Góis é um bandeirante que vai à luta por índios e ouro. Assim como a esposa, sofre muito por causa do desaparecimento do filho, tendo passado mais de um ano no sertão procurando o garoto. Encarregado de informar a Coroa sobre a descoberta de ouro em Ribeirão Dourado, acaba sendo vítima de uma emboscada armada por Jerônimo Taveira.
Leonor: É ajudante de Dom Jerônimo e encobre suas tramas e perversões. Faz tudo que ele manda sem contestar e judia muito de Ana e das índias que passam pelos domínios de Dom Jerônimo. É cruel e impiedosae também muito misteriosa.
Dom Jerônimo Taveira: Um legítimo representante de seu tempo, Dom Jerônimo é fingido, hipócrita e esconde a sua alma malvada com uma legitimidade religiosa que finge ter. Ao conhecer Ana, vai escravizá-la e espioná-la dia e noite para saber se ela continua judia ou realmente se converteu. Não poupa bolinagens às índias e vive aterrorizando os cristãos-novos que não vão à missa ou às procissões. Está sempre à procura de alguma heresia e vive escrevendo cartas para o Santo Oficio.
Genoveva: Genoveva é uma índia velha, que ajudou a criar todos os filhos de Mãe Cândida. É especialmente ligada a Rosália, que nunca a obedece. Vira cúmplice de seu romance com Bento Coutinho, apesar de alertá-la sobre os perigos. Empregada leal, está sempre disposta a ajudar.
Aimbé: Filho de um branco com uma índia, Aimbê é meio-irmão de Isabel, mas é desprezado por ela. Ele interage como os brancos, mas se sente rejeitado por não ser um deles. Por causa disso, acaba deixando-se levar por Bento Coutinho, trazendo mais desconfiança para a família de Dom Braz sobre sua lealdade.
Moatira: Índia bonita, ingênua e espontânea, tem sua família destruída pelo ataque da bandeira de Dom Braz. Seu namorado é morto e seu filho é levado por Tiago, que fica com pena deles e a defende quando é molestada por um mestiço de Bento. É levada por Bento Coutinho, passa pela casa de Dom Jerônimo, onde é molestada e torturada. Acaba sendo protegida por Ana e Padre Miguel. Gosta dos rituais católicos, embora não pratique nenhum deles. Está sempre perplexa com a noção de pecado dos brancos e vai se deixar levar pelo sentimento que também nutre pelo jesuíta.
Padre Miguel: Padre jesuíta, de 25 anos, é idealista e acredita que sua missão é converter as pessoas à sua religião, tarefa à qual se entrega de corpo e alma. Ao conhecer a índia Moatira, irá se apaixonar e, aos poucos, percebe que o melhor é deixar os índios seguirem sua cultura e crenças. Essas novas idéias farão com que entre em choque com o Padre Simão. Confissor de Ana, fica espantados com as maldades de Dom Jerônimo, mas nada pode fazer devido ao sigilo do confissionário. Recusa-se a ajudá-la com Guilherme, pois ela é casada, apesar de saber de suas desgraças.
Parati: Índio também da aldeia dos Apingorás, vive com a Bandeira de Dom Braz e é amigo de Tiago. Por amizade a ele, guarda segredos que podem comprometer toda a sua aldeia.
Padre Simão: Cristão-novo que se converteu realmente à igreja católica, Padre Simão é um jesuíta convicto de seus ideais. Para ele, a ação da Companhia de Jesus é fundamental para a sobrevivência dos índios, porque assim eles serão protegidos das bandeiras. Porém, teme muito Dom Jerônimo por ser irmão do Inquisidor-Mor. Apesar de saber de sua hipocrisia e de seus abusos às índias, nada pode fazer por ele ser essencial à sustentação da Igreja.
João Antunes: Comerciante e dono de Bandeira, João Antunes mora na Vila de São Paulo e compete com Dom Braz no tráfico de índios. Porém, os dois se dão bem e pretendem casar seu filho Vasco com Rosália.
Dom Gonçalo: Gonçalo é o barbeiro da cidade, por onde passam as fofocas que rondam a vila. Também pretende se casar com Antônia.
Vasco Antunes: Filho de João Antunes, apaixona-se por Beatriz e pretende casar-se com ela, portanto rival de Tiago. Porém, como ela vai casar-se com Tiago, resolve investir em Rosália. É jovem e galanteador.
Dom Bartolomeu: É um dos pretendentes de Antônia. Ouvidor da Capitania, orgulha-se por ter cursado letras em Coimbra. Possuidor de uma edição dos Lusíadas, de Camões, usará esses argumentos culturais para se casar com Antônia, a quem fica a recitar poemas.
Dom Cristovão Rabelo: Vereador de Vila de São Paulo, é o segundo amancebado de Antônia. Gosta de se vestir luxuosamente, mas é tão pão-duro que não paga nem o alfaiate. Por ser político, acha que sua posição garante certos privilégios. Vive planejando com os outros pretendentes de Antônia sabotar Davidão e provar que ele ainda é judeu.
Dom Falcão: Alfaiate Falcão faz corte a Antônia e também quer se casar com ela. Assim como Cristóvão Rabelo, será responsável por momentos de humor na história.
Caraíba: Figura da cultura indígena, Caraíba anda por várias tribos e funciona como um tipo de oráculo dos índios. É uma espécie de pajé mitológico, que sempre faz premonições e indicações, nem sempre boas, aos habitantes de Lagoa Serena e da Aldeia dos Apingorás.
Frei Carmelo: É um frei carmelita que vive em São Paulo. Usa a Igreja para conseguir dinheiro e submete-se a qualquer tipo de suborno. Faz negócios com Bento Coutinho.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Muralha_(miniss%C3%A9rie)

Cenas finais da minissérie A muralha

MÚSICA E HISTÓRIA

TITÃS - TELEVISÃO






A televisão me deixou burro muito burro demais

agora todas as coisas que eu penso me parecem iguais

o sorvete me deixou gripado pelo resto da vida

e agora toda noite quando eu deito é "boa noite, querida

ô Cride, fala pra mãe

que eu nunca li num livroque o espirro fosse um vírus sem cura

e vê se me entende pelo menos uma vez, criatura

ô Cride, fala pra mãe a mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu não faço nada

a luz do sol me incomodaentão deixa a cortina fechada

é que a televisão me deixou burromuito burro demais
e agora eu vivo dentro dessa jaulajunto dos animais

ô Cride, fala pra mãeque tudo que a antena captar meu coração captura

e vê se me entende pelo menos uma vez, criatura ô Cride, fala pra mãe

Titãs Álbum: Televisão (1985)









"A televisão me deixou burromuito burro demais agora todas as coisas que eu pensome parecem iguais"
Tudo o que o sujeito dessa letra pensa lhe parece igual. Será por que ele só pensa as mesmas coisas, ou será por que, devido à televisão, todas as coisas, por mais diferentes que possam ser, são estranhamente igualadas em sua percepção? Parece que o eu dessa canção está nos dizendo que sua mente se assemelhou a uma tela de televisão,em que todas as imagens desfilam como que chapadas, por mais distintas que possam parecer.
Quase no final da letra você pode observar uma interessante inversão sintática, com o sujeito posposto ao predicado. Este pequeno um processo de animalização.
Com isso, os Titãs estão nos dizendo que o telespectador em geral é presa da televisão, que ele se torna refém dela. Na verdade, o verso "meu coração captura" deve ser lido antes como "meu coração é capturado". Essa leitura é perfeitamente autorizada pela letra. Captar aqui é ser capturado, é perder o espírito crítico. Isso ocorre a ponto de todas as imagens lhe parecerem iguais, ou seja, a ponto de as imagens, de pessoas, natureza, objetos ou que for, permanecerem chapadas, sem consistência. Na verdade,é como se ocorresse uma espécie de desumanização também das imagens, e não só do telespectador. Na televisão, as coisas perderiam sua integridade,sua substância.
O termo "televisão", ver à distância, passa a significar, portanto, não ver. O espetáculo pode não ser a realidade. A telinha pode funcionar como um meio de ofuscamento.
O telespectador ficou inerte,
e qualquer clarão o incomoda. Há aqui por certo uma brincadeira com aquele tipo de situação em que apagamos as luzes, fechamos totalmente a janela do quarto ou da sala para assistir a um filme, pois o ambiente escuro como que tornaria a imagem mais nítida. A essa escuridão o letrista dá um sentido figurado: não só a sala, mas a mente também está escura. Tão acostumada às sombras, que contrai imediatamente os olhos ao mais ameno raio de luz. E você, como assiste televisão? Você fica atento para a linguagem utilizada, para os preconceitos que podem vir embutidos, para os erros de lógica cometidos, para as falsificações? Se responder com uma negativa a dois itens ou mais, então você precisa refletir um pouquinho sobre essa música. E como você pode se armar para ver televisão? Transformando-se num espectador ativo, que não engole facilmente o que vê. Um conselho: leia jornal e sobretudo livros, multiplique os prazeres no seu lazer. Veja a vida lá fora e não arregale tanto os olhos para as " que capturado o é para ser antena A do história...
Arnaldo Antunes, Marcelo Frommer e Toni Belotto
(Titãs)






O nome dessa banda de rock, que surgiu em São Paulo, em 1982, era originalmente Titãs do Iê-Iê. Entre os integrantes da época estavam Marcelo Frommer, Toni Belloto, que assinam ao lado de Arnaldo Antunes essa composição, faixa-título do segundo disco da banda. O multiartista (artista plástico, compositor, cantor, roteirista) Arnaldo Antunes, que saiu do grupo em 1992 para seguir carreira solo, é também poeta, bastante influenciado pelo concretismo. Seu primeiro livro, Ou/E, de 1982, foi feito artesanalmente com colagens, xerox, dobraduras e impressões em off-set. Entre outras obras publicadas, estão Psia (1988), Tudos (1989), As coisas (Prêmio Jabuti 1993), Nome (1993), Dois ou mais corpos no mesmo espaço (1998). Sua última publicação foi 40 escritos (2000), que reúne crítica e ensaios sobre assuntos diversos.

Che Guevara
Biografia, idéias socialistas, participação na Revolução Cubana, frases, morte do revolucionário




Che Guevara: o revolucionário socialista mais famoso do século XX
Introdução


Ernesto Rafael Guevara de La Serna, mais conhecido como Che Guevara, foi um famoso revolucionário socialista do século XX. Argentino, nasceu na cidade de Rosário em 14 de junho de 1928. Faleceu em 9 de outubro de 1967, na aldeia de La Higuera (Bolívia).
Vida de Che GuevaraNasceu numa família de boas condições sociais. Desde a infância sofreu com a asma e, por recomendação médica, sua família mudou-se para uma região de campo, próxima a cidade de
Córdoba (região central da Argentina), que possuía o ar de melhor qualidade.Desde a adolescência foi incentivado pelos pais a ler livros da biblioteca particular da família. Foi nesta fase que entrou em contato com a literatura socialista (Marx, Engels e Lênin).Como o negócio da família estava indo mal, resolveu trabalhar ainda com 14 anos de idade. Sem largar os estudos, conseguiu um emprego numa Câmara próxima a cidade de Córdoba.Em 1946, a família resolveu mudar para a cidade de Bogotá (Colômbia) e Che Guevara começou a cursar Medicina na Universidade. Nesta mesma época, conseguiu um trabalho numa tipografia. Fazia também trabalho voluntário numa instituição de pesquisas sexuais.Com o final da Segunda Guerra Mundial, começaram os movimentos estudantis de protesto contra o governo populista argentino de Domingo Perón. Guevara participou destes protestos. Em 1951, na companhia do amigo Alberto Granado, deu início a uma viagem de motocicleta para conhecer a situação política, social e econômica da América Latina. Visitou várias regiões carentes como, por exemplo, minas de cobre, povoados indígenas e leprosários. Ficou impressionado com a miséria e as péssimas condições de vida das camadas mais pobres da sociedade.
No ano de 1953, formou-se médico e retornou para a Argentina. Porém, passou a dedicar-se ao mundo da política. Neste mesmo ano, fez uma nova viagem pela Bolívia, Peru, Panamá, Colômbia, Equador, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.Após a viagem, conheceu Hilda Gadea, e com ela, teve a primeira filha, Hildita. Entrada na guerrilha
Em 1954, conheceu, no México, Raúl Castro e logo depois o irmão
Fidel Castro. Entrou para o grupo revolucionário de Castro, que se instalou na região de Sierra Maestra, em 1957. Pretendiam derrubar o governo de Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos, e implantar o socialismo na ilha.Após a vitória dos revolucionários, em 1959 e a implantação do socialismo em Cuba, Che Guevara tornou-se membro do governo cubano de Fidel Castro, exercendo as funções de embaixador, presidente do Banco Nacional e Ministro da Indústria.Em 1961, Che visitou o Brasil e foi condecorado, pelo então presidente Jânio Quadros, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.Che Guevara acreditava que a revolução socialista, contra o imperialismo comandado pelos Estados Unidos, deveria ser levada para outros países. Lutou no Congo (África) e depois foi para a Bolívia, onde estabeleceu uma base guerrilheira. Pretendia unificar os países da América Latina sob a bandeira do socialismo e invadir a Argentina.Com pouco conhecimento do território e sem apoio dos camponeses e do partido comunista boliviano, sua luta tornou-se difícil. Foi capturado pelos soldados bolivianos, na selva de La Higuera (Bolívia), em 8 de outubro de 1967. No dia seguinte foi executado.




Frases de Che Guevara
- "O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor."
- "Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."
- "A reforma agrária radical é a única forma de dar a terra ao camponês."
- "A revolução acontence através do homem, mas o homem tem de forjar, dia a dia, o seu espírito revolucionário."
- "A argila principal de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber idéias para moldar o futuro."


Soy loco por ti, América
letra: Capinan
música: Gilberto Gil
Soy loco por ti, América
Yo voy traer una mujer playera
Que su nombre sea Marti
Que su nombre sea Marti
Soy loco por ti de amores
Tenga como colores la espuma blanca de Latinoamérica
Y el cielo como banderaY el cielo como bandera
Soy loco por ti, AméricaSoy loco por ti de amores
Sorriso de quase nuvem
Os rios, canções, o medo
O corpo cheio de estrelas
O corpo cheio de estrelas
Como se chama a amante
Desse país sem nome, esse tango, esse rancho,esse povo, dizei-me, arde
O fogo de conhecê-la
O fogo de conhecê-la
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
El nombre del hombre muerto
Ya no se puede decirlo, quién sabe?
Antes que o dia arrebenteAntes que o dia arrebente
El nombre del hombre muerto
Antes que a definitiva noite se espalhe em Latinoamérica
El nombre del hombre es pueblo
El nombre del hombre es pueblo
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
Espero a manhã que cante
El nombre del hombre muerto
Não sejam palavras tristes
Soy loco por ti de amores
Um poema ainda existe
Com palmeiras, com trincheiras, canções de guerra,quem sabe canções do mar
Ai, hasta te comover
Ai, hasta te comover
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
Estou aqui de passagem
Sei que adiante um dia vou morrer
De susto, de bala ou vício
De susto, de bala ou vício
Num precipício de luzes
Entre saudades, soluços, eu vou morrer de bruços nos braços, nos olhos
Nos braços de uma mulher
Nos braços de uma mulher
Mais apaixonado ainda
Dentro dos braços da camponesa, guerrilheira, manequim, ai de mim
Nos braços de quem me queiraNos braços de quem me queira
Soy loco por ti, América
Soy loco por ti de amores
© Editora Musical Arlequim LTDA. / Gege Edições Musicais ltda (Brasil e América do Sul) / Preta Music (Resto do mundo)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Análise da música de Seu Jorge, Burguesinha
Composição: Seu Jorge / Gabriel Moura / Pretinho da Serrinha

Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
Final de semana
Na casa de praia
Só gastando grana
Na maior gandaia
Vai pra balada
Dança bate estaca
Com a sua tribo
Até de madrugada
Burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha
Só no filé
Burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha
Tem o que quer
Burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha
Do croissant
Burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha
Suquinho de maçã

Como é essa mulher que está sendo descrita na música? Faça uma descrição física dela procurando falar da altura, dos cabelos, dos olhos, do tipo de roupa que usa e tudo mais que você lembrar.
O professor deve alertar os alunos para a questão dos padrões de beleza, que muitas vezes é imposto pela mídia.
Procure uma foto na Internet, em jornais ou revistas, que ilustre essa mulher descrita na música.
Os alunos devem discutir quais são as fotografias que melhor ilustram a personagem e apontar os elementos da imagem que reforçam isso.
Essa música trata esse tipo de mulher como sendo positivo ou negativo? Você acha que há na música alguma crítica a essa mulher?
Alguns alunos podem perceber a música como sendo uma crítica e outros como um elogio. O importante não é chegar a uma resposta definitiva, mas respeitar os diferentes pontos de vistas e estimular a consistência das argumentações.
Você se identifica com a vida dela? Quais as semelhanças e as diferenças entre a vida da Burguesinha e a sua?
Os alunos devem perceber que todo estilo de vida tem suas vantagens e seus problemas.
O que é burguesinha? De onde vem essa palavra?
Burguesinha vem de burguesia que era uma classe social (os burgueses) que surgiu no final da Idade Média e que se dedicava, sobretudo, ao comércio e que, por lidar com dinheiro, acabou ficando rica. Os burgueses moravam nos burgos, que eram pequenas cidades comerciais que surgiam em torno dos castelos feudais.
A palavra burguês passou então a ser uma palavra que se relacionava aos comerciantes enriqueceram e atualmente usada como um sinênimo de pessoa rica.
É importante discutir com os alunos que a palavra burguês nem sempre é vista como positiva. No dicionário Aurélio, por exemplo, podemos encontrar uma entrada com uma conotação depreciativa: “indivíduo sem elevação ou largueza de ideias, apegado a valores materiais, a hábitos e tradições convencionais”.
Em grupos procurem fotos na Internet que mostrem um perfil de mulher ou uma situação de vida diferente do que está sendo apresentado na música. Monte com seus colegas uma apresentação em Power Point com essas imagens que você escolheu e coloque a música de fundo. Apresente para sua turma e discuta com eles as imagens que vocês escolheram, e o objetivo da apresentação que vocês criaram (ironizar, alertar, chocar, informar, fazer humor, etc.). Peça que avaliem se vocês foram bem sucedidos e que apresentem sugestões para que vocês possam melhorar o trabalho.
Esta questão deve estimular o senso crítico dos alunos e ajudá-los a perceber as diversas realidades que podem ser encontradas em nossa sociedade.
Escolher um perfil de homem para fazer uma versão da música. (caso queiram, os alunos podem escolher outras opções como fazer uma versão da música falando de uma pessoa querida ou importante, falando da rotina de um profissional – doméstica, dentista, professor, músico, estudante – ou falando de um lugar de que gostam).
Esse trabalho deve ser feito em pequenos grupos. Os alunos não devem mencionar quem é essa pessoa no texto. Seria mais interessante que os colegas pudessesm descobrir de quem ou do que os colegas estão falando.
Material produzido por Carla Viana Coscarelli (UFMG)

ANÁLISE CRÍTICA DA MÚSICA: Pra não dizer que não falei das flores

ANÁLISE CRÍTICA DA MÚSICA: Pra não dizer que não falei das flores

Por: Patrícia de Paula Padilha



1968 
Aquele foi um ano de grandes manifestações e marcos para a história, não só no Brasil, mas também na Europa, nos Estados Unidos, Tchecoslováquia e México. Tudo acontecia quase que ao mesmo tempo: a Guerra no Vietnã, a Primavera de Praga, o assassinato de Martin Luther King e Robert Kennedy, o decreto do AI-5, a Tropicália, o Festival de Cinema de Cannes, etc.



Guerra do Vietnã - 50 mil soldados norte-americanos e mais de 2 milhões de vietnamitas mortos na maior tragédia do sudeste asiático.



França - Maio de 1968 - Passeata estudantil.




Manifestação estudantil contra a ditadura militar no BRASIL - JUNHO






Abaixo, Robert Kennedy, senador e candidato democrata a presidência da república é assassinado na Califórnia. - Junho











Passeata dos cem mil.







Fim da "Primavera de Praga" - Tropas do Pacto de Varsóvia invadem a Tchecoslováquia e derrubam o governo reformista de Alexandre Dubcek. - Agosto.
 
TROPICALISMO

Coloque num mesmo ano a guerra do Vietnam, protestos pacifistas, invasão da Tcheco-Eslováquia, contracultura, assassinatos de Bob Kennedy e Martin Luther King, movimentos pela liberação sexual, racial, artística, cultural e política, manifestações estudantis, viagens espaciais, ditadura militar, ecologia, festivais da Record, Jimi Hendrix, Bob Dylan, Jim Morrison, Janis Joplin, Beatles, Joe Cocker, Caetano, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Grateful Dead, hippies, Comando de Caça aos Comunistas (CCC), paz e amor, drogas, Bonnie and Clyde, Tropicalismo, Roberto Carlos, Roda Viva. Tudo isso ao som de guitarras eletrificadas, tiros, gritos de guerra, canções de protesto, bombas de gás e de napalm. O resultado é um ano especial, que marcou o século 20. Daqueles que entram para a história e ficam gravados para sempre na memória dos que o viveram. Assim foi 1968.
Na noite de 31 de dezembro de 1967 não havia nenhum sinal de tormenta no ar. O mundo respirava euforia. A lógica da Guerra Fria mantinha a bipolaridade mundial entre russos e americanos, que garantia a paz. Os pequenos conflitos em áreas distantes do planeta não eram vistos como ameaças para um holocausto nuclear. As economias dos países ocidentais estavam no auge e viviam o mais forte período de prosperidade e crescimento de toda a história do mundo industrializado. O império soviético parecia ter total controle sobre tudo o que acontecia atrás da cortina de ferro. Os Estados Unidos, a mais rica e poderosa nação do planeta, nadavam em abundância e pensavam em como se livrar do Vietnam, um desses pequenos conflitos.
Mil novecentos e sessenta e oito entrou no ar recebido pelo espocar das rolhas de champanha e clima de muito otimismo. Não havia espaço para pessimismo e nenhum dos surpreendentes acontecimentos que nos próximos 365 dias iriam abalar as estruturas deste mundo cor-de-rosa e fazer de 1968 um dos anos chaves do século 20 foi previsto.
A ofensiva do Têt (fevereiro) dos patriotas vietnamitas desarticulou todo o esquema americano no Vietnam e mostrou que uma solução militar era impossível. Enquanto os Estados Unidos enviavam apressadamente milhares de jovens para tentar recompor suas forças, o Vietnam invadia os lares americanos através da televisão. Os pais começaram então a questionar o sentido de mandar seus filhos para uma morte horrível nos pântanos e arrozais de um país distante, pobre e onde os EUA não tinham grandes interesses comerciais.
Muito rapidamente o distante Vietnam viria a mudar a história dos Estados Unidos. Violentos protestos contra a guerra tomaram conta dos campi das universidades americanas, jogaram para o espaço a candidatura de Lyndon Johnson à presidência e abriram caminho para a eleição de Richard Nixon. A guerra no Vietnam dividiu profunda e irremediavelmente a sociedade americana.
A brutal invasão da Tcheco-Eslováquia (agosto) confirmou que havia muitas coisas podres no império soviético. As chocantes imagens dos tanques soviéticos esmagando a primavera de liberdade que floria em Praga abalariam gravemente os alicerces do comunismo. Milhares de comunistas em todo o mundo queimaram suas carteirinhas e romperam indignados com o partido. Num ano em que os jovens defendiam o amor livre, a encíclica Humanae Vitae do papa Paulo VI, condenando a pílula e todos anticoncepcionais, colocaria a Igreja na contramão da história. A pílula era, afinal, a grande conquista feminina.
O ano de 1968, como resume Eric Hobsbawm em A era dos extremos, encerrou a era do general De Gaulle na França, dos presidentes democratas nos EUA, as esperanças do comunismo liberal na Europa Central e assinalou o início de uma nova fase na política mexicana, depois do massacre de estudantes de Tlatelolco.
A revolta dos estudantes em praticamente todos os países do mundo resultaria num profundo questionamento da política tradicional, dos costumes, do autoritarismo, e introduziria no cotidiano valores como pacifismo, feminismo, ecologia, contracultura, música de protesto, som pop e drogas. Como poucas vezes aconteceu no passado, o mundo mudou radicalmente no espaço de um ano.
Paz e amor. É proibido proibir. A imaginação no poder. Seja realista, peça o impossível. Faça amor, não faça a guerra. Essas curtas palavras de ordem definem melhor do que qualquer estudo sociológico o espírito de 1968, um ano especial, talvez o mais carregado de simbolismos do século 20.



A luta pela liberdade, pelo fim da censura e por um país democrático, o ano de 1968 foi além, foi um ano em que tudo mudava, a televisão crescia espantosamente e foi uma grande personagem na Guerra do Vietnã (primeira guerra transmitida pela TV). Época dos grandes ídolos como: Jimi Hendrix, The Beatles, Rolling Stone e de grandes pensadores e intelectuais. Os hippies tomavam o seu lugar na história e frases como: “Faça amor e não faça a guerra” eram os slogans de paz. O sexo não era mais visto como “um horror” e ”pecado” e as mulheres não queriam mais ser um objeto do homem, surgia a minissaia. Os negros, os homossexuais e as mulheres começaram a mostrar que não eram “bichos” e muito menos sofriam de doenças como era alegado para os homossexuais, depois 1968 eles ganharam uma importância que até então lhes era negada, mostraram que não eram uma minoria e que tinham tantos direitos quanto homens, heterossexuais e brancos.
Depois do golpe militar de 1964, o Brasil vê-se diante de 10 anos de censura, repressões, torturas, exílios e passeatas, mas nenhum desses anos foi tão intenso quanto o de 1968, depois da morte do estudante Edson Luís que foi assassinado por policiais, os estudantes se revoltaram e foram para as ruas pedir por mais liberdade, democracia, melhores condições de estudo e principalmente pelo fim da ditadura. Entre as manifestações surgiu um movimento chamado Tropicalismo, que além de seus principais representantes Caetano Veloso e Gilberto Gil, contavam também com artistas como: Gal Costa, Tom Zé, Mutantes, Nara Leão, etc. Os tropicalistas mudaram o conceito de bossa nova e surgiram com uma nova linguagem de MPB, incorporaram instrumentos nas composições e as letras das músicas agora eram cheias de protestos, críticas e desabafos, misturaram gêneros, cores, estilos e foram essenciais para caracterizar a história do País daquela década. Infelizmente, o Tropicalismo não durou muito, depois da morte do estudante Edson Luís, surgiram grandes manifestações ao decorrer do ano como é o caso da Passeata dos Cem Mil, que reuniu aproximadamente 100 mil pessoas, entre elas: artistas, padres, mães, intelectuais, estudantes.
Mas no fim do ano, quando os estudantes se reuniram em um congresso em Ibiúna – SP, os policiais deram fim a tudo aquilo prendendo os grandes líderes estudantis, ferindo vários estudantes e aliados. Logo depois, Caetano Veloso e Gilberto Gil, também foram presos e logo se exilaram, era o fim do Tropicalismo, era o começo do silêncio da UNE (que durante alguns anos, não teve grandes manifestações) e também era o início de uma fase muito mais severa, do que a que se vivia até o momento: foi decretado em dezembro de 1968 o Ato Institucional nº. 5, pelo presidente Costa e Silva. 


Em 13 de dezembro de 1968, o governo militar edita o Ato Institucional número 5 dando amplos poderes ao executivo, suspendendo o habeas corpus para crimes políticos. Na imagem capa do jornal Folha de São Paulo em 14/12/1968.
Entre tantas músicas, que de uma forma ou de outra nos conta os longos 20 anos de ditadura, existe uma em especial: “Pra não dizer que não falei das flores”. Composta por Geraldo Vandré, um homem paraibano, que depois de 1968 sumiu e ficou durante anos em silêncio, mas que deixou como herança para as novas gerações, uma composição que por muitos é considerada um hino contra a ditadura, alguns ainda dizem que é a Marselhesa brasileira. Marselhesa foi um canto de guerra revolucionário que acompanhava a maior parte das manifestações francesas, e em 1975 tornou-se hino nacional da França.



PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES



GERALDO VANDRÉ

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.




Caminhando e cantando e seguindo a canção / Somos todos iguais braços dados ou não: representa as passeatas que reuniam, em sua maioria, jovens que tinham consigo um desejo de mudança, ambições e sonhos, eram movidas a cartazes de protestos, a vozes gritantes que entoavam hinos e músicas. Essa frase também nos mostra que independente de crenças e idéias, as pessoas são iguais, estando elas do mesmo lado ou não.
Nas escolas nas ruas, campos, construções: as manifestações eram compostas de pessoas de diversos ambientes, mas que possuíam o desejo de mudança em comum: agricultores, operários, camponeses, mulheres, jovens, professores, jornalistas, intelectuais, padres e bispos. No caso de professores, jornalistas e intelectuais eles eram censurados e vigiados, o que depois de AI-5 ocorreu com maior intensidade, os professores não podiam lecionar e mencionar nada referente ao golpe, os jornalistas tinham seus artigos e matérias cortadas pela censura e os intelectuais eram proibidos de disseminar suas idéias e também de publicá-las. Nas universidades não havia vagas e muitos jovens não conseguiam estudar, mulheres eram descriminadas e impedidas de trabalhar, os operários sofriam com os baixos salários, agricultores e camponeses tinham suas terras ocupadas e os padres e bispos eram ameaçados, presos e muitas vezes expulsos do país. Então a maneira encontrada para protestarem pelos seus direitos, era juntar-se aqueles que também possuíam idéias de mudança e desejo por um país melhor.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber: esse trecho contesta sobre aqueles que sofriam o momento na pele e não faziam nada, afinal não se muda um país, ficando parado. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer: refere-se também a essas pessoas que preferiam ficar em silêncio em vez de tentar alcançar a mudança junto aos estudantes e aos demais.
Pelos campos há fome em grandes plantações: as pessoas que trabalhavam nos campos, ou que eram agricultores, também sofriam com a ditadura, os poucos que possuíam um pedaço de terra a mesma lhe era tomada, os camponeses muitas vezes eram despejados e acabavam por passar fome.
Pelas ruas marchando indecisos cordões: cordões é como ficou conhecido os grupos de foliões que tomavam as ruas durante o carnaval, o nome refere-se a característica dos grupos serem formados de forma que as pessoas se sucedem. Assim era composta algumas das manifestações, como foi o caso da Passeata dos Cem Mil, que parecia ser dividida em blocos: artistas, mães, padres, intelectuais e entre outros, que em muitos casos, caminhavam indecisos ou com medo dos militares.
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão / E acreditam nas flores vencendo o canhão: enquanto os militares reprimiam os protestantes com canhões, bombas de gás, e armas, a população saia nas ruas com cartazes e com a força de suas vozes, muitos atirando pedras e tudo o que se estivesse ao alcance, mas nada parecia ser tão forte e provocante quanto os gritos, as palavras de ordem dos movimentos estudantis, frases e músicas daquele ano, essas sim eram suas verdadeiras flores. Mas começaram a surgir grupos que não acreditavam mais em democracia sem a violência, alguns grupos de radicais se formavam e gritavam em coro: “Só o povo armado derruba a ditadura”, enquanto do outro lado um grupo militante gritava: “Só o povo organizado conquista o poder”.
Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão: os soldados estavam sempre armados e dispostos a prender os manifestantes e levá-los para as salas do DOPS, porém, muitos pareciam alienados, não sabiam direito o que acontecia ou fingiam não saber, para quem sabe assim se redimir da culpa de tantas mortes e “desaparecimentos” da época. Mas tinham famílias, namoradas, mãe, irmãos podiam sim ser amados por alguém ou então odiados por todos. Muitas manifestações foram, sobretudo contra a violência dos policiais.
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições / De morrer pela pátria e viver sem razão: Os soldados aprendiam lições e como se houvesse uma lavagem cerebral aceitavam cumprir as ordens do governo, mas acredito que em sua maioria muitos sabiam exatamente o que faziam e concordavam com os planos e métodos. Como diz a frase eles aceitavam morrer pelo seu país, mesmo que para isso eles fossem recriminados pela população e tivessem que viver sem anseios e sem razão, afinal de contas eles só serviam para fazer o trabalho pesado para os governantes.
Somos todos soldados, armados ou não: na contradição de ser ou não soldados, todos
eram, a diferença esta nas armas e na motivação.
Os amores na mente, as flores no chão / A certeza na frente, a história na mão: a maioria, se não todas as pessoas que participavam ativamente dos manifestos eram motivados pelas perdas que sofriam, pelas mortes de amigos, parentes, conhecidos, pela dúvida do que aconteciam com as pessoas que eram levadas. Alguns dos jovens quando crianças viram seus pais serem levados por policiais e nunca mais tiveram noticias, muitos viram seus amigos morrerem e o corpo simplesmente desaparecer e acabavam por não ter direito ao enterro, alguns poucos voltavam e de outros nunca mais se ouvira, eram guiados pela certeza de que poderiam mudar o mundo e pela história que cada um deles possuía.
Aprendendo e ensinando uma nova lição: Grande parcela dos jovens brasileiros de hoje, desconhecem o período de 10 anos desde o golpe militar até o fim da ditadura, o desejo de mudança, a fome por liberdade e a coragem de lutar não está entre as principais prioridades do jovem do século XXI. O conformismo, a tecnologia, e várias outras novidades que surgiram após 1968, impedem que estudantes despertem em si os mesmos desejos de mudança. Muitos jovens não conseguem imaginar que existiu um tempo em que não havia internet, raves, DVD, CD, TV em cores e muito menos TV a cabo, shopping centers, big brother, MSN, orkut, entre outras coisas. Os jovens são movidos a saciar seus desejos e vontades muitas vezes supérfluas e estão mais preocupados com o próprio bem-estar, muitos desperdiçam o direito de voto, que infelizmente só foi conquistado após ditadura, direito esse que tanto foi motivo de luta dos jovens que almejavam garantir sua opinião e participar da história do próprio país.
Insatisfação contra a corrupção, violência, injustiça, leis, governos, escolas, mas não passam de apenas reclamações. A música de Geraldo Vandré é clara, nos conscientiza e informa sobre o ano de 1968 e os demais que se seguiram de ditadura militar, nos faz repensar sobre atitudes e ideais, sobre o velho e o novo, e de como o ditado “um por todos, e todos contra um” foi tão intenso durante aqueles anos, os estudantes podem não ter derrubado a ditadura, mas foram vistos e foram parte importante e indispensável da história. É decepcionante saber de que nos tempos atuais, aceitamos o que nos é imposto, fazemos parte de uma massa que cada vez mais parece alienada e movida às tecnologias. Não conseguimos nos separar de bens materiais e tampouco lutar contra isso, nos conformamos e ficamos aprisionados, o ano de 1968 ficou apenas como exemplo de uma geração de jovens com ideais, alguns alienados sim, mas a maioria com esperança de um país melhor e capaz de lutar pela liberdade e por aquilo que era lhes eram imposto.
Mesmo depois de 40 anos essa composição ainda pode nos expor a importância da luta pelos nossos objetivos, desejos e ideais, mas principalmente de como o conhecimento dos próprios direitos e deveres é imprescindível para que se construa uma sociedade melhor e democrática, além de ser o nosso principal dever como cidadão.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

GUERRA DE CANUDOS

GUERRA DE CANUDOS


A chamada Guerra de Canudos, revolução de Canudos ou insurreição de Canudos, foi um movimento de fundo sócio-religioso, reprimido militarmente, que durou de 1893 a 1897, na então comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, no Brasil. O episódio foi fruto de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que encontrava a região à época, históricamente caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos, situação essa agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico; pela crença numa salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da exclusão econômica e social.Inicialmente, em Canudos, os sertanejos não contestavam o regime republicano recém-adotado no país; houve apenas mobilizações esporádicas contra a municipalização da cobrança de impostos. A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com uma nova cidade independente e com a constante migração de pessoas e valores para aquele novo local passaram a acusá-los disso, ganhando, desse modo, o apoio da opinião pública do país para justificar a guerra movida contra o arraial de Canudos e os seus habitantes.Aos poucos, construiu-se em torno de Antônio Conselheiro e seus adeptos uma imagem equivocada de que todos eram "perigosos monarquistas" a serviço de potências estrangeiras, querendo restaurar no país o regime imperial, devido, entre outros ao fato de o Exército Brasileiro sair derrotado em três expedições, incluindo uma comandada pelo Coronel Antônio Moreira César, também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina, expedição que contou com mais de mil homens. A derrota das tropas do Exército nas primeiras expedições contra o povoado apavorou o país, e deu legitimidade para a perpetração deste massacre que culminou com a morte de mais de seis mil sertanejos. Todas as casas foram queimadas e destruídas.O conflito foi retratado no livro "Os Sertões" de Euclides da Cunha, que o testemunhou como repórter do jornal O Estado de S. Paulo.
A cidade foi levantada em 1893, perto do rio Vaza-Barris. Chamava-se Belo Monte, mas passou para a historia como Canudos, nome dado pelos inimigos, referindo-se aos bambus que ali cresciam, como canudos, e, aos mesmo tempo negando-lhe o carisma de seu verdadeiro nome.A situação na região, à época, era muito precária devido às secas, à fome, à pobreza e à violência social. Esse quadro, somado à elevada religiosidade dos sertanejos, deflagrou uma série de distúrbios sociais, os quais, diante da incapacidade dos poderes constituídos em debelá-los, conduziram a um conflito de maiores proporções.


Guerra de Canudos (filme)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Brasil
1997

cor ı 70 min
Direção
Sérgio Rezende
Roteiro/Guião
Paulo Halm/Sérgio Rezende
Elenco
José Wilker Cláudia Abreu Paulo Betti Marieta Severo
Género
drama
Idioma
português


Guerra de Canudos é um filme brasileiro de 1997, do gênero drama, dirigido por Sérgio Rezende. É baseado no episódio da Guerra de Canudos.
O filme foi orçado em seis milhões de dólares e consumiu quase quatro anos de trabalho.


Sinopse
Uma família nordestina se divide quando a filha mais velha, Luiza, se recusa a acompanhar os pais e os irmãos na peregrinação liderada por Antônio Conselheiro. Luiza foge e se torna prostituta; sua família se estabelece em Belo Monte, região de Canudos, onde Conselheiro e seus fiéis procuram resistir aos ataques dos soldados federais enviados para acabar com o povoado.




Este é o registro do conflito que se opôs aos soldados do Presidente Prudente de Morais pelos beatos reunidos em torno de Antonio Conselheiro. Luiza lutava contra o povo de seu pai, obrigados a comer qualquer tipo de animal que aparecia em sua frente. O marido de Luiza morre, então ela começa a se prostituir para os soldados, até que um deles se apaixona por ela.




Belo Monte foi atacado por três vezes, porém ataques que nao valeram de nada contra os soldados de Antonio Conselheiro.Então vem o ultimo e definitivo golpe contra esses bravos soldados, com a chamada "matadeira", Belo Monte se foi ao chão, sem nenhum pingo de piedade,satisfazendo assim, o desejo de coronéis e da "Republica"...

Curiosidades
Embora tenha sido apresentada como uma microssérie pela TV Globo, a Guerra de Canudos é mais conhecida pelo filme, sendo posteriormente lançada em DVD.




fonte: wikipédia, a enciclopédia livre