sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Saiba mais sobre os pensadores do Absolutismo

Eduardo Duique, professor do CPV, em São Paulo, explica os diferentes pensadores do Absolutismo.




http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1178241-7823-SAIBA+MAIS+SOBRE+OS+PENSADORES+DO+ABSOLUTISMO,00.html

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

JORGE BEN JOR
ZUMBI



Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Um princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega e Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver

As Feras

Filme brasileiro de 2001 dirigido por Walter Hugo Khouri. O filme foi concluído em 1995, mas só foi lançado seis anos mais tarde, por causa de brigas entre o produtor e o diretor, que defendiam para si direitos ao corte final da produção.

Desde criança Paulo Cintra tem uma paixão obsessiva por sua prima Sônia, quatro anos mais velha do que ele. Essa paixão, transformada através dos anos num frustrante sentimento de atração e rejeição, o acompanha sempre. Sônia, além de manter-se fora de seu alcance, tem uma atitude e uma conduta amorosa que parece excluir totalmente a presença masculina. Isso, porém, não impede que ela se aproxime da vida de Paulo e que acabe sendo a responsável pelos momentos mais dolorosos e terrivelmente humilhantes sofridos por ele em todas as ocasiões em que se defrontam. Nessas ocasiões sempre há a presença de outra mulher envolvida com Sônia, razão de conflito e sofrimento para Paulo e, da parte dela uma agressão involuntária.

Nos anos sessenta, Paulo, então com 14 anos, escapa de sua casa no interior. Visita Sônia em São Paulo e entra em contato com o estranho e mórbido universo feminista em que a prima vivia, depois de estudar em Paris por alguns anos e retornar com novas e perturbadoras ideias. Sônia está acompanhada de Sylvie, uma mulher agressiva que, ao pressentir a paixão de Paulo, o submete a grande humilhação diante da prima. Humilhação esta que às raias da violência física e o marca fortemente para o resto da vida.

A mesma situação se repete nos anos 1970, quando Paulo já adulto, professor de Psicologia e namorando Anna, se vê envolvido numa incrível e irracional trama de disputa de poder afetivo e amoroso, na qual mais uma vez sua prima é a figura central.

Anna é convidada para fazer o papel central da peça "Lulu", numa encenação de Sônia, como diretora e produtora. O microcosmo da peça começa a revelar muita semelhança com o que está acontecendo com a vida de todos, e aos poucos a própria realidade parece querer repetir o clima teatral e os acontecimentos da ação dramática, projetando Paulo numa voragem de conflitos, violência e desengano, em que ele mais uma vez sente-se vítima e perdedor.

Na atualidade, já próximo dos 50 anos, Paulo mais uma vez, numa estranha e compulsiva repetição aproxima-se de Sônia, causadora de uma vida de negações e dor, agora também já entrada em anos. Não sabe ao certo se aproxima-se dela por ódio, ressentimento e desejo de vingança, ou por uma angustiante consciência de amor amputado e frustrado desde a origem infantil.

E nesse encontro, esses sentimentos todos explodem, num quadro típico do eterno embate entre homens e mulheres, em luta inoxorável de atração e repulsão.

fontes: www.webcine.com.br/filmessi/asferas.htm

www.wikipedia.com.br


Matou a família e foi ao cinema

Matou a família e foi ao cinema é um longa metragem brasileiro produzido em 1991, do gênero dramático e foi dirigido por Neville de Almeida.

Este filme é uma nova versão do filme de 1969, cujo diretor (Júlio Bressani) é o roteirista o deste.

Bebeto, após discutir com os pais, mata-os e, em seguida, vai ao cinema, onde assiste impassivelmente quatro filmes de.

Cinco histórias intercaladas, extraídas das manchetes policiais dos jornais. Um rapaz mata os pais e vai ao cinema. Uma mulher rica e entediada abandona o marido e se isola numa casa, onde satisfaz fantasias sexuais com outra mulher. Num barraco, um homem mata uma mulher por amor. Mais adiante, duas jovens suburbanas se amam, e a mãe de uma delas é assassinada por interferir na intimidade das duas. Um homem mata sua mulher porque ela reclama das dificuldades financeiras. Refilmagem da produção feita em 1969.



Matou a Família e foi ao Cinema e Julio Bressane
"Matou a Família e foi ao Cinema, de Júlio Bressane, é um filme que se propõe a falar de si mesmo. O filho de Matou a Família, após assassinar a mãe e o pai, decide ir ao cinema e assistir o filme Perdidos de Amor. O filme dentro de um filme. A escolha de Bressane evidencia o cinema como personagem principal da história. A temática escolhida por Bressane preza pelo mal-estar, também característico do Cinema Novo. Sexo, sangue, morte e violência são questões trabalhadas para possibilitar à cultura audiovisual brasileira uma experiência que não fosse a patriarcalista-burguesa- cristã. Os planos–sequências experimentados por Bressane levaram ao limite a linguagem cinematográfica e sua ação está expressa na reflexão que o filme proporciona. Matou a Família busca na memória nacional elementos exteriores à cultura dominante e faz de si próprio objeto de experimentação para tentar investigar novas potencialidades cinematográficas brasileiras: Bressane intui um País a ser criado."

In: Três Durações: Nelson, Glauber e Bressane Alexandre Rocha da Silva Vinícius da Silva Pellenz
Na hora certa, no lugar exato

Ranieri Mazzilli foi presidente da Câmara dos Deputados durante o governo de João Goulart, o Jango (1961-1964). Nessa condição, viu de perto os eventos que desaguaram na ditadura militar, momento sombrio no período republicano. Assumiu a presidência em momentos cruciais. Em 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, presidiu o país quando os militares queriam impedir o vice Jango, em viagem à China comuninsta, de assumir o mandato. Em 1964, com o golpe que derrubou Jango, assumiu novamente, mas era um cargo simbólico pois o poder de fato era exercido por uma junta militar. Com saúde muito frágil, Mazzili assumiu o governo em épocas conturbadas, mas não escapou das línguas venenosas da época sendo chamado de "presidente modess", referência grosseira à marca de um absorvente feminino. Nas palavras de Lira Neto, "descartável, estava sempre na hora certa - e no lugar certo - para evitar derramamento de sangue".
Em Castello: a marcha para a ditadura, de Lira Neto.

propaganda de absorvente na década de 1950.
fonte: Almanaque, Revista de História da Biblioteca Nacional, nº 51, dez. 2009, p. 87.

Professor de história explica a Lei da Anistia, aprovada em 1979

Lei favoreceu o processo de redemocratização, que já estava em curso.
Além dos presos políticos, também anistiou militares da repressão.

Do G1, em São Paulo


Em 1979, o Brasil aprova a Lei da Anistia. Ela é fruto de uma série de conquistas sociais e políticas que o Brasil vinha alcançando ao longo do governo Geisel, de acordo com Rogério Athayde, professor de história do Curso pH, no Rio de Janeiro.

No governo Figueiredo, em agosto, a lei é aprovada, favorecendo o processo de redemocratização, que já estava em curso. “Antes, em 1978, havia sido aprovado o fim do Ato Institucional número 5, passo fundamental para que o processo de redemocratização tivesse lugar”, ressalta.

Com a Lei da Anistia, exilados políticos retornam ao Brasil. “Figuras importantes, como Leonel Brizola e Prestes voltam ao país e têm a disposição de lutar de forma efetiva pelo fim da ditadura militar.”


Segundo o professor, a Lei da Anistia libera alguns presos políticos, mas permaneceram detidos aqueles acusados de terrorismo, que tinham participado da luta armada.


“A Lei da Anistia também será sempre lembrada por um problema, porque ela também anistia militares que participaram da repressão.”
Outro fator que contribuiu para o processo de redemocratização foi a campanha pelas Diretas Já, em 1984.



http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/

O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues


Escrita em apenas 21 dias, a peça O Beijo no Asfalto foi inspirada na história de um repórter do jornal "O Globo", Pereira Rego, que foi atropelado por um arrasta-sandália, espécie de ônibus antigo. No chão o velho jornalista percebeu que estava perto da morte e pediu um beijo a uma jovem que tentava socorrê-lo.

Nelson Rodrigues mudou "um pouquinho" da história. Na trama do dramaturgo, o atropelado da praça da Bandeira pede um beijo a Arandir, figura jovem e de coração puro e atormentado. Amado Ribeiro, repórter do jornal "Última Hora" retratado por Nelson no folhetim Asfalto Selvagem, presencia o beijo na boca entre os dois homens e, junto com o delegado corrupto Cunha, transforma a história do último desejo de um agonizante em manchete principal. O sensacionalismo da "Última Hora" muda completamente a história, retratando Arandir como um criminoso que empurrou o amante e depois o beijou. A vida do jovem se transforma num inferno e nem mesmo sua mulher acredita que ele é inocente.

Por trás de uma história aparentemente simples, O Beijo no Asfalto discute questões fundamentais à condição humana. Nelson Rodrigues aproveitou o beijo espontâneo dado por Arandir, homem de coração puro, no atropelado, para fazer um libelo contra a falsidade, o juízo baseado na aparência e as convicções erradas de parte da sociedade.

O Beijo no Asfalto é uma obra aberta a vários significados. Uma interpretação pertinente é que a peça fala, essencialmente, sobre a dúvida. O beijo de Arandir no atropelado é a substância dessa dúvida. É este ato espontâneo de caridade que vai desencadear o lado tenebroso da alma de cada uma das personagens. Todos se infeccionam, inclusive o próprio Arandir, que passa a duvidar de si mesmo. A carga da maldição do beijo no asfalto - beijar a boca de quem morre - representa o núcleo dramático.

Seguindo esta interpretação, O Beijo no Asfalto acaba sendo uma meditação dramática sobre o problema da morte: um aprofundamento do tema da mortalidade radical do homem, afinal é só assim que o ser humano ganha a sua significação decisiva. Nelson Rodrigues mostra a sua platéia que o ser humano só consegue se salvar na medida em que aceita a sua sombra, o seu lado perecível e corruptível. Só pela descida aos infernos é que se consegue chegar ao céu.

A fragilidade humana também é uma das certezas de Nelson Rodrigues nesta peça. Não foi necessário muito esforço para que se mudasse completamente a imagem pública de Arandir: de marido devotado ele passou, num passe de mágica, a homossexual enrustido. Para se conseguir a deterioração pública do jovem marido de Selminha, arma-se uma verdadeira conspiração onde todas as pessoas, desde as mais próximas até as mais distantes, mobilizam-se. Como ferrenho pessimista que é, Nelson Rodrigues pintou um quadro onde apenas algumas pessoas conseguem destruir a vida inteira de um homem inocente. E, ainda por cima, sem muito esforço.

A pior de todas as personagens é, sem dúvida, o repórter corrupto Amado Ribeiro, resumido por Nelson Rodrigues como um "cafajeste dionisíaco". Cruel, maligno, inescrupuloso e sensacionalista, ele compensa seu vazio interior com abuso de poder. Compra provas, inventa testemunhas, se aproveita de situações e ingenuidades, planta informações, enfim, é uma escola sobre como o Jornalismo não deve ser exercido. Não deixa de ser mais uma personagem frustrada das tragédias rodrigueanas. Figura real, Amado Ribeiro esteve presente também no folhetim Asfalto Selvagem, e foi retratado desta mesma forma. Em vez de se incomodar, o colega do dramaturgo dizia sempre que era ainda muito pior.

A peça tem um clima de pesadelo. Todas as pessoas que envolvem Arandir voltam-se contra ele depois da publicação da foto do beijo no jornal. Werneck, colega de escritório, lidera o coro dos detratores e começa a constranger Arandir no dia seguinte à manchete do Última Hora. Dona Judith, a datilógrafa, acha que um dia um homem parecido com o atropelado foi até o jornal e transforma sua dúvida em certeza absoluta. A posição da viúva é ainda pior: com medo de ver publicado no jornal o fato de ter um amante, testemunha contra Arandir, chegando até mesmo a forjar um banho dele junto com seu ex-marido. É justamente através de seu falso testemunho sobre a ligação dos dois homens que a polícia consegue a prova que necessitava para dar verossimilhança à farsa. O detetive Aruba representa o policial burro, que não consegue acertar uma única vez. E dona Matilde, vizinha, simboliza o coro dos fofoqueiros, típicas figuras que adoram bisbilhotar a tragédia alheia.

No meio desta confusão, a única pessoa que poderia lutar contra os fatos e acreditar em Arandir é sua mulher, Selminha. Frágil e bastante feminina, ela ama Arandir desde garotinha e sempre confiou muito nele. Porém sua fragilidade acaba se mostrando fraqueza e já na primeira notícia ela acaba duvidando da heterossexualidade do marido. Recusa beijos e, quando inevitável, limpa a boca com as costas da mão. Não aceita visitar o marido no hotel e defende a hipótese de que ele é "gilete" (bissexual). Sua irmã, Dália, tem verdadeira adoração por Arandir. Morando na mesma casa que o casal, a menina aproveita que Selminha abandonou o marido no hotel e se sente livre para confessar seu amor. Oferece-se a Arandir e diz que aceitaria morrer com ele. Ao contrário de Selminha, Dália coloca-se do lado de Arandir e não acredita nas acusações de seu pai nem de ninguém. Em O Beijo no Asfalto, Nelson Rodrigues abordou mais uma vez a paixão de duas irmãs pelo mesmo homem.

Aprígio é mais uma personagem frustrada da galeria interminável do autor. Homossexual enrustido, ele fez a filha acreditar nas notícias do jornal para poder ficar para sempre com o genro. Quando percebe que a paixão sentida por Dália é ainda maior que a de Selminha, mente para a caçula que o atropelado já estava morto quando foi beijado. Ou seja, Arandir não beijou para satisfazer o último desejo de um agonizante e sim para satisfazer seu próprio desejo homossexual. Aprígio garante ainda que os dois eram amantes. Para completar, atira em Arandir, objeto de seu amor, por causa da impossibilidade de assumir seu sentimento. Mediante um mundo tão preconceituoso, o covarde Aprígio vê no crime a única possibilidade de libertação e paz interior.

No meio de tanta gente cruel e preconceituosa, é inevitável que uma figura pura e espontânea como Arandir acabasse soterrado. Típica vítima inocente, ele beijou o atropelado para realizar seu último desejo. Arandir só aceitou dar o beijo no asfalto por generosidade e piedade. Não tinha nenhuma maldade impulsionando suas atitudes. Sua bondade, entretanto, não poderia ter futuro num ambiente dominado pela degradação moral e ética. Por isso acaba sozinho, sendo o único homem da terra a acreditar na verdade dos fatos.

A surpresa é um elemento bastante explorado por Nelson Rodrigues em O Beijo no Asfalto. Desde o início está sugerido que Aprígio nutre um amor incestuoso pela filha. Os motivos mostrados à platéia não são poucos: ele nunca chama Arandir pelo nome, ele evita visitar a filha depois que ela se casou, ele faz Selminha acreditar nas manchetes do jornal. Quando ele diz que sua verdadeira paixão é o genro, a platéia toda fica surpresa. A revelação é quase uma brincadeira de Nelson Rodrigues, um deboche à sua própria norma de vínculos familiares. Como se ele quisesse mostrar ao público que não é tão simples assim ser Nelson Rodrigues: para se ter o seu talento, é preciso ter sempre uma carta escondida na manga.

O crítico Sábato Magaldi não gostou nenhum pouco do final. Ao fazer a revelação de amor de Aprígio por Arandir, a surpresa do espectador não remete aos cânones da melhor literatura. Dificilmente se deixa de pensar em golpe de melodrama. Apenas em termos de estética popular, diversa do método empregado em toda a construção da peça, se aceita o desfecho surpreendente. Ele conclui dizendo que os elementos positivos superam as deficiências. Não é, porém, uma das obras-primas do autor.

Além da paixão de duas irmãs pelo mesmo homem, tema sempre recorrente em sua obra, Nelson Rodrigues retratou mais uma vez a imprensa. Criticando o Jornalismo onde ele próprio se criou, o autor pinta o retrato de uma imprensa sem um mínimo de qualidade e ética. O que há em comum entre a imprensa de O Beijo no Asfalto, Viúva, porém honesta e Boca de Ouro é a presença de jornais que prestigiam o sensacionalismo criminoso dos seus repórteres, abrindo vastas manchetes a "acontecimentos" não raramente forjados. A imprensa criada por Nelson Rodrigues não tem limites no exercício ilegal de seu poder.

Em O Beijo no Asfalto, Nelson Rodrigues inaugura o diálogo sincopado, bruscamente interrompido por um ponto final. A precisão com que ele faz os cortes, apontada por alguns críticos como digna da mais alta cirurgia, acaba dando ainda mais espontaneidade ao texto. Num momento, o delegado Cunha diz: "Peço-lhe, creia que". Corta-se para a interrupção de Aruba: "Mas doutor". Werneck, colega de escritório de Arandir, interpela a datilógrafa: "Dona Judith, é verdade que". É interrompido por Arandir. Outras frases como "Diz que. Olhe que ele diz", "Ainda não acabei. Estou que", "Eu devia, escuta. Devia, bom", "Ou o senhor acha que" passeiam por todo o desenrolar do beijo no asfalto. Estes cortes sucessivos dão agilidade ao texto e aproximam ainda mais as personagens do universo de frases incompletas e pensamentos não concluídos da platéia.

O diálogo é nervoso, completamente distante do trivial pergunta-resposta. As repetições criam uma dinâmica ágil para as réplicas, abrindo para as personagens e o público o campo de infindáveis sugestões. As falas, interligadas, dão naturalidade e, ao mesmo tempo, facilitam o clima de mistério tão comum nas obras do dramaturgo.

Estrutura

O Beijo no Asfalto é uma tragédia carioca de três atos e treze quadros. Enxutos e eletrizantes, os atos são bem pesados e equilibram perfeitamente as culminâncias e as surpresas sempre presentes na obra de Nelson Rodrigues.

A primeira cena começa na delegacia, com o delegado Cunha conversando com seu colega sobre o atropelamento na praça da Bandeira. Termina com Arandir contando à Selminha e à cunhada Dália o interrogatório que sofreu na delegacia. A esta altura, Selminha ainda acredita piamente na inocência do marido. O pano baixa e deixa no espectador a primeira dúvida: ela vai continuar acreditando no marido ou vai se juntar ao mundo que o incrimina?

O segundo ato começa com a vizinha Dona Matilde trazendo para Selminha o recorte do jornal, onde saiu a notícia do atropelamento e do beijo no asfalto. De malas prontas para morar na casa da avó, Dália desiste de viajar para continuar com a família - irá se saber depois que ela ficou para ajudar a paixão de sua vida, Arandir. Já neste primeiro contato com a versão do jornal sobre o acontecido, Selminha passa a duvidar do marido e a recusar seus beijos. Este segundo ato termina com Selminha evitando Arandir. O espectador já criou sua expectativa: será que ninguém se posicionará do lado de Arandir?

O terceiro ato já deixa claro desde o início que o "beijo no asfalto" condenou Arandir à eterna solidão. Selminha é plenamente convencida pelo delegado que seu marido era amante do atropelado. Arandir sai de casa e vai se esconder num hotel ordinário. Sua mulher se recusa a visitá-lo e quem vai é Dália, a cunhada que se assume apaixonada. Arandir não tem tempo nem de pensar na declaração de amor de Dália, pois seu sogro Aprígio empunha um revólver, fala que sempre o amou, e assassina o genro. Resta à platéia tentar refazer a peça mentalmente, pois o homossexualismo de Aprígio, revelado na última cena, dá a O Beijo no Asfalto um sentido completamente novo à peça.

O modo como a ação é desencadeada, também é bastante inovador. A platéia não vê, em nenhum momento, o acidente nem o beijo que Arandir deu na vítima. O ato principal, que culmina na tragédia do jovem marido de Selminha, não é mostrado à platéia e sim contado pelas outras personagens. O morto, vítima do atropelamento que recebeu o beijo de Arandir, é esquecido e negado. Ele aparece apenas no 2° ato, durante o velório, mas sua presença é esquecida pela atuação abjeta do repórter Amado Ribeiro e do delegado Aruba, que estão lá para envolver a viúva na farsa. O escândalo que fazem, ao afirmarem que sabem do amante da viúva, põe o morto em segundo plano. O morto, na peça de Nelson Rodrigues, é o grande personagem invisível, é aquela que encarna, em si, a morte de cada um e de todos nós.

A peça é extremamente coesa, progredindo em marcha avassaladora. Os três atos estão divididos em treze quadros, dos quais sete se passam na casa de Selminha e Arandir, sendo um deles no quarto do casal. A ação exterior - na sala do delegado, na sala do comissário Barros, no escritório de Arandir etc - intercala-se com os diálogos travados na residência dos protagonistas. Ou seja, tudo é construído para que o cerco se feche sobre o herói Arandir. Como autor maduro, Nelson Rodrigues construiu O Beijo no Asfalto baseado numa ação dramática que se avoluma a cada fala. É uma peça de diálogos, onde o texto adquire papel fundamental, não tendo necessidade de um cenário elaborado.

Enredo

O Beijo no Asfalto tem uma história simples e bem diferente dos enredos intricados e cheios de significados das peças míticas do dramaturgo. É bom lembrar que o enredo é simples, mas nada convencional. Um atropelado, antes de morrer, pede ao desconhecido Arandir um beijo na boca. O jovem Arandir passava casualmente pela praça da Bandeira para empenhar jóias na Caixa Econômica Federal e conseguir pagar um aborto para a mulher, Selminha. Viviam em lua-de-mel, transando todas as noites, e achavam que um filho atrapalharia o idílio. De repente vê o homem ser atropelado e corre para ajudá-lo.

O repórter Amado Ribeiro, do jornal Última Hora, presencia o atropelamento e o beijo e vislumbra naquele acontecimento a notícia do ano. Depois de anotar o nome e o endereço dos dois envolvidos, ele exige que um delegado corrupto ajude-o a transformar "o beijo no asfalto" num caso digno das primeiras páginas. A idéia é criar uma história de parar a cidade. A partir daí, o delegado e o repórter forjam testemunhas, cometem infrações, chantageiam pessoas e se aproveitam do momento de dor da viúva do atropelado. Acabam transformando um beijo de piedade - afinal é regra na cultura ocidental que jamais deve se negar o último pedido de um morto - num caso amoroso e sinistro entre dois homens. O jornal Última Hora estampa o caso em manchetes e na cidade ninguém fala em outro assunto. Arandir vira motivo de chacota no emprego e acaba tendo que se demitir. Aprígio, pai de Selminha e sogro de Arandir, intriga-o com sua mulher e, mesmo apaixonada, Selminha começa a duvidar do marido. Logo toda a cidade está acreditando no homossexualismo de Arandir. Quando a história ameaça esfriar, Amado Ribeiro transforma o caso num crime e reúne indícios para provar que Arandir é criminoso. A versão defendida pelo jornalista corrupto é que Arandir era amante do atropelado e, num ato de loucura, jogou-o contra o ônibus.

Nesta história, o único homem honesto é Arandir, justamente a vítima. O delegado aceitou mancomunar-se com o repórter Amado Ribeiro por causa de uma denúncia: Cunha deu um pontapé na barriga de uma grávida, provocado-lhe um aborto. Como num verdadeiro pesadelo, todos se colocam contra Arandir e ajudam a polícia na hora de forjar provas. A datilógrafa do jornal de Arandir declara que o morto parece um homem que esteve no jornal na semana passada, insinuando que havia realmente um envolvimento prévio entre os dois. Nem a viúva escapa das garras de Amado Ribeiro. No velório, o repórter sensacionalista retarda o enterro para chantagear a viúva. Ameaça a mulher dizendo que sabe tudo sobre o amante dela. Depois de vê-la, apavorada, jurar inocência, Amado induz o depoimento da mulher: "Seu marido tinha um amigo, chamado Arandir, amigo esse que a senhora está reconhecendo pela fotografia". Sem amigos, sem a confiança da mulher, desempregado e ridicularizado por todos, Arandir esconde-se da polícia primeiro no quarto da cunhada, Dália, e depois num quarto de "hotel ordinário".

Num último apelo, Arandir pede que Selminha vá até o hotel conversar com ele. Precisa dizer a mulher que é tudo mentira e que seu esconderijo não é uma confissão de culpa. Porém Selminha não quer ouvir o marido e quem vai ao encontro dele é Dália, a irmã mais nova de Selminha. Surpreso com o descaso da mulher, Arandir diz que só a chamou ali porque queria se matar junto com ela. Dália aproveita o momento para se confessar apaixonada. Diz que se mataria com ele e garante que Selminha não o ama tanto quanto ela. Arandir, porém, não corresponde às investidas da cunhada.

Como tiro de misericórdia, o repórter incita Aprígio, pai de Selminha, a dar um tiro no genro. Durante toda a história, a platéia tem a impressão que Aprígio ama a filha como um homem ama uma mulher. Ele nunca pronunciou o nome do genro e quase não visitou a filha após o casamento. Na última cena de O Beijo no Asfalto, porém, ele vai até o quarto do hotel onde Arandir está hospedado e lhe aponta o revólver. Arandir diz que sempre desconfiou do ódio dele e que sempre achou muito exagerado o amor que ele sentia pela filha. Aprígio começa a rir descontroladamente e diz que seu verdadeiro amor é ele, Arandir, e não a filha. O verdadeiro homossexual de O Beijo no Asfalto atira no genro e, com ele nos braços, grita bem alto, pela primeira vez: Arandir! Arandir!

Fonte: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/o/o_beijo_no_asfalto

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

VESTIBULAR UFSC 2010




Questão 02
Em 2009, comemoram-se 200 anos do nascimento de Charles Darwin e 150 anos da publicação de sua obra A Origem das Espécies. Para essa obra, o pensamento de Thomas Malthus, segundo o qual "a população de um território é limitada pela quantidade de alimentos nele disponível", foi muito importante, pois Darwin percebeu que este argumento, embora relacionado aos humanos, aplicava-se também, perfeitamente, ao mundo das plantas e dos animais.
No caso dos animais o tamanho populacional é influenciado, além de outros fatores, pela predação.
Sobre esse assunto, responda:
a) O que é predação?
b) Considerando um espaço territorial limitado, de que forma a predação pode influenciar no tamanho populacional de presas?
c) Considerando um espaço territorial limitado, de que forma a predação pode influenciar no tamanho populacional de predadores?


GABARITO

a) Predação é a relação ecológica em que uma espécie de animal (predador) mata e come indivíduos de outra espécie animal (presa).

b) Com o passar do tempo, a intensicação da predação tende a diminuir o tamanho populacional de presas.

c) O tamanho da população de presas serve como referência para o controle da densidade populacional de predadores, com o aumento da taxa de predação a população de presas diminuirá e levará consequentemente a uma diminuição da população de predadores.



Questão 03

De acordo com o mapa, o território ocupado pelo Brasil atualmente é bem diferente daquele que foi estabelecido segundo o Tratado de Tordesilhas. Verifica-se que houve significativa expansão territo-rial, resultado da ação de agentes históricos, como:
– bandeirantes
– missionários
– tropeiros
– militares
– mineradores
Descreva o papel desempe-nhado por 2 (dois) dos agentes históricos citados acima, no processo de expansão e consolidação do território brasileiro.
GABARITO
Bandeirantes - "entradas" e "bandeiras" em busca de indígenas, de ouro e de pedras preciosas.
Missionários - fundação de aldeamentos e catequese dos povos indígenas.
Tropeiros - fundação de fazendas, pousadas e vilas.
Militares - guarnições militares e fortalezas na defesa do cumprimento dos tratados de limítes.
Miniradores - expansão da fronteira conforme a localização das jazidas.
UFSC - VESTIBULAR 2010
R E D A Ç Ã O
PROPOSTA 1
Escreva uma dissertação com base na leitura dos textos A e B abaixo.
Texto A
Para quem acredita nas palavras do Apocalipse, livro da Bíblia que fala do final dos tempos, é bom se preparar para o pior. No capítulo 16, o livro alerta que um dos sinais para identificar que o fim do mundo está próximo é a seca do Rio Eufrates, no Oriente Médio, exatamente o que vem acontecendo, segundo notícia do jornal The New York Times.
Disponível em: Acesso em: 25 nov. 2009. (Adaptado)
Texto B
I
Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disto a minha gente lá em casa começou a rezar
Até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disto nesta noite lá no morro não se fez batucada
II
Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
III
Beijei na boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiô
E o tal do mundo não se acabou
Assis Valente (1911-1958)... E o mundo não se acabou.
Disponível em: http:// Acesso em: 03 ago. 2009. (Adaptado)
(Trecho do samba cantado por Carmem Miranda nos anos 40 do século passado e regravado em 2000 por Adriana Calcanhoto).

PROPOSTA 2
A partir da manchete acompanhada de subtítulo, escreva uma notícia de jornal.
Suspeita de bruxaria no desaparecimento de jovem na Lagoa da Conceição.
(Diário encontrado muda rumo das investigações)

PROPOSTA 3
A partir da leitura do poema abaixo, escreva um conto ou uma crônica.
Inscrição para um portão de cemitério
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce – uma estrela,
Quando se morre – uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"
Quintana, MÁRIO. Quintana de Bolso – Rua dos Cataventos e Outros Poemas. Porto Alegre: L&PM, 1997. p. 138.
UFSC/2010 HISTÓRIA
Questão 01
Entre os pobres muitos se dirigem a terras estranhas, vendidos e cobertos de correntes [...].
Quantos dos que tinham sido vendidos, uns injustamente, outros com justiça, fiz voltar para Atenas, sua pátria, fundada pelos deuses [...]. Dei liberdade a outros que, aqui mesmo (em Atenas), sofriam servidão indigna e tremiam diante do humor dos patrões. Eis o que realizei, graças à soberania da lei, fazendo com que a força e a justiça agissem concordemente.
Sólon, Elegias. Apud HOLANDA, S. Buarque de. História da Civilização. 6. ed. São Paulo: Nacional, 1979. p. 58.
Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre a sociedade e a democracia ateniense, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01. Na experiência democrática vivida pelos atenienses durante o período helenístico, a escravidão foi eliminada através da legislação elaborada por Sólon, sobrevivendo apenas a servidão voluntária.
02. As leis de Sólon, consideradas avançadas para a época da sua promulgação, admitiam a escravização dos endividados ou filhos de escravos, pois a perda de direitos individuais não feria os princípios da democracia ateniense.
04. Na sociedade ateniense, as três principais classes sociais eram representadas por: cidadãos nobres, homens livres nascidos de pai e mãe ateniense; metecos, estrangeiros autorizados a viver na Ática; e escravos, prisioneiros de guerra ou filhos de escravos.
08. Drácon publicou as primeiras leis escritas em Atenas e com elas reforçou o direito dos nobres de interpretar as leis segundo as próprias conveniências, dando origem à tirania e ao adjetivo "draconiano", que significa severo, rígido.
16. As manifestações de descontentamento com as leis de Drácon fez com que a administração de Atenas fosse confiada ao arconte Sólon, que realizou importantes reformas: proibiu a escravização de pessoas endividadas e perdoou as dívidas dos pequenos lavradores, devolvendo-lhes as terras perdidas.
32. As reformas implantadas por Sólon foram rechaçadas pelos tiranos, nobres empobrecidos pelas decisões democráticas, tomadas em praça pública e com a participação de toda a população de Atenas.

Questão 02
Durante muitos séculos a Idade Média foi considerada um período de trevas, "Noite de mil anos", no qual o mundo teria vivenciado uma longa fase de decadência científica, social e cultural. Porém, um número significativo de estudos históricos e publicações do século XX revelam que a Idade Média, como outros períodos da história da humanidade, representa uma etapa na qual houve crise, mas também desenvolvimento científico, social e cultural.
Em relação à cultura medieval europeia, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01. A partir do século XII, predominou no ensino da Europa Ocidental o trivium, em que se ensinava gramática, retórica e lógica, e o quadrivium, voltado para preparar o aluno em aritmética, geometria, astronomia e música.
02. Santo Agostinho, autor de Confissões e Cidade de Deus, dedicou-se à elaboração de uma síntese da filosofia platônica e da doutrina cristã. A natureza humana seria, por essência, corrompida. Na fé em Deus, Agostinho localizava a possibilidade de remissão e salvação eterna.
04. Entre as obras literárias mais conhecidas da Idade Média destacaram-se a Canção de Rolando, Poema de Cid e a Divina Comédia, um poema no qual Dante Alighieri relata sua viagem ao Inferno, Purgatório e ao Paraíso.
08. As fortificações militares constituem as mais eloquentes e originais manifestações da arquitetura medieval. Nelas predomina os estilos barroco, românico e gótico. Os cuidados estéticos revelam a preocupação dos senhores feudais e do clero em tornar as defesas militares espaços simbólicos, representando "as fortalezas de Deus".
16. Durante a Idade Média, as ciências e a tecnologia conheceram um desenvolvimento que pode ser considerado insignificante, pois o clero reagia com violência a qualquer manifestação científica, tida como ameaçadora das verdades reveladas na Bíblia.

Questão 03
Na década de 1920, política, economia e cultura andaram muito próximas no Brasil e cada uma, a seu modo, propunha mudanças para o país.
Sobre este período, é CORRETO afirmar que:
01. a Semana de Arte Moderna, em 1922, procurou evidenciar uma arte com raízes brasileiras e de compromisso com a nacionalidade, tendo expoentes intelectuais como Mário de Andrade e Di Cavalcanti, entre outros.
02. na política destacou-se o movimento tenentista, que procurava manter a ordem oligárquica através de várias revoltas, apoiando militarmente a República Velha.
04. o Cap. Luís Carlos Prestes organizou uma coluna de combatentes, que percorreu o interior do Brasil em uma longa marcha, pregando a destituição do governo golpista de Getúlio Vargas.
08. a economia dependia basicamente da exportação do café. No entanto, o mercado internacional não absorvia a superprodução brasileira, quadro agravado com a quebra da Bolsa de Nova York, que paralisou o comércio, afetando profundamente a cafeicultura nacional.
16. foi notório o processo de industrialização e urbanização do Brasil, o que facilitou a formação de novos grupos sociais, tais como a burguesia industrial, a classe média urbana e o operariado. Os capitais acumulados com a atividade cafeeira foram investidos no setor industrial, cujo marco significativo foi a criação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Questão 04
Sobre acontecimentos históricos ocorridos no sul do Brasil, é CORRETO afirmar que:
01. no processo de ocupação de terras e formação de colônias no século XIX, destacam-se numericamente os empreendimentos privados, tais como a Colônia Blumenau (SC) e São Leopoldo (RS).
02. no século XVIII, em função dos vários conflitos em torno das fronteiras no sul do continente americano, a Ilha de Santa Catarina chegou a ser dominada por algum tempo por tropas espanholas.
04. a pesca da baleia, tão combatida nos dias atuais por movimentos ambientalistas como o Green Peace, foi uma atividade econômica importante no litoral de Santa Catarina, na segunda metade do século XVIII, originando as várias "armações" ao longo da costa catarinense.
08. na história do sul do Brasil os caminhos de tropas ocupam lugar de destaque, visto que ao longo destes caminhos foram fundados vários povoados, hoje cidades, tais como Vacaria, Lages, Curitiba e São Francisco do Sul.
16. em Santa Catarina podemos associar várias etnias e suas respectivas atividades econômicas, assim distribuídas: os açorianos e luso-brasileiros dedicaram-se à indústria no norte do estado; os alemães aos serviços e ao comércio no litoral; os italianos e poloneses à criação de gado na região do planalto; os descendentes de alemães e de italianos, vindos do Rio Grande do Sul, à agricultura no oeste de Santa Catarina.
32. no contexto da economia extrativa, durante muitos anos, a madeira foi importante item na pauta de exportação catarinense. O mesmo não pode ser dito em relação à erva-mate que teve apenas um papel na economia interna, sendo irrelevante como produto de exportação.

Questão 05
Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.

Sobre a escravidão no Brasil, é CORRETO afirmar que:
01. o Quilombo dos Palmares, organizado no interior do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais importante do período colonial e foi liderado por Zumbi.
02. o dia da consciência negra celebra a assinatura da Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos.
04. aos escravos só restava a rebeldia como forma de reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e até do suicídio. Não havia qualquer forma de negociação com vistas a melhores condições de vida por parte dos negros.
08. eram chamados quilombos os espaços determinados para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na estrutura produtiva dos engenhos de açúcar.
16. no continente africano os vários povos estavam divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses povos foi uma forma de resistirem à escravidão e não serem transformados em mercadoria.
32. a Constituição de 1988 afirma que "cabe aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras o reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos definitivos". Este artigo da Constituição solucionou a "questão quilombola" no Brasil.
64. através das obras do pintor e desenhista alemão Johan Moritz Rugendas, é possível conhecer aspectos do cotidiano da escravidão. Ele aqui esteve no século XIX e deixou preciosa fonte iconográfica sobre a vida no Brasil.
Questão 06
Sobre a industrialização no mundo, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01. Na tentativa de solucionar os problemas sociais, gerados pela Revolução Industrial, alguns pensadores desenvolveram teorias como o socialismo utópico, o socialismo científico e o socialismo cristão.
02. O rápido desenvolvimento industrial trouxe a melhoria das condições de vida de um número representativo de trabalhadores. Porém, as greves e a destruição de máquinas, que reuniam número significativo de baderneiros e comunistas, convenceram os capitalistas das vantagens do socialismo.
04. Os sindicatos, as leis de amparo aos trabalhadores, a limitação das horas de trabalho, a fixação de salários mínimos e a proibição do trabalho das crianças foram medidas que eliminaram os problemas sociais gerados pela industrialização na Europa.
08. A Revolução Industrial na Inglaterra, inspirada nos princípios do Liberalismo Econômico, permitiu a instalação de um modelo econômico justo e democrático, no qual as relações entre patrões e operários, coordenadas pelos sindicatos, se tornaram harmoniosas.
16. Nas regiões que vivenciaram os efeitos da Revolução Industrial houve deslocamento de camponeses para as cidades. Surgia assim o grupo social denominado proletariado, que nas cidades encontraria condições de vida adequadas para viver e educar seus filhos.
32. No Brasil a industrialização somente ocorreu no século XX, através de um processo de substituição de importações. A procura de produtos industrializados era maior que a oferta e a indústria nacional foi incentivada a aumentar a produção a fim de atender o mercado interno.
Questão 07
No processo de conquista da América pelos europeus, a resistência indígena foi uma realidade percebida em todo o continente.
Sobre este tema, é CORRETO afirmar que:
01. em vários países hispânicos, como Peru, Bolívia e México, a sobrevivência de línguas indígenas pode ser entendida como forma de resistência.
02. no período da conquista europeia da América, os povos indígenas do continente, com o objetivo de expulsar o invasor, formaram uma unidade que superou conflitos tribais.
04. a presença da Igreja, especialmente através de várias ordens religiosas, dificultou a conquista da América pelos europeus, visto que estas ordens organizaram a população indígena para a resistência.
08. ao organizarem o sistema colonial, baseado inicialmente na exploração de ouro e prata, os espanhóis deslocaram grandes contingentes de populações indígenas para o trabalho compulsório, o que comprometeu a produção de alimentos, gerando fome e facilitando a conquista.
16. visando conquistar o interior do Brasil ainda desconhecido, os portugueses organizaram o movimento bandeirantista, que tinha a função de aprisionar e escravizar populações indígenas, prática que contou com o apoio dos jesuítas.
32. a escravidão indígena revelou-se eficaz nas áreas da grande lavoura de exportação, especialmente devido a fatores tais como: presença em massa de tribos nas áreas litorâneas; adaptação ao regime de trabalho agrícola; pouco valor dos índios cativos, dado o seu grande número.
Questão 08
Em novembro de 2009, comemorou-se de várias formas os 20 anos da queda do muro de Berlim.
Em relação a este tema, é CORRETO afirmar que:
01. tratava-se de uma divisão simbólica entre dois blocos ideológicos, o socialismo e o capitalismo, separados por uma profunda e irreconciliável divisão no campo das ideias, comparada, por isso, a um muro.
02. o muro de Berlim foi levantado na capital alemã por determinação de Adolf Hitler, como demonstração de força do nazismo, para separar os judeus dos alemães.
04. foi construído por determinação das forças que compunham a OTAN, especialmente a Alemanha Oriental, tendo sido um resultado da guerra fria.
08. a queda do muro de Berlim foi uma necessidade que se impôs frente à nova configuração econômica da Europa, isto é, à constituição de um bloco de países que adotou o euro como moeda comum.
16. a sua construção foi motivada para conter a emigração de alemães orientais, em grande número, para o lado capitalista, especialmente de trabalhadores com alta qualificação profissional.
32. considerando que as potências aliadas na II Guerra Mundial decidiram dividir a Alemanha em quatro zonas de influência (norte-americana, soviética, inglesa e francesa), a queda do muro foi uma consequência inevitável.
64. o muro de Berlim dividiu a capital da Alemanha em área comunista e área capitalista, cabendo aos cidadãos decidirem em qual dos lados se estabelecer.
Questão 09
A perspectiva de que o petróleo pode ser o caminho para levar o Brasil ao patamar de uma grande potência econômica habita o imaginário coletivo desde o início do século XX. O escritor Monteiro Lobato foi um dos primeiros defensores da ideia. Nacionalista, ele montou uma empresa de pesquisa, perdeu tudo o que havia ganhado com a literatura e ainda acabou preso por ter criticado militares favoráveis à abertura da exploração de petróleo a estrangeiros.
VEJA. São Paulo: Abril, n. 36, edição 2129, p. 64, 9 set. 2009.

Com referência à questão do petróleo da qual também participou o escritor Monteiro Lobato, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
01. As iniciativas de Monteiro Lobato, que receberam apoio financeiro do governo Vargas, permitiram-lhe investir em companhias petrolíferas e pesquisas voltadas para a produção de álcool e biodiesel.
02. As discussões nacionalistas em relação ao petróleo tiveram resultados concretos, tais como a criação da Petrobras, que recentemente tornou o Brasil autossuficiente na produção petrolífera.
04. O sucesso editorial de Monteiro Lobato na área da literatura infantil foi resultado dos subsídios para explorar petróleo recebidos do governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo.
08. Monteiro Lobato tentou convencer a população e as autoridades que era preciso explorar o petróleo nacional para dar ao povo um padrão de vida à altura de suas necessidades.
16. Monteiro Lobato juntamente com economistas de sua época consideravam que o ferro e o petróleo formavam a base da prosperidade econômica dos norte-americanos e que poderiam, também, tornar-se a base da mesma prosperidade para o Brasil.
32. Monteiro Lobato recuperou os recursos perdidos na prospecção do petróleo, com a venda, ao governo, de um projeto de pesquisa que comprovava a existência de gás e petróleo na camada do Pré-Sal.

Questão 10
Sobre a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso em 28 de agosto de 1979, e os debates que suscitou, é CORRETO afirmar que:
01. trinta anos depois de sancionada pelo general João Baptista Figueiredo, a Lei da Anistia atendeu os apelos da população brasileira ao processar e condenar os torturadores e reconhecer os direitos dos torturados, desaparecidos e mortos pelo regime militar.
02. a Lei da Anistia permitiu a volta ao país de milhares de exilados políticos. Os debates jurídicos continuam, pois há torturadores que nunca foram julgados. Alguns juristas defendem uma nova interpretação da lei, que permita o julgamento dos agentes do Estado que praticaram tortura e assassinato durante o regime militar.
04. o projeto apresentado no Congresso pela ARENA, partido que apoiava o regime militar, não atendia os interesses do MDB, partido de oposição. Este partido apresentou um substitutivo no qual não se previa a punição dos torturadores pois, sendo minoria, desejava aprovar o que considerava possível no momento.
08. os críticos de uma nova interpretação da Lei da Anistia afirmam que os crimes de tortura cometidos durante o regime militar prescreveram e a lei não pode ter efeito retroativo, exceto para os casos de morte comprovada.
16. durante o regime militar houve cassações de mandatos de opositores, extinção de partidos políticos, torturas, perda de cargos públicos e prisões por crimes políticos. A Lei da Anistia, sancionada pelo general Figueiredo, perdoava todos, exceto os torturadores.
32. Ulysses Guimarães, José Sarney, Paulo Salim Maluf e Luís Inácio Lula da Silva foram defensores de uma anistia "ampla, geral e irrestrita", e da revisão constante da Lei da Anistia.
GABARITO

01 - 20
02 - 07
03 - 25
04 - 06
05 - 65
06 - 33
07 - 09
08 - 16
09 - 26
10 - 06




Longe
Arnaldo Antunes

Composição: Arnaldo Antunes / Betão Aguiar / Marcelo Jeneci



Onde é que eu fui parar?
Aonde é esse aqui?
Não dá mais pra voltar
Porque eu fiquei tão longe, longe
Onde é esse lugar?Aonde está você?
Não pega celular
E a Terra está tão longe, longe
Não passa um carro sequer
Todo comércio fechou
Não tem satélite algum transmitindo notícias de onde eu estou
Nenhum e-mail chegou
Nenhum correio virá
Eu entre quatro paredes sem porta ou janela pro tempo passar
Dizem que a vida é assim
Cinco sentidos em mim
Dentro de um corpo fechado
No vácuo de um quarto
No espaço sem fim
Aonde está você?
Por que é que você foi?
Não quero te esquecer
Mas já fiquei tão longe, longe
Não dá mais pra voltar
Eu nem me despedi
Aonde é que eu vim parar?
Por que eu fiquei tão longe, longe, longe, longe
Longe, longe, longe, longe
VESTIBULAR - UEL - 2010
QUESTÃO 07
Uma das principais características do mundo atual é a formação de blocos econômicos, ou comunidades econômicas, visando à integração de mercados regionais. A esse respeito, assinale (s) alternativa(s) correta(s).
01) O Mercosul é um bloco econômico que reúne países do Cone Sul da América do Sul.
02) O NAFTA, tratado de integração econômica entre Estados Unidos da América, Canadá e México foi instituído com o objetivo de equilibrar os efeitos dos tratados da União Europeia (UE).
04) A implantação de blocos econômicos regionais significa uma tentativa de retomada do desenvolvimentismo estatizante que caracterizou a economia mundial ao longo das décadas de sessenta e setenta do século passado.
08) A formação de blocos regionais enfrentou resistências. A rebelião de Chiapas, por exemplo, promovida pelos guerrilheiros mexicanos do Exército Zapatista de Libertação Nacional, exigia a revogação do NAFTA.
16) Estatização de empresas, suspensão do pagamento da dívida externa e emprego somente de capital nacional na economia são medidas que visam à integração de mercados econômicos.
QUESTÃO 08
Sobre agricultura, seu papel histórico e sua importância econômica no mundo, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Nas terras ocupadas na América desde o século XVI, os colonizadores implantaram sistemas agrícolas para a produção de gêneros alimentícios e de matérias primas voltadas ao abastecimento do mercado europeu.
02) Após a Segunda Guerra Mundial e com o processo de desenvolvimento da biotecnologia em marcha, os países desenvolvidos criaram espécies vegetais a partir do pacote tecnológico denominado Revolução Verde, fundamentado na difusão do consumo de produtos orgânicos e hidropônicos.
04) No século XIX, as lavouras de café no Brasil foram desenvolvidas com base na grande propriedade escravista e monocultora, voltada à exportação.
08) A partir da Revolução Industrial, a agricultura alcançou um estágio técnico e científico que possibilitou o aumento da produção sem a necessidade de ampliação da área de cultivo. Foi a fase da chamada Revolução Agrícola.
16) Na atualidade, por conta da redução de seu espaço agrícola, os países europeus não cultivam gêneros alimentícios, caracterizando-se como grandes importadores desses produtos dos países em desenvolvimento.
QUESTÃO 09
“Governo anuncia suas propostas para a exploração das reservas de petróleo na chamada camada do Pré-sal”
(Folha de S.Paulo, 30 de agosto de 2009, página B1).
A respeito da camada do Pré-sal e do petróleo como recurso energético, assinale o que for correto.
01) As reservas levam o nome de Pré-sal por causa do alto teor de sal marinho existente nas reservas de petróleo descobertas no fundo do mar.
02) O nome Pré-sal deve-se ao fato de as rochas de onde serão extraídos óleo e gás estarem abaixo de uma barreira de sal localizada em águas profundas.
04) Em 1953, no governo do presidente Getúlio Vargas, é promulgada a lei que cria a PETROBRAS (Petróleo Brasileiro S/A) e institui o monopólio estatal na extração e refino do petróleo no País.
08) Considerando que a formação do petróleo deve-se à alteração de matéria orgânica existente nos subsolos oceânicos, no Brasil, todos os poços de petróleo descobertos e catalogados se localizam no Oceano Atlântico, próximo à zona costeira.
16) Entre os maiores produtores de petróleo do mundo, na atualidade, estão a Arábia Saudita, o Irã, o Iraque, o Kuait e a Venezuela. Com a descoberta das reservas do Pré-sal, o Brasil poderá fazer parte da lista dos maiores produtores mundiais.

Questão 10
No início da colonização do Brasil, os portugueses ficaram mais restritos à faixa litorânea do território brasileiro. Contudo, com o passar do tempo, foi ocorrendo uma interiorização da colonização. Assinale a(s) alternativa(s) que se relacionam corretamente à interiorização da colonização do Brasil.
01) Introduzida pelos europeus, a pecuária possibilitou a ocupação do sertão nordestino. A intensificação da pecuária levou, em meados do século XVII, o Rio São Francisco a ser conhecido como Rio dos Currais.
02) Atualmente, a expansão da fronteira agrícola na região amazônica faz com que ativistas de movimentos ecológicos vinculem tal expansão à destruição das florestas.
04) O que motivou os portugueses, no século XVIII, a explorar o interior da floresta amazônica foram a coleta das “drogas do sertão” e a captura de índios.
08) A descoberta de ouro e de diamantes levou à ocupação do nordeste do Paraná e de Santa Catarina, no século XIX.
16) A extração do látex, para a produção de borracha, atraiu, no século XIX, “seringueiros” para a região do Acre, que era, até então, o território brasileiro com a maior área de cobertura florestal preservada.

Questão 11
Considerando a história geral contemporânea, assinale o que for correto.
01) Segundo o historiador Eric J. Hobsbawn, o operariado surgiu no século XX, com a Revolução Russa de 1917.
02) No Brasil, o maior avanço na Legislação Trabalhista ocorreu na Primeira República (1889-1930), com a C.L.T. (Consolidação das Leis do Trabalho) e com a criação do Ministério do Trabalho, em 1918. 04) O muralismo, movimento artístico e popular ocorrido no México após a Revolução de 1910, retratou, em grandes painéis pintados, a condição social da população indígena e dos pobres.
08) Juan D. Perón, na Argentina, e Lázaro Cárdenas, no México, destacam-se pela promoção de reformas políticas, sociais e trabalhistas profundas em seus países.
16) A Constituição de 1988, no Brasil, obrigou o Estado a fazer uma reforma profunda na legislação trabalhista e sindical brasileira, que resultou na retirada de direitos dos trabalhadores.
Questão 12
Em 2009, celebram-se os 40 anos do Festival de Woodstock, um dos acontecimentos mais marcantes dos “anos 60”, expressão consagrada não somente para designar uma década, mas, também, para indicar uma época de muitas contestações e de grandes transformações comportamentais, políticas, ideológicas e morais, que afetaram diversos grupos sociais em todo o mundo. A esse respeito, assinale o que estiver correto.
01) Os “anos 60” foram marcados por uma intensa discussão sobre sexualidade e pela chamada “revolução feminista”, temas que trouxeram a questão de gênero para o interior do debate sociológico.
02) O conflito no Vietnam, em plena Guerra Fria, foi um dos fatores que desencadearam ações de contestação e o espírito de rebeldia na juventude norte-americana, que criou o lema “faça amor, não faça a guerra.”.
04) A canção “É proibido proibir”, de Caetano Veloso, reproduz um slogan que se tornou conhecido, após as grandes manifestações de maio de 1968, na França.
08) Apesar das grandes mudanças realizadas ou planejadas, a década de 1960 foi pouco inovadora em matéria de artes plásticas, caracterizando-se pela recuperação da tradição acadêmica e do ideário clássico na pintura e na escultura.
16) Os filósofos Herbert Marcuse e Eric Fromm tiveram uma influência significativa sobre as ideias contestatórias e sobre o modo de vida de muitos jovens que aderiram ao movimento hippie.

Questão 13
Sobre a sociedade medieval, assinale o que for correto.
01) Giovani Boccacio, um dos principais escritores da Idade Média, fundamentava seus temas na religiosidade e nos ideais ascéticos da vida monástica.
02) Na sociedade medieval, arte e religião eram coisas incompatíveis.
04) A Escolástica, ao propor a separação entre a fé e a razão, tornou-se a mais importante corrente filosófica do Período Medieval.
08) Além de provocar grande mortalidade na população europeia, a Peste Negra também influenciou a literatura, a escultura e a pintura, na Baixa Idade Média.
16) Maquiavel foi a maior expressão do pensamento político medieval, ao se opor ao governo centralizado e defender a autonomia política dos barões feudais.
Questão 14
Identifique o que for correto sobre as descobertas territoriais de portugueses e espanhóis na América, no início da Idade Moderna.
01) O Tratado de Tordesilhas, firmado na última década do século XV, foi um acordo que assegurava a Portugal e Espanha a posse de novos territórios que viessem a ser descobertos.
02) Naquele contexto, os dois países – Portugal e Espanha – foram severamente criticados pelo papado por se lançarem ao mar à procura de terras desconhecidas.
04) O sucesso das descobertas no início da Idade Moderna se deve aos investimentos privados, pois tanto os reis da Espanha, como os reis de Portugal não se interessavam por empreendimentos marítimos.
08) As riquezas encontradas na América pelos primeiros navegadores contrastavam com a decadência do comércio dos produtos oriundos do Oriente.
16) As viagens e os descobrimentos marítimos se relacionam ao Renascimento científico do século XV.
Questão 15
Sobre as Reformas Religiosas, o Renascimento e o Humanismo, movimentos que ocorreram na Europa, principalmente, nos séculos XV e XVI, é correto afirmar que
01) o Concílio de Trento, um dos mais importantes da história da Igreja, ocorrido naquela época, foi uma reação católica ao predomínio das concepções filosóficas oriundas da patrística medieval.
02) expressam a reação da Igreja Católica Romana à revolução estética que ocorria nas artes plásticas.
04) estão inseridos em um período no qual se contrapõem comportamentos, valores e ideias medievais aos valores, comportamentos e ideias da sociedade moderna em gestação.
08) refletem a completa identificação entre os valores estéticos da sociedade medieval e os da modernidade europeia.
16) foram motivados por uma reação anticristã da burguesia europeia à dominação religiosa da Igreja Romana.
UFSCAR - VESTIBULAR 2010
História
01. Considerando as características da democracia antiga (como a ateniense) e as da democracia contemporânea (adotada por muitos
países), indique as
a) diferenças.
b) semelhanças.
Questão 1
a) Na democracia antiga, a participação do cidadão nos órgãos políticos e legislativos era direta, e o conceito de cidadania era mais exclusivo, restrito aos homens, maiores de idade, nascidos na polis e livres. Já na democracia contemporânea, há o sistema representativo indireto (os cidadãos elegem representantes) e a cidadania é inclusiva, permitindo a homens, mulheres e analfabetos a participação no sistema democrático.
b) Em ambas, há a participação dos cidadãos no processo de tomada de decisões, o que promove uma maior descentralização do poder, relativamente a regimes políticos, como a monarquia absoluta. Também pode-se citar a escolha dos governantes pelos próprios cidadãos.

02. Comparando-se o passado colonial do Brasil com o passado colonial dos Estados Unidos, indique os principais elementos
a) comuns.
b) distintos.
Questão 2
a) Como pontos em comum entre o Brasil colonial e os EUA coloniais, podemos citar o uso da mão-de-obra escrava; a organização agrícola pelo sistema de plantation nas colônias do sul dos EUA e no nordeste do Brasil; a subordinação da colônia ao Pacto Colonial e os conflitos entre colonos e indígenas.
b) Como pontos distintos, podemos citar a colonização inglesa nos EUA e a colonização portuguesa no Brasil; aplicação do modelo de colônia de povoamento nos EUA e de colônia de exploração no Brasil; nos EUA a colonização foi promovida por particulares, enquanto no Brasil foi um projeto estatal; no caso dos EUA, as perseguições religiosas aos puritanos ingleses levaram à imigração, enquanto no Brasil a religião foi utilizada como instrumento de dominação dos povos indígenas.

03. As duas Grandes Guerras do século passado afetaram significativamente nosso país, mas o Brasil de 1939 a 1945 era bem diferente do Brasil de 1914 a 1918. Levando em conta esses aspectos, indique a situação e o posicionamento do nosso país na
a) Primeira Guerra Mundial.
b) Segunda Guerra Mundial.
Questão 3
a) No período da Primeira Guerra Mundial, o Brasil era politicamente controlado por oligarquias cafeeiras, principalmente de São Paulo e Minas Gerais, com sua economia voltada para exportação de produtos primários, como café e borracha, vivendo um surto industrial durante a guerra devido ao processo de “substituição de importações”. O Brasil entrou na guerra, ao lado da Tríplice Entente ao declarar guerra à Alemanha; no entanto, teve limitada participação militar e financeira.
b) Já, durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil vivia sob o domínio ditatorial de Getúlio Vargas durante o regime do Estado Novo e, economicamente, recuperava-se dos efeitos da “Crise de 29” e dava início ao seu processo de industrialização através da abertura de siderúrgicas e do controle estatal sobre a atividade econômica. O posicionamento brasileiro no início da guerra foi ambíguo, pois negociou sua aliança junto aos Aliados e às potências do Eixo, mas ao final se posicionou junto aos Aliados e acabou enviando a Força Expedicionária Brasileira e pilotos da Força Aérea Brasileira para o combate na Itália.

04. Se nem todas as grandes crises econômicas, como a atual, que, periodicamente acometem o capitalismo, levam a uma transformação no seu funcionamento, todas as grandes transformações pelas quais ele passou foram desencadeadas por uma grande crise. Situe historicamente e explique as crises que levaram ao chamado capitalismo
a) com participação estatal (keynesiano).
b) desregulado (neoliberal).
Questão 4
a) O advento do capitalismo com maior participação estatal, implantado a partir do New Deal (influenciado pelo keynesianismo) norte-americano na década de 1930, está relacionado à Grande Depressão e à Crise de 1929. Este momento de crise está ligado ao mundo pós-1ª Guerra, em que o capitalismo dos EUA viveu uma fase de ouro, com taxas de crescimento recordes até então. No entanto, este crescimento desordenado gerou uma situação de superprodução e de subconsumo, aliada a uma intensa especulação na Bolsa de Valores. A conjunção desses fatores levou à pior crise do capitalismo até então.
b) A passagem do capitalismo com participação estatal para o neoliberalismo está situada historicamente nas décadas de 1970 e 1980, quando as crises do petróleo (1973 e 1979) e a derrocada do bloco soviético criaram necessidades de desregulamentação econômica, permitindo maior liberdade de ação aos agentes econômicos privados por meio da redução do papel estatal na economia.

05. Nos quinze anos compreendidos entre 1959 e 1974, muitos países, inclusive o Brasil, vivenciaram grandes inovações nas esferas, entre outras, da moralidade, da música e da política.
a) Dê um exemplo de inovação em cada uma dessas três esferas.
b) Estabeleça as relações entre elas.
Questão 5
a) Na esfera da moralidade, houve a “revolução sexual” que alterou o padrão de comportamento feminino em relação ao sexo. Na esfera da música, surgiram novos estilos musicais baseados na música negra norte-americana, como o Rock´n´Roll nos EUA e a Bossa Nova, o tropicalismo, as músicas de protesto e a Jovem Guarda no Brasil. Na esfera política, houve a instauração de ditaduras militares na América do Sul, financiadas pelos EUA, como parte de uma estratégia para contenção do avanço socialista no continente americano.
b) O mundo pós-Segunda Guerra Mundial sofreu fortes transformações no campo político e econômico que alteraram as formas de interação social, gerando reflexos nos costumes, artes, etc. A moralidade mais liberal permitiu o surgimento de formas de expressão musical menos conservadoras e mais ligadas aos novos valores da sociedade da época. No entanto, essas transformações colocaram em xeque os valores tradicionais, o que gerou a reação política conservadora, traduzida no apoio dos setores dominantes aos governos ditatoriais.
Vestibular UNIFESP 2010

História
11. (...) é no último quartel do século VII [a.C.] que a economia das cidades (...) volta-se decididamente para o exterior; o tráfico por mar vai então amplamente ultrapassar a bacia oriental do Mediterrâneo, entregue a seu papel de via de comunicação. A zona dos intercâmbios estende-se a oeste até a África e à Espanha, a leste até ao Mar Negro.
(Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. São Paulo: Difel, 1991.)
O texto fala da expansão das cidades gregas no século VII a.C. Explique
a) por que o autor chama o Mar Mediterrâneo de “via de comunicação”.
b) os principais motivos dessa expansão.
Resolução
a) O autor chama o Mar Mediterrâneo de “via de comunicação”, porque era pela navegação no mar Mediterrâneo que os gregos distribuíam mercadorias, levavam pessoas e permitiam as trocas entre as diversas áreas litorâneas dominadas pelos gregos (litoral da Ásia Menor, ilhas do mar Egeu, península Itálica, sul da França).
b) A expansão grega pelo Mediterrâneo se deu por diversos motivos, podendo-se citar: necessidade de obter terras férteis, devido à escassez de áreas agricultáveis na península Balcânica; crescimento demográfico, o que gerou a necessidade das polis escoarem parte de sua população; interesse no comércio grego, ampliando a importância das classes mercantis.

12. Mercantilismo é o nome normalmente dado à política econômica de alguns Estados Modernos europeus, desenvolvida entre os séculos XV e XVIII. Indique
a) duas características do Mercantilismo.
b) a relação entre o Mercantilismo e a colonização da América.
Resolução
a) Entre as características do mercantilismo, podemos indicar:
balança comercial favorável;
intervenção estatal na economia;
metalismo;
colonialismo;
protecionismo econômico;
estabelecimento de monopólios comerciais.
b) O princípio mercantilista da balança comercial favorável exigia que um país exportasse mais mercadorias do que importasse. No entanto, muitos países europeus não produziam mercadorias em quantidade ou diversidade suficientes para exportá-las e não dependiam de importações para abastecer seu mercado interno. Daí a necessidade de obter colônias que produzissem matérias-primas que fossem exportáveis e possuíssem mercado na Europa (como o açúcar e o algodão, entre outras). Assim, a metrópole poderia exportar os produtos coloniais (que normalmente atingiam um alto preço no mercado europeu) e melhorar o saldo da balança comercial.

13. A paz não passa de um engodo, de uma quimera, de um sonho fugaz; a indústria tornou-se o suplício dos povos, depois que uma ilha de piratas [refere-se à Inglaterra] bloqueia as comunicações (...) e transforma suas fábricas e oficinas em viveiros de mendigos.
(Charles Fourier. Théorie des quatre mouvements (1808), in OEuvres complètes. Paris: Anthropos, vol. I, 1978, citado por Elias Thomé Saliba. As utopias românticas. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.)
O fragmento, escrito em 1808, mostra a visão de Charles Fourier acerca do nascimento das fábricas. Explique
a) por que o autor chama as fábricas de “viveiros de mendigos”.
b) o que leva o autor a afirmar que a Inglaterra “bloqueia as comunicações”.

Resolução
a) O autor chama as fábricas de “viveiros de mendigos”, porque a Revolução Industrial trouxe, para os trabalhadores, mudanças que levaram a uma situação de exploração e miséria, com o trabalho se estendendo por longas jornadas, baixos salários devido à grande oferta de mão-de-obra e exploração do trabalho infantil e feminino. Tal contexto levou os operários (e os trabalhadores urbanos em geral) a uma situação de miséria extrema.

b) Tal afirmação deve-se ao fato de que a Inglaterra exercia, naquele momento, um domínio completo sobre os mares, impondo sua força econômica e militar às mais diversas regiões do mundo.


14. O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, presidente brasileiro de 1956 a 1961, apontava cinco áreas prioritárias de investimentos estatais: energia, transporte, alimentação, indústria e educação. Indique
a) o tipo de industrialização privilegiado pelo Plano de Metas.
b) as atribuições que, de acordo com o Plano de Metas, o Estado brasileiro assumia para estimular o crescimento econômico.
Resolução
a) O Plano de Metas privilegiou a industrialização realizada pelo capital estrangeiro, através da entrada de multinacionais no país, onde o governo criou facilidades na troca de moeda nacional por moeda estrangeira, atraindo indústrias de base.e de bens de consumo, como a automobilística.b) De acordo com o Plano de Metas, o governo brasileiro seria o responsável pelos investimentos no setor de infraestrutura, construindo rodovias, hidrelétricas e oferecendo as condições para a instalação das indústrias.

15. A repressão às manifestações dos trabalhadores do campo e da cidade foi uma das consequências mais imediatas e evidentes da chegada dos militares ao Palácio do Planalto. Houve intervenção nos sindicatos, prisão dos líderes mais destacados, fechamento – por decreto – de sindicatos rurais, além da proibição da existência de entidades intersindicais (...). O controle sobre a economia, a censura imposta aos meios de comunicação, a legislação antigreve, as restrições à livre manifestação permitiram comprimir significativamente os salários.
(Tania Regina de Luca. Indústria e trabalho na história do Brasil. São Paulo: Contexto, 2001.)
O texto trata da ação repressiva durante o regime militar brasileiro (1964-1985). Indique
a) duas características do regime militar brasileiro na relação com os movimentos sociais e a oposição.
b) a relação, estabelecida pela autora, entre autoritarismo político e compressão salarial.

Resolução
a) Violência, censura, limitação das liberdades, perseguições, cassação de mandatos políticos, aposentadorias compulsórias, exílios, etc.

b) Segundo a autora, o governo se fez valer da sua forte presença na sociedade para atacar os movimentos de trabalhadores e enfraquecê-los, e encontrou na compressão de salários um meio de esvaziar os movimentos e reduzir a oposição ao governo militar.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

PROPAGANDA E HISTÓRIA


UNESP - 2010 - CIÊNCIAS HUMANAS (HISTÓRIA)
2ª FASE dezembro de 2009


1
No século XVIII, surgiram novas ideias que despertaram o interesse de muitos adeptos que rejeitavam as tradições e almejavam explicações racionais para compreender os fenômenos naturais e sociais. Como ficaram conhecidos os pensadores desse período e de que modo esses pensadores influenciaram monarcas e ministros europeus?

Resolução
Iluministas. Sua influência em relação a monarcas e ministros europeus do período manifestou-se no “despotismo esclarecido” – adoção, por aqueles governantes, de medidas reformistas propugnadas pelos pensadores iluministas, sem no entanto abandonar o absolutismo característico do Antigo
Regime.

2
A pecuária, ao longo de praticamente todo período colonial brasileiro, foi uma atividade econômica sempre secundária, mas sempre em expansão, ao contrário do que ocorreu com a agricultura canavieira e com a mineração aurífera. Explique, com relação à pecuária, o porquê destas características.

Resolução
A posição secundária da pecuária no conjunto da economia colonial brasileira prende-se ao fato de ter sido uma atividade subsidiária de outras mais importantes, como a produção açucareira e a mi neração.Por outro lado, sua expansão no Brasil Colônia, para além do apoio às atividades citadas, foi motivada pela importância como fornecedora de alimento e de meios de transporte, somada às possi bilidades de interiorização oferecidas tanto pelo sertão nordestino como pelo pampa gaúcho.



3

Leia atentamente o texto.
O período de pré-independência assistiu ao nascimento de uma literatura de identidade, na qual os americanos glorificavam seus países, proclamavam seus recursos e louvavam seu povo. Enquanto mostravam a seus compatriotas as suas qualidades, esses autores apontavam as qualificações dos americanos para os cargos públicos e na verdade para o autogoverno. Os próprios termos instilavam confiança por repetição – pátria, país, nação, nossa América, nós americanos. Embora ainda se tratasse de um nacionalismo mais cultural do que político e não fosse incompatível com a unidade imperial, mesmo assim ele preparava as mentes dos homens para a independência, ao lembrar-lhes que a América tinha recursos independentes e as pessoas para administrá-los.
(John Lynch. As origens da independência da América Espanhola. Leslie Bethell: História da América Latina, 2001.)
Indique os principais motivos que levaram as colônias espanholas à independência.

Resolução
Aquisição de uma identidade nacional americana, reação contra a opressão metropolitana, pretensão da aristocracia criolla em alcançar o poder político (rivalizando com os chapetones), influência da ideologia liberal-iluminista, exemplos das Revoluções Norte-Americana e Francesa e interesse da Inglaterra em quebrar o exclusivo metropolitano espanhol – devendo-se entender todos esses fatores no quadro das crises do Antigo Regime e do Sistema Colonial, ligadas à consolidação do capitalismo advinda da Revolução Industrial.

4
Discorra sobre a experiência socialista iniciada na Europa no período entre as duas Guerras Mundiais.

Resolução

A partir da Revolução Russa de 1917 e da guerra civiltravada entre Vermelhos e Brancos, foi implantado naRússia (redenominada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1922) o primeiro Estado socialistada História. Após a tentativa malsucedida do “comunismo de guerra” e o recuo temporário representado pela NEP/Nova Política Econômica (ambos postos em prática por Lênin), o sistema socialista foi consolidado por Stálin, que realizou a coletivização forçada da agricultura e pôs em prática a planificação estatal, traduzida nos Planos Quinquenais.


5
Quais as principais transformações da cultura brasileira na década de 1920? Incluir neste contexto a Semana de Arte Moderna.

Resolução
Início do Movimento Modernista, tendo como ponto alto a Semana de Arte Moderna de 1922, e a busca de uma arte (o que inclui a literatura e a música) genuinamente brasileira desvinculada dos padrões acadêmicos e das influências europeias.



6
Analise os textos e a charge.
O arsenal do neoliberalismo inclui o farto uso de neologismos que procuram destruir a perspectiva histórica dando novos nomes a velhos processos ou conferir respeito a pseudoconceitos. Surgem, assim, o pós-mo - derno, o desenvolvimento sustentável, os movimentos sociais urbanos, a exclusão social, os atores (sociais), as ongs, a globalização, o planejamento estratégico..., que procuram encobrir, ao invés de revelar, a natureza do capitalismo contemporâneo.
(www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/ Adaptado.)

(www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/6782)
Certezas que não se desmancham no ar
Os efeitos sociais da atual crise capitalista são pouco mencionados, especialmente nos veículos de comunicação. Existe uma distorção ideológica nesses veículos e em muitas mensagens governamentais sobre a retomada econômica, mas secundarizando o principal problema aí existente: a hecatombe social sobre milhões de trabalhadores. Não é algo automático ou “natural” a retomada econômica e o retorno dos empregos. Depois do fim das crises econômicas, analisa a OIT, entre quatro a cinco anos são necessários para a recuperação dos empregos. (…) A história social parece-nos que sempre se repete no que se refere às crises capitalistas. Por isso, a pergunta é também histórica: quem vai pagar os custos sociais dessa crise.

Luiz Fernando da Silva
(www.unesp.br/aci/debate Adaptado.)

Explicite os princípios básicos do neoliberalismo e faça afirmações que o vinculem com a crise econômica global e o contexto brasileiro.

Resolução
Princípios básicos do neoliberalismo: Estado mínimo, com pouca ou nenhuma intervenção nas relações econômicas e sociais (deixadas por conta da autorregula mentação do mercado) e com a privatização de empresas e serviços estatais. A crise econômica global tem sido atribuída ao neoliberalismo porque deixou de haver algum tipo de controle sobre as grandes corporações, as quais assumiram riscos incompatíveis com a manutenção do equilíbrio econômico. O Brasil foi atingido pela crise por estar integrado no capitalismo globalizado, ainda que na periferia do sistema.